Greve na Petrobras atinge 6 refinarias e 16 plataformas, diz FUP
Greve na Petrobras atinge 6 refinarias e 16 plataformas, diz FUP
Reuters
15/12/2025
Atualizada em 15/12/2025
Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira
RIO DE JANEIRO, 15 Dez (Reuters) - A greve nacional de trabalhadores da Petrobras, que teve início nesta segunda-feira, obteve até o momento a adesão de 16 plataformas de petróleo no litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, além de seis refinarias e outras instalações da companhia, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), em nota.
A paralisação, que não tem data marcada para acabar, ocorre em meio a disputas relacionadas ao Acordo Coletivo de Trabalho e não causou impactos da produção de petróleo e derivados até o momento, segundo a petroleira.
'O primeiro dia da greve nacional da categoria petroleira já demonstra um movimento muito forte em todos os Estados do país', disse em nota o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Geralmente, durante greves, trabalhadores passam operações para equipes de contingência da petroleira, de modo a evitar ou reduzir impactos operacionais em refinarias e plataformas de petróleo. Quando a paralisação dura poucos dias, dificilmente há impactos no abastecimento.
'A empresa adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido', disse a Petrobras, em nota, pontuando que respeita o direito de manifestação dos empregados.
A FUP afirmou que houve adesão das plataformas PGP-1, PNA-2, P-09, P-19, P-25, P-35,P-38, P-40, P-43, P-48, P-51, P-54, P-56 e P-62, no Norte Fluminense, na Bacia de Campos, de onde os funcionários desembarcaram, além de outras duas no Espírito Santo, que não detalhou.
Não há notícia de adesão das plataformas da Bacia de Santos, onde estão os maiores campos produtores do pré-sal, geralmente com unidades afretadas.
A federação ressaltou ainda em nota que 'sem a troca regular de turnos, a unidade fica parcialmente paralisada ou opera em contingência, o que impacta diretamente a produção e a rotina operacional'.
Segundo a FUP, a greve também alcançou campos de produção terrestre da Bahia, unidades da Transpetro, da PBio e do Terminal Aquaviário de Coari (AM), além da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), em Macaé, e da Estação de Compressão da TBG em Paulínia.
No Rio Grande do Norte, a sede administrativa da Petrobras em Natal teve 90% de adesão, adicionou a FUP.
No caso das refinarias, logo pela manhã, seis refinarias vinculadas a ela não realizaram a troca de turno -- procedimento em que não ocorre a passagem formal da operação para a equipe seguinte, impedindo o revezamento regular e exigindo o acionamento de contingência, conforme os protocolos de segurança.
A situação ocorreu nas refinarias Regap (Betim/MG), Reduc (Duque de Caxias/RJ), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Revap (São José dos Campos/SP) e Repar (Araucária/PR), reforçando o caráter nacional e unitário da greve, segundo a FUP.
A estatal destacou que está em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho desde o final de agosto deste ano. Na última terça-feira, a companhia apresentou mais uma proposta, que segundo a empresa contempla 'avanços aos principais pleitos sindicais'.
'A Petrobras segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais.'
A FUP, por outro lado, afirmou que os trabalhadores apresentaram uma pauta há mais de três meses e os três eixos centrais seguem sem resposta: a distribuição justa da riqueza gerada pela Petrobras, o fim dos Planos de Equacionamento de Déficits (PEDs) da Petros e o reconhecimento da pauta do Brasil Soberano, com a suspensão de desinvestimentos e demissões no setor de exploração e produção.
Paralelamente à greve, aposentados e pensionistas seguem, pelo quinto dia consecutivo, em vigília em frente ao Edisen, edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, acrescentou a FUP.
(Por Fábio Teixeira, Marta Nogueira e Roberto Samora)
Reuters

