Ministra das Finanças do Reino Unido rebate críticas de que aumentou impostos para financiar programas sociais

Por Muvija M e William Schomberg

LONDRES (Reuters) - A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, rebateu nesta quinta-feira as críticas de que elevou a carga tributária ao nível mais alto do pós-guerra para financiar mais gastos com programas sociais e de que está levando o Partido Trabalhista de volta ao seu passado de altos impostos e altos gastos.

Um dia depois de anunciar os planos de aumentar os impostos em 26 bilhões de libras (US$34,38 bilhões), além dos 40 bilhões de libras em seu primeiro orçamento no ano passado, Reeves enfrentou perguntas em entrevistas à mídia sobre sua decisão de eliminar o limite de benefícios para crianças para famílias de baixa renda com mais de dois filhos.

'Não acho que as crianças devam continuar sendo punidas por essa política perniciosa, e o custo disso para a sociedade é enorme', disse ela à LBC Radio.

O aumento dos gastos com programas sociais foi atacado pelo Partido Conservador, da oposição, que acusou Reeves de tirar dinheiro dos trabalhadores para apaziguar seus parlamentares inquietos, abrindo novas linhas de divisão política.

No entanto, isso representa um desafio para o Reform UK, o partido populista de Nigel Farage, que tem mantido uma liderança dominante nas pesquisas de opinião há meses e apoiou a suspensão do limite de dois filhos.

Muitos dos jornais britânicos atacaram a política na manhã de quinta-feira, com o jornal Metro, popular entre os passageiros do transporte público, dizendo 'You're Paying!' (Você está pagando!).

Reeves negou a acusação, mas os gastos mais altos com programas sociais incluem o custo de uma reviravolta em julho, quando uma rebelião em seu partido forçou o governo a abandonar os planos de dificultar o pedido de benefícios para pessoas com problemas de saúde.

O think tank Resolution Foundation disse que o 'golpe duplo' das medidas orçamentárias de Reeves em 2024 e 2025 representou o maior aumento consecutivo de impostos já registrado por um governo recém-eleito.

O Office for Budget Responsibility (Escritório de Responsabilidade Orçamentária), que avalia os planos fiscais do governo, disse que os gastos anuais com programas sociais deverão ser maiores em 16 bilhões de libras no final da década do que teriam sido com um plano de atualização orçamentária anunciado por Reeves em março.

Os analistas afirmam que grande parte dos gastos públicos mais elevados está prevista para os próximos anos, ao passo que a maior parte dos aumentos de impostos só entrará em vigor mais tarde, levantando dúvidas sobre a disposição do governo em cumpri-los antes das eleições previstas para 2029.

Reeves disse que pretende tomar outras medidas para acelerar a economia britânica e que as previsões de crescimento mais fraco não levavam em conta novos acordos comerciais e planos para impulsionar o investimento em infraestrutura.

'Há muito mais que farei para fazer nossa economia crescer e melhorar a situação dos trabalhadores', disse ela à Times Radio.