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Não durmo tranquilo, não é normal país como Brasil crescer 1%, diz Mansueto

Placeholder - loading - Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. REUTERS/Adriano Machado
Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira que não considera normal país em desenvolvimento como o Brasil crescer 1% ao ano e que, neste cenário, ele mesmo não dorme tranquilo.

'Eu não durmo tranquilo, estou muito preocupado, estamos ainda em país com crescimento muito baixo', disse Mansueto no Fórum Conjunto Consad/Conseplan, realizado pelos conselhos nacionais de secretários estaduais da Administração e do Planejamento. 'Não é normal país em desenvolvimento como o Brasil crescendo 1% ao ano', acrescentou.

Na véspera, o IBGE divulgou uma alta de 1,1% do PIB em 2019, após expansão de 1,3% registrada tanto em 2018 quando em 2017.

O tom do secretário contrastou com o adotado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que avaliou na véspera que o PIB baixo não era surpresa e que não entendia a comoção com o dado.

Mansueto avaliou que esse crescimento claramente causa frustração em vários segmentos da sociedade e, por isso, é necessário que o país siga comprometido com a agenda de reformas.

Para o secretário, o fraco ritmo de retomada da atividade mostra que está sendo 'muito difícil' o Brasil se recuperar da crise de 2015 e 2016. Ele também reconheceu que, adicionando complexidade ao quadro, haverá impacto no crescimento doméstico proveniente da disseminação do surto de coronavírus.

'Agora a gente tem esse problema do crescimento mundial, todos os organismos internacionais estão revisando para baixo o crescimento do mundo. Claro, impacta todo mundo', afirmou ele.

'No caso do Brasil, a gente tem que continuar no caminho e reforçar ainda mais a necessidade de reformas para melhorar a capacidade do país crescer mais, com crescimento de produtividade', reiterou.

Caso haja frustração no cálculo das receitas inicialmente previstas na lei orçamentária anual, será necessário fazer contingenciamento, disse.

O governo se debruçará sobre essa questão depois que for finalizada a nova estimativa para o PIB em 2020. Na véspera, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou à Reuters que o novo percentual será divulgado na próxima quarta-feira, mas não ficará abaixo de 2%, ante o patamar atual de 2,4%.

DÓLAR ALTO

Em meio à volatilidade atual do mercado, Mansueto afirmou que não vê disfuncionalidade no mercado de títulos, razão pela qual o Tesouro não está conversando com o Banco Central sobre eventual atuação conjunta, num cenário de dólar acima de 4,60 reais.

Mansueto pontuou ainda que o tema cambial é de competência do BC e que, por isso, não há conversa com a autoridade monetária sobre o assunto.

Questionado sobre a possibilidade de aumento da oferta de títulos no mercado, ele respondeu que, mesmo que a taxa básica de juros caia, não haverá mudança no cronograma de leilões.

'A gente já faz leilão semanal, então já tem toda uma programação e isso independe da questão de juros. Porque uma coisa é juro de curto prazo, então chega um momento que --e isso é decisão do Banco Central-- mesmo que o juro caia, isso não altera em nada o cronograma de leilão do Tesouro', disse.

TEMPO DO CONGRESSO

Para Mansueto, o cenário para o debate hoje é diferente e mais favorável, permitindo espaço para que temas como a autonomia do Banco Central sejam discutidos, algo que classificou como impensável quatro ou cinco anos atrás.

'O que não pode é a gente querer fazer debate, querer aprovar coisas de forma desesperada', disse.

'Algumas pessoas falam: 'mas o Congresso está atrasando'. O Congresso não está atrasando, o Congresso está debatendo, o Congresso tem o seu ritual, o Congresso tem o seu timing de discutir reformas', acrescentou.

Mansueto também afirmou que 'todo mundo' quer ajuste fiscal, até para que o governo tenha capacidade de aumentar o investimento público.

Nesse sentido, ele pontuou que também não é normal que o Brasil, com uma carga tributária perto de 34% do PIB, tenha um investimento público equivalente a menos de 2,5% do PIB para o setor público consolidado.

(Por Marcela Ayres; Edição de Camila Moreira e Isabel Versiani)

Escrito por Reuters

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