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Lula critica 'desgoverno' na saúde e diz que presidente não é eleito para falar bobagem

Placeholder - loading - Lula em entrevista em São Bernardo do Campo  10/3/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Lula em entrevista em São Bernardo do Campo 10/3/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

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Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - Em sua primeira entrevista depois da anulação de suas condenações pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o governo de Jair Bolsonaro, da resposta à pandemia à postura do presidente, e afirmou que um presidente da República não é eleito para falar 'bobagem'.

'Ontem esse vírus matou quase 2 mil pessoas. Quero avisar que semana que vem vou tomar minha vacina. E vou fazer propaganda da vacina. Todos tem que tomar. Quero pedir a vocês: não sigam nenhuma decisão imbecil do presidente da República. Tomem vacina', disse Lula.

'Esse presidente falava que o coronavírus era coisa de 'marica'. Que era uma 'gripezinha'... Esse não pode ser o papel de um presidente da República num país civilizado. Ele não sabe o que é ser presidente', continuou.

Na entrevista, que durou quase três horas e foi concedida na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula ocupou a voz de uma oposição mais abrangente ao governo de Jair Bolsonaro que, até agora, estava vaga. Em sua fala, chegou a dizer que o país não tem governo e que Bolsonaro 'não cuida da economia, não cuida da saúde, não cuida da educação, não cuida do meio ambiente... Do que eles cuidam?'

Em nenhum momento Lula falou de impeachment, a não ser ao criticar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) por não levar adiante um dos vários pedidos contra o presidente que estão na presidência da Casa. Mas afirmou, mais de uma vez, que alguma coisa precisa ser feita.

'Quero avisar que vou voltar a andar por esse país para conversar com esse povo. O povo não pode permitir que um homem que causa os males que Bolsonaro causa continue governando. Não sei o que vamos fazer, mas vamos precisar fazer', disse.

Lula afirmou ainda que figuras como Bolsonaro e o ex-presidente norte-americano Donald Trump foram eleitos por causa de mentiras e fake news, e que a verdade é muito mais difícil de vigorar porque precisa ser explicada.

'Ele (Bolsonaro) não sabe o que é ser presidente da República. A vida inteira ele não fez nada. Desde que se aposentou (do Exército) ele nunca fez nada na vida', disse Lula. 'Foi vereador e deputado por 32 anos e conseguiu passar ideia de que não era político. Através da fake news se elegeu Trump, se elegeu Bolsonaro.'

Depois de discursar por mais de uma hora, Lula respondeu uma sequência de perguntas e marcou uma posição inversa a de Bolsonaro em todos os pontos, entre eles obrigar o governo a ampliar a compra de vacinas.

Bolsonaro já desdenhou das vacinas, defende tratamentos sem comprovação científica e comprou brigas com governadores contra políticas de restrição de circulação. Além disso, provoca constantes aglomerações em viagens e saídas do Planalto e evita usar máscaras.

Nos últimos dias, diante da pressão popular e da queda na popularidade pela desorganização do governo em conseguir comprar vacinas, tem mudado o tom.

'Presidente da República não é eleito para falar bobagem ou espalhar fake news', disse Lula, acrescentando que também não é eleito para incentivar compra de armas, que devem ser destinadas às Forças Armadas e à polícia.

'A questão da vacina não é questão se tem dinheiro ou se não tem dinheiro, é questão se eu amo a vida ou se amo a morte. É questão de saber o papel do presidente da República no cuidado do seu povo', acrescentou, prestando solidariedade às vítimas do coronavírus.

Na segunda-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato, medida que devolve ao petista seus direitos políticos e poderá, se mantida, embaralhar a sucessão presidencial de 2022.

(Reportagem de Leonardo Benassatto em São Paulo e Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello em Brasília)

Escrito por Reuters

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