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PF manda 727 para prisão após ataques; Moraes diz que 'terroristas' não devem esperar 'colônia de férias'

Placeholder - loading - Ônibus deixa instalação da PF em Brasília 10/01/2023 REUTERS/Amanda Perobelli
Ônibus deixa instalação da PF em Brasília 10/01/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

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Por Leonardo Benassatto

BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal encaminhou 727 pessoas para a prisão das mais de 1.500 detidas por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no domingo, em cumprimento a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para punir manifestantes radicais chamados de 'terroristas' pelo ministro da corte Alexandre de Moraes.

Segundo nota da PF, outros 599 detidos por envolvimento nos atos antidemocráticos foram liberadas por questões humanitárias, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.

Parte dos bolsonaristas radicais foram detidos já no domingo e os demais na segunda-feira, quando soldados da tropa de choque da polícia do Distrito Federal desmantelaram um acampamento em frente ao quartel-general do Exército na capital federal, de onde os manifestantes partiram antes de invadir o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Os manifestantes pediam um golpe militar para anular o resultado da eleição de outubro, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de o candidato à reeleição difundir teorias infundadas sobre uma suposta fraude e se recusar a aceitar cabalmente a vitória do adversário.

O ministro Alexandre de Moraes, que está conduzindo as investigações dos protestos antidemocráticos, prometeu em um discurso nesta terça-feira combater os 'terroristas' em ação em Brasília.

'Dentro da legalidade, as instituições irão punir todos os responsáveis, todos. Aqueles que praticaram os atos, aqueles que planejaram os atos, aqueles que financiaram os atos e aqueles que incentivaram, por ação ou omissão. Porque a democracia irá prevalecer', disse Moraes na posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

As mais de 1.500 pessoas detidas para interrogatório foram levadas inicialmente para um ginásio da PF onde dormiram no chão, algumas cobertas por bandeiras do Brasil, e reclamaram a um jornalista da Reuters que estavam detidas indefinidamente e mal alimentados. Eles cantavam e tiravam selfies com seus telefones, mostrou um vídeo postado nas redes sociais.

Moraes afirmou em seu discurso que 'terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam que estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias, não achem que as instituições irão fraquejar'.

De acordo com a PF, os detidos foram submetidos aos procedimentos de polícia judiciária.

'Após os trâmites realizados pela Polícia Federal, os presos estão sendo apresentados à Polícia Civil do DF, responsável pelo encaminhamento dos detidos ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional', afirmou.

Todos estão recebendo café da manhã, almoço, lanche e jantar, assim como hidratação e atendimento médico quando necessário, acrescentou a corporação.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF) informou que as pessoas presas estão sendo transferidas para o Centro de Detenção Provisória II e a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

O Ministério da Justiça também afirma ter recebido mais de 50.000 denúncias em um portal criado para que membros da sociedade civil possam denunciar participantes dos protestos violentos em Brasília. O canal de denúncias recebeu e-mails com links de páginas de redes sociais, vídeos, anexos e informações sobre invasores e apoiadores.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a Moraes que determinasse às operadoras de telefonia móvel o armazenamento, pelo prazo de 90 dias, dos registros de conexão para determinar geolocalização de usuários nas imediações da Praça dos Três Poderes e no QG do Exército durante os ataques.

Lula se reuniu na noite de segunda-feira com a presidente do STF, Rosa Weber, parlamentares e governadores de Estado em uma demonstração de união nacional para condenar os distúrbios. Eles visitaram o edifício do STF, que foi o local mais danificado pelos manifestantes bolsonaristas.

'Eles querem golpe, e golpe não vai ter', disse Lula, diante de governadores e representantes de 26 Estados e do Distrito Federal, ministros do Supremo, presidentes da Câmara e do Senado em exercício e do procurador-geral da República.

Enquanto isso, Bolsonaro foi internado na segunda-feira em um hospital na Flórida, para onde voou 48 horas antes do fim de seu mandato. Ele disse à CNN Brasil que iria interromper sua estadia lá devido a problemas médicos e retornar ao Brasil antes do final do mês.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle, em Brasília, e Fernando Cardoso, em São Paulo; Edição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)

Escrito por Reuters

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