Mais de 500 escritórios de advocacia apoiam ação da Perkins Coie contra decreto punitivo de Trump
Mais de 500 escritórios de advocacia apoiam ação da Perkins Coie contra decreto punitivo de Trump
Reuters
04/04/2025
Por Mike Scarcella e Sara Merken
WASHINGTON (Reuters) - Mais de 500 escritórios de advocacia assinaram um documento judicial denunciando a perseguição de Donald Trump à Perkins Coie e a outros escritórios, expressando preocupação com a intensificação da repressão do presidente republicano à profissão de advogado.
Os escritórios de advocacia assinaram o documento que foi apresentado nesta sexta-feira à juíza distrital federal Beryl Howell, em Washington, correndo o risco de atrair a ira de Trump e de seu governo. Entre os escritórios de destaque que assinaram o documento estão Arnold & Porter, Crowell & Moring, Fenwick & West e Freshfields US, embora muitos outros grandes escritórios não tenham aderido.
A maioria das firmas que assinaram o documento são empresas focadas em litígios ou firmas menores.
'Embora não tomemos essa medida de ânimo leve, nosso compromisso permanente com a preservação da integridade do sistema jurídico norte-americano não nos deixa outra alternativa a não ser nos unirmos', diz o documento.
O documento apoia uma ação judicial que a Perkins Coie, um escritório legal fundado em Seattle, moveu em 11 de março para bloquear o decreto de Trump emitido contra a firma por suas políticas de diversidade e seu trabalho jurídico anterior para a campanha da democrata Hillary Clinton, sua adversária na eleição presidencial de 2016.
'A ameaça iminente imposta pelo decreto em questão neste caso e em outros semelhantes não passa despercebida por ninguém que exerça a advocacia neste país atualmente: qualquer representação controversa que desafie as ações do atual governo (ou mesmo causas que ele não favoreça) agora traz consigo o risco de retaliação devastadora', disse o documento apresentado como 'amicus curiae' (amigo da corte).
A Casa Branca tem defendido os decretos de Trump como atos legais do poder presidencial.
Howell, que está presidindo o caso da Perkins Coie, bloqueou no mês passado as disposições do decreto de Trump contra a firma, dizendo que ela minaria 'os próprios fundamentos de nosso sistema jurídico' se fossem permitidas.
A juíza concluiu que o decreto era provavelmente ilegal, violando as proteções constitucionais para a liberdade de expressão e o devido processo legal, e chamou o decreto de Trump de um esforço 'extremo, perigoso e sem precedentes' para intimidar escritórios de advocacia e advogados.
Um porta-voz disse que a Perkins Coie estava grata aos escritórios que assinaram o documento desta sexta-feira 'em nosso desafio ao decreto inconstitucional e à ameaça que ele representa para o Estado de Direito'.
Até o momento, Trump assinou decretos direcionados a cinco firmas, sendo que três delas -- Perkins Coie, WilmerHale e Jenner & Block -- processaram Trump em resposta. Os juízes emitiram ordens que bloquearam as principais disposições dos decretos de Trump contra essas três firmas legais. Uma firma visada em uma diretriz, a Paul Weiss, chegou a um acordo com o presidente que levou à revogação do decreto. A firma Covington & Burling não entrou com ação judicial para contestar o decreto que tinha ela como alvo.
Três outras firmas chegaram a acordos com Trump sem serem atingidas por um decreto contra elas.
Reuters

