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Mundo ultrapassará meta climática de aquecimento de 1,5°C, diz ONU

Mundo ultrapassará meta climática de aquecimento de 1,5°C, diz ONU

Reuters

04/11/2025

Placeholder - loading - Fumaça sai de chaminés em fábrica na França 04/03/2022 REUTERS/Stephane Mahe
Fumaça sai de chaminés em fábrica na França 04/03/2022 REUTERS/Stephane Mahe

Por Kate Abnett e Simon Jessop

SÃO PAULO (Reuters) - O mundo não conseguiu cumprir sua principal meta de mudança climática de limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C e provavelmente ultrapassará esse limite na próxima década, informou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente nesta terça-feira.

O relatório anual Emissions Gap afirmou que, devido à lentidão das ações dos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, agora está claro que o mundo ultrapassará a meta principal do Acordo de Paris de 2015 -- pelo menos temporariamente.

'Isso será difícil de reverter, exigindo reduções adicionais maiores e mais rápidas nas emissões de gases de efeito estufa para minimizar a superação', disse o PNUMA.

A principal autora do relatório, Anne Olhoff, disse que cortes profundos nas emissões agora podem atrasar o momento em que a superação ocorrerá, 'mas não podemos mais evitá-la totalmente'.

O Acordo de Paris de 2015 compromete os países a limitarem o aumento da temperatura média global a 2°C acima dos níveis pré-industriais e a buscarem 1,5°C.

No entanto, as mais recentes promessas dos governos de reduzir as emissões no futuro, se cumpridas, farão com que o mundo enfrente um aquecimento de 2,3°C a 2,5°C, segundo o PNUMA.

Isso representa um aquecimento cerca de 0,3°C menor do que a projeção da ONU há um ano, indicando que os novos planos de corte de emissões anunciados este ano por países como a China, maior emissor de CO2, não conseguiram reduzir substancialmente a diferença.

Em setembro, a China se comprometeu a reduzir as emissões em 7% a 10% em relação ao seu pico até 2035. Os analistas observam que o país tende a estabelecer metas modestas e a ultrapassá-las.

Essas descobertas aumentam a pressão sobre a cúpula climática COP30 da ONU neste mês, em Belém, onde os países debaterão como dar o pontapé inicial e financiar ações mais rápidas para conter o aquecimento global.

As metas do Acordo de Paris foram baseadas em avaliações científicas de como cada incremento do aquecimento global alimenta ondas de calor, secas e incêndios florestais piores. Por exemplo, o aquecimento de 2°C mais do que dobraria a parcela da população exposta ao calor extremo, em comparação com 1,5°C. O aquecimento de 1,5°C destruiria pelo menos 70% dos recifes de coral, contra 99% a 2°C.

As políticas atuais -- as que os países já têm em vigor -- levariam a um aquecimento ainda maior, de cerca de 2,8°C, disse o PNUMA.

O mundo fez alguns progressos. Há uma década, quando o Acordo de Paris foi assinado, o planeta estava a caminho de um aumento de temperatura de cerca de 4°C.

Mas as emissões de CO2 que retêm o calor continuam a aumentar, pois os países queimam carvão, petróleo e gás para alimentar suas economias.

As emissões globais de gases de efeito estufa aumentaram 2,3% em 2024, chegando a 57,7 gigatoneladas de CO2 equivalente, segundo o PNUMA.

(Reportagem de Kate Abnett, em Bruxelas, e Simon Jessop, em São Paulo)

Reuters

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