Netanyahu deve ser indiciado em casos de corrupção
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Por Jeffrey Heller
JERUSALEM (Reuters) - O procurador-geral de Israel disse nesta quinta-feira que pretende indiciar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por acusações de corrupção, em uma decisão que acontece apenas seis semanas antes de uma disputada eleição nacional.
Essa é a primeira vez em que um primeiro-ministro israelense no exercício do cargo é notificado oficialmente sobre um planejado indiciamento, o que intensificou a incerteza sobre como Netanyahu, um veterano líder de direita, se sairá contra uma coalizão de adversários de centro.
O efetivo indiciamento, que inclui acusações de suborno, fraude e quebra de confiança, dependerá do resultado de uma audiência, informou o Ministério da Justiça. Isso pode demorar meses.
Na audiência --que pode ocorrer após a eleição de 9 de abril--, Netanyahu pode tentar persuadir o procurador-geral a não indiciá-lo.
Em tom de indignação ao se dirigir à nação no horário nobre da TV, Netanyahu rejeitou as três acusações, descrevendo-as como uma “caça às bruxas” política que visa retirá-lo do poder.
“Eu pretendo servir a vocês e ao país como primeiro-ministro por muitos mais anos. Mas, depende de vocês”, disse, em referência a sua esperança de conquistar um quarto mandato consecutivo em abril.
“Não depende de funcionários públicos. Não depende dos estúdios de televisão. Não depende dos especialistas e dos jornalistas.”
Netanyahu é suspeito de aceitar indevidamente 264 mil dólares em presentes, que procuradores dizem incluir charutos e garrafas de champagne, de magnatas e de conceder favores em supostas tentativas de melhorar a cobertura de seu governo por um jornal israelense e um site.
Ele pode enfrentar 10 anos de prisão se condenado por pagamento de suborno e um máximo de 3 anos preso por fraude e quebra de confiança.
Pesquisas de intenção de voto indicam uma corrida eleitoral disputada para o partido Likud de Netanyahu, com fortes ganhos para a aliança de centro-esquerda liderada por Benny Gantz, um ex-chefe das Forças Armadas que tem prometido um governo limpo.
Escrito por Thomson Reuters
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