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PODCAST LADO PESSOAL - FÁBIO BARONE - GENERAL MANAGER BOEHRINGER INGELHEIM BRASIL

Com Millena Machado

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Podcast Lado Pessoal. Podcast semanal com Millena Machado. Crédito da imagem: Antena 1

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Apresentado pela Millena Machado, Lado Pessoal vai te levar até o universo particular dos CEOs. Com um formato descontraído, você vai conhecer aspectos da vida pessoal, decisões impactantes, mudanças de localidade, e, ainda, qual música inspirou os momentos importantes na vida de cada um dos CEOs.

Transcrito:

Legendas:

MM = Millena Machado (Apresentadora do Podcast, Lado Pessoal).

FB: = Fábio Barone (Entrevistado)

Está no ar Lado Pessoal, com Millena Machado, o Podcast de entrevistas da Rádio Antena 1! Vinheta da Antena 1.

Música de introdução deste Podcast: Under Pressure – Queen

MM: Olá!! Está no ar Lado Pessoal! O podcast Rádio Antena 1. Eu sou Millena Machado, e a partir de agora a gente vai bater um papo sincero e descontraído com o executivo que comanda uma das mais importantes empresas que atuam aqui no Brasil. Hoje, revelando seu lado pessoal pra gente, o gerente geral da Unidade de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim Brasil, Fábio Barone, mais conhecido como Barone. Barone, seja muito bem-vindo!

FB: Obrigado pelo convite.

MM: Olha, essa música que a gente abriu, aqui, o nosso podcast, a gente sempre pede pra vocês, nossos convidados, escolherem uma música pra dar o tom da nossa conversa, e Under Pressure, do Queen, quero saber o que esta música diz sobre você, hein? Você é do tipo que gosta de agir sobre pressão ou não? É tudo planejado, é melhor assim?

[0:02:37] -MM: É. E você lembra de alguma situação, assim, que você ficou orgulhoso de... de transpor esse estado de pressão, assim, que de repente, você teve uma grande sacada, uma realização que4, assim, é memorável... Você tem alguma história dessa, assim, pra contar pra gente?

[0:02:53] – FB: Olha, eu sou o que... talvez eu ache que essa é uma autoavaliação, mas também já escutei de algumas outras pessoas, é...eu sou uma pessoa bem centrada, bem equilibrada. Então, tem, sim, alguns momentos aonde... as pessoas que são um pouquinho mais centradas, mais equilibradas, ajuda; eu acho que a própria situação que a gente está vivendo aqui né, se eu voltar... se eu voltar um ano atrás... um ano atrás, praticamente, um pouquinho mais, a gente estava colocando todo mundo em home office, e a acho que, ali, ninguém sabia o que ia acontecer, e nós tivemos dois meses bem ruins, ali, por exemplo, no nosso negócio, no negócio de... de saúde animal, e ali eu acho que foi um momento de... né: “— Ôpa, espera aí! Mas... Vamos... vamos... O ano não está perdido, calma...” A empresa conseguiu colocar todo mundo, ali, no home office de uma maneira muito rápida; já no dia seguinte estava todo mundo usando ferramentas virtuais pra própria equipe comercial; então, eu acho que isso é um exemplo né, isso é um exemplo de: “— ôpa, espera aí... vamos... né... Vamos parar...” Como a gente fala né, no futebol tem... Então: “mata a bola no peito, coloca ela no chão, para de dar chutão e vamos pensar”. Acho que é um pouco isso que a gente tem que fazer sempre nessas situações.

[0:04:08] – MM: Ah... Gostei disso! Pelo jeito você gosta de futebol, então?

[0:04:11] – FB: Ah, como... quase todos né, brasileiro [risos], mas gosto de...de futebol, mas eu gosto muito de esporte, de qualquer... qualquer esporte me interessa, e é a minha válvula de escape; então, mais do que um interesse de torcer por um time, também é ali onde eu consigo... colocar todas as frustrações pra fora, é através do esporte.

[0:04:31] – MM: E aí, como é que você faz pra estimular a sua equipe, você usa muitas alegorias, assim, esportivas, você faz muitas atividades que envolvem esse exercício físico, essa coisa do contato, do coletivo, como é que você põe todo mundo pra trabalhar, Barone?

[0:04:46] – FB: Olha, eu... Hoje eu tenho um time tão bom, que é incrível, que cada um tem, ali, o seu talento, e a gente conseguiu, incrível, usar... usar o talento de cada um; então, a gente já teve várias reuniões, pra te dar um exemplo, onde a gente descobriu que alguém tem talento, ali, pra ensinar yoga...

[0:05:05] – MM: Ahnnnn!

[0:05:05] – FB: Então... No time, no time... Então, várias reuniões, ali, a gente abre, às vezes, com uma... com uma série de yoga ou...se é um intervalo, se precisamos fazer um break, um intervalo de 5, 10 minutos, ela vai me dar um alongamento; então é... eu acho que é descobrindo né, coisas do time, coisas nossas e coisas do time, a empresa fica muito mais rica. Então, hoje a gente tem professora de alongamento, professora de yoga, tem gente que conta piada, tem gente que canta música, e aí a gente vai descobrindo, né, vai descobrindo. Eu acho que eu não sou... né, Millena, eu acho que eu não sou nada talentoso pra essas coisas, eu tive que ir descobrindo no time, aí, quem... aonde estão os talentos pra aliviar um pouquinho o nosso dia a dia.

[0:05:46] – MM: Rsrsrs... Aí, pra você, então fica a questão de orquestrar todo mundo: “agora o violão, alongamento; agora o piano: vamos lá... nosso pilates; momento piada: façam um solo. [risos].

[0:05:58] – FB: É isso mesmo. Pra mim ficou essa função né, de... acho que, primeiro, entender quando o time precisa. Eu acho que isso foi uma das coisas que mudou, não dá pra começar toda reunião já falando de negócios, a gente tem que, também, entrar nesse lado pessoal; hoje ficou muito importante isso, porque a gente perdeu né, o tempo do cafezinho, aqueles 5, 10 minutos antes da reunião que... que pro brasileiro é tão importante. Então, a gente está tentando, agora, seja qual for a ferramenta virtual, remota que a gente está usando, retomar esse cafezinho. Então, é isso mesmo. Hoje a gente conversa muito.... alguém tem que contar alguma coisa diferente: “— ah, olha, tem gente que adotou um animal de estimação”; tem gente que casou, tem gente que mudou de casa, tem gente que teve filho na pandemia; então, a gente procura essas histórias aí pra descontrair um pouquinho o ambiente, também.

[0:06:47] – MM: Entendi. E me conta, o resultado né, que você já colhe de tudo isso. Então, qual a principal diferença que você já vê de como era o modo de trabalhar anterior ao isolamento, dessa forma mais analógica e pessoal, presencial nos escritórios, e dessa forma que vocês desenvolveram aí na empresa, a con... a contribuição de cada um, além da parte profissional, mas, também, da parte pessoal de... de autoconhecimento, de desenvolvimento, também, porque não espiritual; onde vocês estão chegando com tudo isso?

[0:07:20] – FB: Olha, Millena, eu te diria... no mínimo duas coisas: primeiro, por incrível que pareça né, a gente está mais longe, mas, hoje, depois aí de 12, 14 meses, a gente conseguiu estar mais próximo, por maior que possa ser esse paradoxo. Quando a gente começa né, a dividir um pouquinho dos desafios pessoais que a gente tem, quando a gente começa ser... mostrar o nosso lado... todos nós somos seres humanos. Tem uma certa vulnerabilidade, isso acabou aproximando muito a gente, né; um lado quis... desde aonde a gente se mostrava, principalmente o executivo, tinha que ser aquele executivo que: ah, tinha todas as respostas, tinha todas as soluções, estava sempre bem, sempre animado, é... hoje a gente conseguiu mudar um pouco isso. Então, tem esse tempo, aí, de: “— olha, vamos trocar um pouco”. Acho que tem essa troca, e essa troca aproxima, né... É muito legal, essa troca, ela acabou tirando paredes aí, cortando algumas barreiras. Então, hoje, essa proximidade, ela gera muito mais engajamento. Eu acho que engajamento, com essa proximidade é uma coisa, e acho que as pessoas, elas estão colocando... até desafiando mais: “—já que eu estou mais próximo, já que eu conheço o outro, eu conheço quem está aqui do meu lado, eu estou me sentindo mais à vontade pra trazer algumas questões que, geralmente, não saíam ou ficavam com mais receio, com um pouco mais de vergonha”. Hoje não, eu acho que a gente conseguiu aqui um ambiente mais agradável e menos... menos pressionado, né, menos pressionado, embora todo esse ambiente de pandemia, tudo, a gente... a gente está indo nessa direção, que é uma direção muito legal.

[0:08:56] – MM: E, pelo jeito como você me conta, com satisfação, com leveza, com orgulho né, desse novo método aí que vocês desenvolveram no dia a dia pra trabalhar, me parece bem, bem forte, consistente a coisa né; vocês trabalham numa empresa de saúde, no caso focada nos animais, mas vocês também estão promovendo o bem estar de vocês aí também; essa questão da saúde mental, que hoje muito se fala sobre esse momento de preservar as ideias, de organizar as coisas, de criar esperança, de fortalecer a função de cada um...

[0:09:32] – FB: É isso mesmo. Como eu estava te falando, a gente saiu um pouco na frente; por exemplo, o home office, pra nós, já era... algo... natural, no mínimo, uma vez por semana todo mundo fazia home office, alguns colaboradores faziam duas ou três vezes; então, foi uma evolução natural. Você coloca o desafio da saúde mental, hoje, lógico, é uma preocupação nossa, mas trouxemos muita gente pra falar, a gente colocou, hoje, a gente tem cafés virtuais em todo... então, seja com colaboradores que estão na fábrica, sejam colaboradores que estão na... na equipe de vendas, sejam os colaboradores que estavam no escritório; a gente tem, hoje, mais seções de reconhecimento, de iniciativa, do que a gente tinha no passado. Eu te diria que a gente, realmente, a gente tirou um bom proveito né, desse novo momento, lógico que como desafio, a gente foi aprendendo ao longo do caminho enquanto pessoa, enquanto profissional, mas hoje eu acho que a gente está num... está num momento muito bom, né, está num momento muito bom, é logico, com todo o desafio do contexto acerca da pandemia, da crise, olhando, lógico, pra comunidade, pra sociedade mas, internamente, a gente está num momento muito bom.

[0:10:42] – MM: Barone, pelo seu histórico de carreira, eu posso concluir aqui que: saúde e higiene são dois segmentos que você transita muito bem, e vejo que você escolhe bem a empresa que você trabalha né, só empresa grande, líder, inovadora, e... eu até arrisco dizer que você, apesar de ter dito que não gosta de viver sob pressão, que prefere o planejamento, mas quando chega na hora de enfrentar desafios, de mudar de país, de conhecer culturas novas, falar outra língua, você gosta, né, de se lançar nesses novos mundos? Então, eu fico, agora, curiosa pra entender como é que funciona essa questão do ‘virar a página’ pra você, do desapego né? Que eu vejo, agora, você falando com tanto orgulho dessa sua nova fase e.... também fazendo relação com o seu passado, por exemplo, ó: da americana Johnson & Johnson você foi pra inglesa Reckitt Benckiser, depois você foi pra francesa Sanofi, agora na alemã Boehringer Ingelheim, é... como é que é esse ‘vira a página’ aí, hein? Uma pessoa planejada desapega fácil?

[0:11:46] – FB: É... E tem que desapegar né, Millena, porque, assim, tem um outro lado, também, que é a gente sair da zona de conforto. Não é novidade isso, mas a gente tem que, constantemente, estar nos desafiando pra sair da zona de conforto. Eu acho que todas essas mudanças, elas me tiraram da zona de conforto. Eu vou te dar um exemplo, agora, da minha última experiência, você falou, então, eu sou, né, o gerente geral da área de saúde animal da Boehringer, mas, o que eu entendia de saúde animal quando eu cheguei na Boehringer? Eu vinha de saúde humana, então eu não entendia nada de... né, de saúde animal, e saúde animal nós estamos falando desde produtos pra cachorro e gato, que está mais próximo da gente, mas também a gente está falando pra produtos pra área de pecuária, por exemplo, pra bovinos que a gente chama... Então, tem uma coisa legal aí, muito interessante, que, de novo, não é novidade, que é: “ôpa!” te obriga a sair da zona de conforto, você muda de uma empresa, você muda uma posição social, você muda de país, você muda de... né, de uma indústria, necessariamente você entra na fila do aprendizado de novo, né. Então, você tem que ter ali uma humildade e se cercar de pessoas que saibam porque você não sabe, não adianta você falar: “— não, eu sei tudo desse mercado”, porque ele... ele é completamente novo; não adianta você estar num país que você acabou de chegar e você... e aí, rapidinho, eu vou te contar a história da Inglaterra, que eu fui morar em Londres, e o primeiro dia que eu cheguei ali, né, então você pega o avião, você chegou ali, o voo 11, 12 horas, é... bom! Só pra você... alugaram pra mim um carro no aeroporto, só que ali você dirige do lado....

[0:13:19] – MM: Não inglesa, né?

[0:13:22] – FB: Direito né...

[0:13:22] – MM: É...

[0:13:22] – FB: Não do lado que a gente... Mão inglesa...

[0:13:24] – MM: É....

[0:13:25] – FB: E a única coisa que eu tinha pedido foi: “— ó, a mão inglesa até eu consigo... eu consigo lidar com isso”; eu fui preparado pra isso, mas, coloca um GPS nesse carro que eles alugaram aí pra mim, e é obvio que, quando eu cheguei lá, tinha dado um problema e o carro não tinha GPS. Então, era eu e a minha esposa, na época, é... não tinha filhos ainda, a gente cheios de mala, com o fuso, dirigindo numa mão contrária, com um mapa na mão pra chegar no flat que a gente ia ficar. Então, são coisas, assim, que elas ficam mais complicadas é... mas, esses desafios, depois você olha pra trás e fazem.... e fazem você crescer muito. Às vezes um desafio simples, como esse, né, de: “— ôpa, estou no aeroporto, pra onde que eu vou agora, como que eu vou, como que eu vou dirigir”, até o desafio do negócio e tudo mais. Então, essa parte eu gosto, eu gosto de ser planejado, como eu te disso, como você falou, mas essa parte do desafio novo, de... né, de aprender coisas novas, uma cultura nova, me interessa muito, e acho que é aí que a gente cresce. Quem vem perguntar pra mim: “— ah, você acha que eu devo morar fora?” E aí eu sou... eu falo: “olha, eu sou totalmente enviesado, eu acho que você tem que ir”, porque vai te tirar da sua zona de conforto.

[0:14:29] – MM: Olha! Já imagino você, como chefe aí também né, conversando com as pessoas: “— vamos fazer, cria! Sair da zona de conforto, isso a gente já fez”... Você deve, assim, demandar bastante pra sua equipe, então, pelo jeito, já que você tem esse tipo de cobrança, essa proposta pra você mesmo né, de nunca se acomodar, de estar sempre aberto a novos conhecimentos, eu acredito que você também estimule muito isso a sua equipe, então...

[0:14:57] – FB: Eu acho que é parte né, do líder, é isso, é você estimular, desafiar um pouco a equipe. O que eu acho que... que também é nosso desafio enquanto líder, é também fazer isso de uma maneira saudável, é mostrar pra pessoa: “— olha, eu estou aqui te suportando, eu estou aqui do seu lado, né, mas vamos tentar? Vamos tentar fazer diferente, vamos nos ater à maneira como a gente está fazendo isso?” Acho que, quando eles sentem esse suporte, que você também está ali do lado, todo mundo compra essa ideia. É como eu te falei, eu tenho um time um time hoje é... que está sempre inovando. Quando que eu poderia imaginar que a gente ia estar dando, antes de alguma reunião, uma aula de yoga, o time está dando aula de yoga antes de alguma reunião, alongamento? Então isto é feito. Eu acho que faz parte né, do líder, ele te dar essa condição agradável, desafiar na medida certa, e suportar aí o nosso time pra que eles atinjam aí tudo o que eles querem também.

[0:15:54] – MM: Das suas experiências até aqui, em qual momento você acha que você conseguiu absorver o maior aprendizado da sua vida, que você se reconheceu... é... ou como adulto ou como homem ou como pai de família ou uma pessoa cidadã, mesmo? Qual dessas empresas, qual dessas experiências aí te trouxe mais senso de realidade, assim, te aterrissou mais?

[0:16:21] – FB: Olha, Millena, tem um... uma vez eu escutei que o artista, ele sempre acha o... o último trabalho dele o trabalho mais completo, né, então eu gostei disso quando eu ouvi e eu falo que esse trabalho que eu estou agora, esse desafio, pra mim ele é o mais completo. Tem... Eu acho que tem uma série de circunstâncias, eu sou... esse ano eu faço 50 anos, eu também já tenho... casado, dois filhos...

[0:16:43] – MM: Parabéns!!

[0:16:45] – FB: É... Obrigado! Então, eu acho que tem uma confluência aí de coisas, eu te diria que, nesse desafio, agora, é onde eu estou me sentindo mais realizado. E a maneira de como a gente está... eu e toda a organização encarando esse desafio da pandemia, encarando todos os desafios, eu te diria que eu estou num momento... muito positivo, assim, eu estou muito feliz com o que a gente está realizando e com o momento que estou tanto pessoal quando profissional.

[0:17:12] – MM: Que bom! E tem algum momento que você sente saudade?

[0:17:17] – FB: Tem... Têm momentos, ali, quando eu comecei né, acho... todas as posições, elas são importantes, é uma delícia você ser, por exemplo, o estagiário...

[0:17:26] – MM: [Risos]

[0:17:27] – FB: Né? Estagiário é um... Né? Você ainda está na faculdade e...e vai além.... Nossa! Eu....Acho que era... Eu brincava muito, embora eu seja mais introspectivo, mas ali quando eu era estagiário eu ia na... naquele época eu não tinha sala, eu ia na sala de outras pessoas, brincava com todo mundo, tinha uma chefe, uma gestora que me caçava porque eu estava lá aprendendo; já tinha terminado o que eu tinha feito, mas... eu estava brincando ou contando piada com alguém, e tomando cafezinho; hoje a gente tem menos tempo pra isso, né, a gente tem menos tempo pra isso, mas são... eu tenho saudade sim, acho que de todas as organizações que eu passei, acho que como você falou, eu tive muita sorte, e são organizações onde eu deixei muitos amigos, é.... tenho melhores amigos, eu tenho... eu sou padrinho de casamento, afilhados; então, eu acho que foi sempre uma jornada muito legal, assim. Mas eu... eu tenho saudade desse começo aí de quando você está na faculdade, faculdade junto com.... trabalhando já, logo no comecinho da saudade...

[0:18:34] – MM: Onde que você fez estágio, em qual empresa foi?

[0:18:38] – FB: O estágio acho que eu comecei.... acho que um dos primeiros estágios na Johnson...

[0:18:42] - MM: Tá...

[0:18:43] – FB: Né... Com a Johnson eu trabalhei aí por 11 anos, então eu entrei como estagiário e fiquei por 11 anos.... é... uma super empresa também, com valores centenários, ali, alguém muito... muita divisão ali, uma empresa com mais de 100 anos, mas já tinha valores bem... é... bem arraigados, assim, uma pessoa...alguém que fez, né... que construiu a Johnson foi uma visão muito grande; então, era um ambiente muito gostoso pra trabalhar; tenho amigos de lá até hoje.

[0:19:10] – MM: E como é que você lida com os seus estagiários hoje? Você conversa com eles, tem essa oportunidade ou o teu dia a dia acaba ficando mais restrito à diretoria, como é que é isso?

[0:19:20] – FB: Não... Né... Eu acho que tem outra coisa, também, que fala assim: “—olha, seja hoje a pessoa que... que você queria te tivesse... ali né, naquele momento seu”. Então eu me... É... Eu lembro muito disso... Pôxa!... Quem é a pessoa que eu... como é o profissional que eu queria, aí, que me ajudasse quando eu era estagiário?

[0:19:38] – MM: Humm...

[0:19:39] – FB: Então... É... Eu tento ser essa pessoa. Então, eu adoro conversar com estagiários, eles... né, eles também ensinam, é uma troca, né, é uma troca... seja estagiário ou quem está, né, em começo de carreira, os jovens aí, a gente tem muito né, pra retirar pra gente; estão vindo aí com uma... uma consciência de... consciência social, de meio ambiente, de prioridades da vida muito interessante, e a gente tem que beber dessa fonte também. Então eu tenho que estar muito próximo, mas aí... né, é dos dois lados, é eu dividir um pouco a experiência, mas eu também aí é... é beber um pouco dessa... dessa fonte da juventude aí porque eles têm, têm muito pra ensinar pra nós também, com certeza.

[0:20:20] – MM: Gostei disso que você falou que você está tentando ser o líder que você gostaria né, de ter convivido na sua fase de estagiário. Você lembra, assim, uma frase de chefe que te deixava, assim, transtornado ou com muita raiva...rsrsrs... “—Não, ele não entende!” rsrsrsrs... “Não é possível que eu estou ouvindo isso!” E que você não repete; você nunca falou pra ninguém: “—Não, gente, isso aí é inadmissível, imagina... injusto!”

[0:20:43] - FB: Olha, eu tenho... como eu te falei, tenho uma característica, que é difícil a gente mudar uma característica que é nossa, por mais feedback que a gente receba é muito difícil mudar, então, como eu te falei, eu sou uma pessoa quieta, uma pessoa introspectiva, quando você me pede pra falar você vê que eu estou... eu falo sem parar, mas, no meu natural, eu sou mais quieto, introspectivo, então eu meio que levanto essa bandeira, é... não dá né, numa organização você tem diferentes perfis ali, né, dezenas de perfis, e a gente tem que entender quando o momento favorece um perfil ou outro. Então, sempre quando eu vejo, ali, alguém mais quietinho ou alguém mais tímido ou alguém que não falou muito na reunião, eu falo: “opa, esse eu posso ajudar”. Esse eu sei o que ele está sentindo, seja qual for o motivo, ou... porque é que ele ficou quieto e, às vezes, a pessoa tem muito pra agregar, o pessoal tem muito pra agregar e não achou o momento ou ficou mais... mais tímido; então, eu acho que quando eu...eu consigo observar isso, eu chego pra esse profissional e falo: “— ó, vamos tomar um café, se você não contribuir numa reunião, se você não falar, as coisas vão ser mais difíceis”; né, as coisas vão ser mais difíceis, é um pouco... esse mundo, hoje, que... que todo mundo fala muito, que todo mundo divide opinião de maneira, né... toda hora, é em grupo de whatsapp e tudo mais, é... você imagina o introspectivo né, nesse mundo. Então, eu acho que isso é uma coisa que me toca ainda hoje; quando eu observo alguém assim, primeiro eu tento trazer, lógico, a contribuição dele pra reunião, mas também, ali, com certeza eu vou tomar um café com ele e vou falar: “— olha, eu já fui igual a você, ainda sou, e o que a gente vai fazer pra... pra mudar isso?”

[0:22:17] – MM: Rs... É, imagino, se a pessoa é tímida mesmo, quando está numa reunião e o chefe pede pra falar: “— e você, fulano, o que você tem a dizer?” ...rsrsrsrs... É, deve doer...rsrsrs... Mas você está certo, é um aprendizado que você passou e tem que, realmente, encorajar as pessoas, e... É difícil mesmo né, a gente ser encorajado e encorajado na medida certa, sem causar traumas, pelo contrário, inspirando a pessoa né, fazendo ela respirar e agir né, inspirando mesmo, de fato. Barone, olha só, eu sei que entre os seus vários hábitos diários, dormir bem é uma questão que você preza, bastante; então, conta pra gente a fórmula aí, o seu segredo aí do relaxamento; quantas horas de sono você precisa por dia, hein?

[0:23:01] – FB: Sete!

[0:23:02] – MM: Sete?

[0:23:03] – FB: Eu preciso, no mínimo, umas 7 horas. Se for 8, melhor ainda, mas 7 já ... já... já tá de bom tamanho.

[0:23:11] - MM: Tá bom!!!

[0:23:12] – FB: Isso é muito intere.... É... E é, também, muito interessante, porque eu sempre escutei isso; “— ah, eu sou um executivo, e eu durmo 5 horas por noite”. Nossa! Eu falava: “— gente, eu nunca vou poder ser isso... ser um executivo ou chegar ali”... falei: “—não... numa posição de liderança”. [risos].

[0:23:27] – MM: Rsrsrs... Se essa é a condição, né....

[0:23:31] – FFB: Não funciona pra mim, Millena, eu... nessa condição, eu tô fora, né, eu tô fora! Então, eu acho que.... Né, eu entendi nisso... né... Eu acho que você precisa entender o que funciona pra você; eu entendi, pra mim, que... dormir bem, me alimentar bem e fazer um esporte, era a minha fórmula, né; era a minha fórmula e eu não poderia e não posso, não posso até hoje, abrir mão disso, né, abrir mão disso. Então, aí vem, acho que a questão da disciplina, do planejamento, porque se eu não conseguir isso, é lógico, não é todo dia que eu consigo isso, mas se eu não conseguir isso né, na maioria dos dias da semana, aí eu vou estar me transformando em alguém que eu não sou, não vou estar no meu melhor, não vou estar com a minha melhor energia; então, eu, sempre quando alguém fala: “— não, tem que dormir 5 horas, não pode fazer exercício, tem que abrir mão disso”, “ôpa”, eu falo: “ — não, não consigo ir por esse caminho, não dá pra ir por esse caminho”.

[0:24:28] – MM: Acho que, também, o fato de você ter morado em diversos países, trabalhado em empresas que são muito eficientes, né, são grandes empresas, e elas têm esse lugar ou ocupam esse lugar de destaque no segmento de cada uma, justamente pela eficiência. Naturalmente você foi aprendendo a ser eficiente também, talvez não precise, também, de jornadas tão longas, talvez tenha... reconheça já o valor de espairecer ao longo do dia ou no começo do dia ou no final do dia né, consegue, de alguma forma, equilibrar tudo isso e não precisa comprometer seu sono nem os momentos de família ou seus momentos de cuidados pessoais, porque você já está desenvolvendo seu trabalho de forma eficiente.

[0:25:09] – FB: É isso mesmo. Agora, você falando me veio, por exemplo, na minha experiência, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, eles são muito disciplinados com relação aos horários, até porque, às vezes, eles não têm, às vezes, a família perto ou eles não têm o suporte de alguém que pode ficar em casa com as crianças e tudo mais, ou mesmo a escola, escola você tem que buscar naquele horário e não tem 5 minutos a mais. Então, isso faz com que eles sejam muito eficientes durante o dia, ali na jornada normal, porque eles precisam sair no horário correto. Muita gente até vai... vai com transporte público, o transporte público funciona mais lá né, do que funciona aqui é.... Então, aprendi, lá, isso: “olha, tem que ter disciplina, porque se eu quero sair naquele horário, e eu não posso ‘não’ sair no horário porque, de novo, pegar o filho na escola ou vou ter que pegar aquele horário do trem ou do metrô, a coisa precisa acontecer. Então, você vai se apegar a isso: “ôpa, eles sabem, ali...”; dá pra fazer né, dá pra fazer, dá pra ser mais eficiente, e vem questão, de novo, do planejamento; acho que foi um aprendizado bom aí que eu trouxe de outras culturas.

[0:26:16] – MM: É... É... Olha só quantas vantagens, né, de se arriscar ao novo, de se lançar aí pelo mundo, muitas, muitas vantagens. Tenho certeza que está sendo um papo inspirador, o pessoal que está aí já pensando o que vai fazer da vida, com a próxima carreira ou como se desenvolver, que já estava querendo né, experimentar morar em um outro lugar por qualquer que seja o motivo, já está vendo aí que existem vantagens de... de aprimoramento pessoal mesmo que refletem diretamente aí na sua vida profissional. Você falou da importância do esporte, e eu estou observando aqui que você tem muitas atividades físicas distintas: é corrida, é tênis, é pilates, quer dizer, até na hora que você vai se movimentar... o negócio é não cair na monotonia né, é assim que te agrada né, família, colegas de trabalho, amigos; convida pra fazer uma cosia diferente que você tá dentro, porque até na hora do exercício físico você, também, dá uma variada; qual é o benefício de cada uma dessas atividades físicas aqui pra você? Por que correr, por que tênis, por que pilates, como é que é isso?

[0:27:52] – MM: Olha!

[0:27:53] – FB: E eu faltei duas aulas só, até hoje, de dezembro até maio, aqui que nós estamos, é.... então funciona bem, acho que veio... me trouxe, me tirou qualquer dor que eu tinha, hoje eu alongo melhor; continuo não sendo nenhum né... não é que eu evoluí muito, mas assim, pra o que eu queria já... já tá de bom tamanho, e me ajudou, acaba me ajudando tanto no tênis quanto na corrida, eu corro muito mais sem dor hoje, ou jogo tênis; então, uma coisa acaba ajudando a outra, mas, o pilates é a novidade do ano.

[0:28:25] – MM: Ó... tá gostando, então, só faltou duas vezes.... Parabéns! Já achou, aí mais uma atividade pra se dedicar. É... esse dia, olha, o dia do Fábio Barone não tem 24 horas, tenho certeza, tenho certeza... rsrsrsrs... Ele multiplica as horas aqui. E, tenho certeza que encontra horas pra família, também.... qual é a principal atividade, aí, quando o grupo está reunido: você, a esposa, os filhos, o que vocês mais fazem juntos?

[0:28:54] – FB: A gente gosta, bastante, de cinema né, de ver filmes e, principalmente, em casa...

[0:28:59] – MM: Uhumm!

[0:29:00] – FB: Agora né, não tem jeito e a gente gosta bastante desses jogos, assim, de... de ball out, tipo jogos de adivinhação ou mesmo ficar lembrando de coisas que a gente já fez, de áreas que a gente já fez, a gente está muito, sempre muito próximo né. Como eu te falei, eu tenho um menino, o Leonardo, de 11 anos, a Isabela de 8, e a gente, então, é muito cinema, muito ali, e todo mundo junto, todo mundo perguntando coisas que a gente já fez; tem uma... acho que com a pandemia, agora, tem uma questão de comida, a minha esposa... ela sabe ali, ela já fez curso de chef, então ela ensina... ensina a gente, todo mundo a cozinhar junto ali, e eu só... só fico mais na observação...

[0:29:45] – MM: Que legal!!!

[0:29:45] – FB: Mas é um momento, ali, da família, de todo mundo estar junto; então, acho que o cinema, essa questão das refeições, hoje, isso ajudou... tem ajudado bastante a gente a estar junto e ter uma interação muito legal.

[0:29:58] – MM: Então, deve ser super dinâmico tudo, sempre, né... Você, Leonardo, Isabela, Daniela, a sua esposa, então todo mundo, ali, na cozinha junto, cada um faz um pouquinho, todo mundo falando... Põe música, também, nessa hora?

[0:30:12] – FB: Põe música, ôpa, tem música! E cada um pode escolher a música ou a trilha, ali, uma vez e pensa, e coloca um, o outro não gosta, e tudo mais, então, também tem esse.... esse lado democrático aí.... [risos].

[0:30:26] – MM: Escuta, e nessa democracia toda escolher um filme, como é que é? Votação? É fácil encontrar aí o voto da maioria, como é que é essa sessão de cinema? Pipoca um sabor só? Agora fiquei curiosa, já que é tão participativo tudo, como é isso? Rsrsrs...

[0:30:41] – FB: É bem.... Também cada um tem a sua vez, entendeu? Cada um tem a sua vez. Mas é lógico que quando a gente está com eles tem que.... né, um filme mais apropriado aí pra idade deles, pra crianças, séries também, a gente vem acompanhando juntos, mas cada um escolhe uma vez: Não, animação não, quero ver filme mesmo, nada de desenho, é... é uma boa discussão, acho que.... né, como fazer um paralelo ali com fazendeiros, tal, reuniões, assim, é sempre uma boa discussão. [risos]

[0:31:12] – MM: Rsrs.... Aiii... Que gostoso! Barone, adorei receber você aqui, viu! Você foi super legal com a gente, foi sincero, aberto, contou um monte de coisa pra gente, foi muito legal mesmo, e inspirador, e.... que bancana... que bacana! Saber mais da sua trajetória, de como você lida pessoalmente aí com os seus desafios, as suas questões, e eu desejo pra você aí, olha, cada vez mais sucesso na sua jornada, que você tenha ainda mais reconhecimento profissional, que você tenha mais sonhos, mais realizações. E você saber que, pra encerrar, você pode dedicar uma música aqui no nosso podcast Lado Pessoal, e eu sei que tem uma música que você gosta, eu vou até contar qual é aqui ó: The Promise, do When In Rome, e eu queria saber pra que você dedica essa música, e por que ela é uma de suas favoritas?

[0:32:04[ - FB: Aí eu fui um pouco... fui um pouco nostálgico, acho que, né, aí entreguei a idade, mas, voltando alguns anos ali na... no finalzinho da escola, tudo, eu acho que era uma música que me marcava; quando eu ia fazer esporte, tinha um jogo importante, numa final, eu colocava essa aí pra... pra ouvir; então, lembro muito dos meus amigos, acho que...pra mim é importante, mas hoje você me deu essa deixa, eu vou dedicar pra eles, ali, meus amigos desde... época de colégio, meus amigos que eu fiz depois durante a vida aí, essa música vai pra eles.

[0:32:34] – MM: Não tem como fugir aos nossos amigos, são as primeiras referências externas né, é ali que a gente se compara, é ali que a gente se acha né, acha as igualdades, as diferenças, onde a gente começa a ter uma consciência sobre si mesmo, e é ali que nascem os sonhos né, 13, 14 anos, é onde a gente pensa o que a gente quer ser quando crescer.

[0:32:53] – FB: É isso mesmo, Millena. E eu tenho, coincidentemente, hoje eu fui almoçar com meus amigos de colégio, então são... são 4, 5 amigos aí que a gente tenta sempre estar juntos, mais de 30 anos juntos; então, acho que essa música lembra muito o período que eu vivi com eles ali na escola, uma fase muito boa também da minha vida.

[0:33:11] – MM: Ah... que legal! Barone, obrigada pela sua presença aqui, viu!

[0:33:16] – FB: Eu é que agradeço, espero que tenha sido legal né, que alguém tenha escutado, que pelo menos tenha rido um pouco, e sucesso e saúde pra todos nós aí.

[0:33:26] – MM: Amém! Foi super legal! Um beijo... Até breve! Esse podcast com o lado pessoal de Fábio Barone, gerente geral da Unidade de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim, Brasil, ficará disponível pra você escutar quantas vezes você quiser. Então, aproveite! E compartilhe muito! A gente se encontra no próximo podcast, hein!” Até lá...

Escrito por Millena Machado

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