Haddad diz ter ficado 'bastante preocupado' com decisão do BC de manter Selic em 13,75%
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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira ter ficado bastante preocupado com a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, argumentando que a inflação do Brasil é mais baixa que a de outros países.
Um dia após a decisão do BC, que abrandou ligeiramente sua orientação sobre a possibilidade de novo aperto monetário, sem indicar a possibilidade de corte da taxa, Haddad voltou a defender 'harmonização' das políticas monetária e fiscal e prometeu 'perseverar no diálogo com o Banco Central e no diálogo com a sociedade'.
“Eu fiquei bastante preocupado com a decisão de ontem do nosso Copom (Comitê de Política Monetária)”, disse, ao afirmar que os juros no Brasil são os maiores do mundo em meio a uma taxa de inflação decadente.
O ministro disse que 'não é verdade' que a discussão sobre a conjuntura monetária opõe o político ao técnico, defendendo que há visões sobre como se deve comandar a política econômica que precisam chegar ao conhecimento da sociedade.
O ministro afirmou ainda que não quer colocar 'pressão política no sentido pejorativo do termo' sobre 'órgão público que tenha legitimidade', referindo-se ao BC.
Em apresentação ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, Haddad disse que o governo está trabalhando em um plano econômico de médio e longo prazo que ainda não veio a público por conta de um 'passivo enorme' a ser enfrentado.
Haddad citou 'um passivo grande no Congresso, um passivo grande junto ao Judiciário, um passivo grande federativo'.
Nesse contexto, 'não é fácil você enfrentar o que nós estamos enfrentando para colocar o trem no trilho, mirando metas desafiadoras, como, por exemplo, o reequilíbrio das contas públicas em 2024', disse o ministro.
Haddad disse ainda que o governo depende do Congresso e do Judiciário para alcançar sua meta de rever desonerações.
'Dependemos do Congresso Nacional, dependemos da sensibilidade do Judiciário para alcançar essa meta que está à mão, em que estamos determinados... e abrir espaço para que, depois da votação da regra fiscal, a gente possa enfrentar um dos maiores desafios desse país, que é a reforma tributária', afirmou ele.
(Por Bernardo Caram)
Escrito por Reuters
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