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Liquidação do Banco Master não traz risco de natureza sistêmica, diz BC

Liquidação do Banco Master não traz risco de natureza sistêmica, diz BC

Reuters

19/11/2025

Placeholder - loading - Sede do Banco Central, em Brasília 18/12/2024 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central, em Brasília 18/12/2024 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  19/11/2025

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A liquidação extrajudicial de instituições do Conglomerado Master não traz risco de natureza sistêmica, disse o Banco Central nesta quarta-feira, citando o porte pequeno da instituição.

Em nota divulgada após reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), o BC ainda afirmou que “recomenda que entidades supervisionadas persistam com a política de gestão prudente de capital e de liquidez em virtude das incertezas econômicas e da conjuntura”.

A Polícia Federal informou ter prendido o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, no âmbito de uma operação para investigar crimes contra o sistema financeiro, e o BC pouco depois decretou, na terça-feira, a liquidação extrajudicial da instituição por 'graves violações' às normas e problemas de liquidez.

Na nota do Comef, a autarquia reafirmou que o grupo Master representa 0,57% do ativo total e 0,55% das captações totais do sistema financeiro.

“Tal evento não traz risco de natureza sistêmica”, afirmou.

O BC destacou que o sistema do país está preparado para enfrentar a materialização de risco de crédito.

O órgão apontou que o crescimento do crédito continuou desacelerando tanto no sistema financeiro quanto no mercado de capitais, em linha com a moderação de crescimento observada na atividade econômica.

“Entretanto, o ritmo de crescimento do crédito segue historicamente elevado, apesar das condições financeiras restritivas”, afirmou.

A autarquia disse ainda que o cenário, caracterizado por “taxa básica de juros contracionista e pelos níveis atuais de inadimplência, comprometimento de renda e endividamento das famílias, bem como pelo endividamento das empresas”, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito.

Na reunião, o BC decidiu manter em 0% o valor do chamado Adicional Contracíclico de Capital Principal (ACCP), apesar de ter indicado em maio que o patamar poderia ser elevado.

O ACCP é um instrumento de mitigação de riscos relacionados a períodos de crescimento acelerado do crédito, quando há otimismo econômico, ou a fases de redução demasiada da oferta em tempos de pessimismo. Em geral, a reserva é acumulada pelos bancos em momentos de expansão do crédito para ser consumida na fase de retração, suavizando as tendências.

Em maio, a autarquia havia informado que vinha estudando sistemática que estabelece um valor positivo para o ACCP aplicável a períodos sem acúmulo significativo de riscos financeiros, indicando que a medida poderia ser adotada em um futuro próximo.

O BC disse na ocasião que o objetivo seria ampliar o espaço de atuação prudencial, ressaltando que a medida auxiliaria os bancos a absorver perdas causadas por reversão aguda do ciclo de crédito, valorização excessiva dos preços dos ativos ou eventos inesperados.

A autoridade monetária tem mantido a taxa Selic em nível restritivo, de 15% ao ano, com o objetivo de desacelerar a atividade econômica e levar a inflação à meta de 3%. Sob efeito dos juros elevados, o BC registrou na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês que o mercado de crédito segue apresentando desaceleração mais nítida.

Reuters

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