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Dólar deixa máximas, mas segue perto de R$5,40 com política no radar

Placeholder - loading - Imagem de George Washington em nota de dólar 15/10/2014 REUTERS/Chris Helgren
Imagem de George Washington em nota de dólar 15/10/2014 REUTERS/Chris Helgren

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar deixou as máximas de mais cedo e passava a operar entre estabilidade e leve alta, voltando a operar próximo do patamar de 5,40 reais, conforme o mercado busca novos catalisadores para dar à moeda uma direção mais clara.

Às 12:15, o dólar avançava 0,21%, a 5,4025 reais na venda, depois de ter saltado 1,24% na máxima do dia, a 5,4580 reais. Se fechar próximo dos patamares atuais, o dólar ficará perto de 5,40 reais pelo quarto pregão consecutivo.

O dólar futuro tinha queda de 0,29%, para 5,4045 reais. A diferença de sinal em relação ao mercado à vista ocorre porque, na véspera, o segmento futuro, que encerra às 18h15, chegou ao fim do pregão em alta de 0,46%, contra ganho de apenas 0,11% no dólar interbancário. Portanto, nesta quarta ocorria um 'catch up' (ajuste) entre as taxas de câmbio de ambos os mercados.

Investidores globais continuavam atentos ao cenário político norte-americano, depois da vitória democrata na Casa Branca, e aos sinais de forte progresso no desenvolvimento de uma vacina da Pfizer, que afirmou ter alcançado 90% de sucesso na prevenção da Covid-19.

Embora esse cenário tenha sido apontado como amplamente positivo, tendo provocado forte impulso ao sentimento global no início da semana, vários analistas citaram arrefecimento no movimento de compra de ativos de risco, com o índice do dólar ante uma cesta de pares fortes subindo quase 0,5% nesta quarta. Peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano --moedas tidas como termômetro de apetite por risco-- eram negociados em queda contra a divisa norte-americana.

Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, citou em nota o avanço global do coronavírus e a resistência do atual presidente norte-americano, Donald Trump, em aceitar o resultado das eleições dos EUA como fatores que se opunham às manchetes otimistas que geraram forte procura por risco mais cedo na semana.

Internamente, depois que um 'evento adverso grave' interrompeu os testes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quarta-feira a retomada do estudo clínico com a potencial vacina contra Covid-19 CoronaVac, da chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan.

No âmbito político, chamava a atenção dos investidores a fala adotada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, quando afirmou, referindo-se à diplomacia Brasil-Estados Unidos, que 'quando acaba a saliva, tem que ter pólvora'.

Bolsonaro se referiu indiretamente a declarações do presidente eleito dos EUA, Biden, sobre levantar barreiras comerciais contra o Brasil para interromper o que o norte-americano chamou de destruição da floresta.

O presidente afirmou também que é preciso enfrentar a pandemia do novo coronavírus de 'peito aberto' e que o Brasil tem de deixar de ser 'um país de maricas', numa referência pejorativa ao receio com a Covid-19, que já matou mais de 162 mil e infectou 5,67 milhões de pessoas no país.

'A celeuma acontece a poucos dias da volta de Brasília às atividades pós-eleições municipais para discutir o orçamento de 2021, incluindo as PECs de revisão de despesas e o programa de transferência de renda – um desafio que não é trivial', disseram em nota analistas políticos da XP Investimentos.

'Era recomendado que o governo concentrasse esforços nesses dias que antecedem o retorno para chegar na semana que vem com o tema encaminhado – o desconcerto de ontem mostra que estamos na direção contrária.'

A saúde das contas públicas tem dominado o radar dos investidores domésticos, que temem que o governo fure o teto de gastos ao tentar promover o financiamento de um novo programa de assistência social em meio a um Orçamento apertado para 2021.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na segunda-feira que tudo indica que o Congresso não vai votar o Orçamento ainda neste ano e isso poderá afetar o rating do Brasil nas agências de classificação de risco.

No ano de 2020, o dólar acumula salto de cerca de 34% contra o real.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista registrou alta de 0,11%, a 5,3913 reais na venda.

O Banco Central fez neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021, em que vendeu o total da oferta.

Escrito por Reuters

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