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Manifestantes indígenas interrompem audiência sobre ferrovia de grãos na Amazônia

Placeholder - loading - Manifestantes indígenas protestam contra a Ferrogrão em tribunal de Novo Progresso (PA) 15/12/2023 Well Kumaruwara/Divulgação via REUTERS
Manifestantes indígenas protestam contra a Ferrogrão em tribunal de Novo Progresso (PA) 15/12/2023 Well Kumaruwara/Divulgação via REUTERS

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BRASÍLIA (Reuters) - Manifestantes indígenas tentaram impedir, nesta sexta-feira, uma audiência pública sobre a construção de uma ferrovia que deverá passar por suas terras para transportar grãos até um porto no norte da Amazônia.

A ferrovia Ferrogrão, com 1.000 km de extensão, é apoiada por agricultores e empresas de grãos que afirmam que ela reduziria a dependência de estradas e diminuiria os custos de transporte de soja do Mato Grosso para os portos fluviais na bacia amazônica.

Mas as comunidades indígenas Munduruku e Kayapó afirmam que não foram consultadas sobre o projeto, que tem impactos sobre o meio ambiente e o desmatamento na região.

Cerca de 100 manifestantes segurando faixas bloquearam a entrada da audiência em Novo Progresso, no sul do Estado do Pará, mas a reunião finalmente começou quando os manifestantes deixaram o prédio, mostraram vídeos nas redes sociais publicados pelos participantes.

'A ferrovia é um projeto de desenvolvimento que vai ser bom para todo mundo,' disse um de seus principais apoiadores, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), aos manifestantes.

Liderando o protesto estava Alessandra Munduruku, vencedora do Goldman Environmental 2023 por seus esforços para impedir o desenvolvimento da mineração na Amazônia e proteger a floresta tropical.

'A gente não tem como deixar acontecer uma audiência que vai contra nosso território. Estamos preocupados pelo futuro de nossas crianças,' disse Alessandra Munduruku à Reuters por telefone.

'O povo está preocupado com a mudança climática, mas o Congresso está preocupado em lucrar com nossas terras', acrescentou, em referência à votação parlamentar da véspera que derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao marco temporal para demarcação de terras indígenas.

A decisão sobre o estabelecimento ou não de prazo para reivindicações de terras será agora decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em agosto, em uma decisão sobre a Ferrogrão, o STF manteve a suspensão de um plano governamental para reduzir o tamanho de um parque de conservação florestal para permitir a construção da ferrovia, enquanto novos estudos são esperados.

A ferrovia foi projetada para ligar o porto de Mirituba, no Pará, ao município de Sinop, no Mato Grosso.

(Reportagem de Anthony Boadle)

Escrito por Reuters

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