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Portugal endurece regras de imigração após guinada à direita

Placeholder - loading - Primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, discursa durante cerimônia de posse, em Lisboa 02/04/2024 REUTERS/Pedro Nunes
Primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, discursa durante cerimônia de posse, em Lisboa 02/04/2024 REUTERS/Pedro Nunes

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Por Catarina Demony e Patricia Vicente Rua

LISBOA (Reuters) - Portugal anunciou nesta segunda-feira um novo plano que endurecerá algumas regras para imigrantes, seguindo os passos de outros países da UE e a dias de os europeus irem às urnas em uma eleição que deve inclinar a política do bloco à direita.

A nova regra exigirá que os imigrantes tenham um contrato de trabalho antes de se mudarem para Portugal.

“Precisamos de pessoas em Portugal dispostas a nos ajudar a construir uma sociedade mais justa e próspera”, disse o primeiro-ministro português, Luis Montenegro. “Mas não podemos ir ao outro extremo e ter portas escancaradas”.

O governo proibirá um mecanismo amplamente usado chamado “manifestação de interesse”, que durante anos permitiu que imigrantes de fora da UE sem um contrato de trabalho se mudassem para Portugal e solicitassem residência após pagarem previdência social por um ano.

O fim do mecanismo significa que os imigrantes precisam ter um contrato de trabalho antes de se mudarem para o país. A entrada de profissionais qualificados, estudantes, pessoas de nações de língua portuguesa e buscando se reunir com a família serão priorizadas. O governo não deu detalhes sobre a quais “qualificações” se refere.

Segundo Montenegro, há atualmente cerca de 400 mil processos de regularização pendentes, um problema que o governo espera tratar criando uma força-tarefa, reestruturando a recém-criada agência de imigração e fronteira e alocando mais funcionários.

O plano ilustra a guinada à direita das políticas em grande parte da Europa, com os governos tentando evitar a ascensão da extrema-direita sendo mais rígidos com a imigração.

A extrema-direita está se recuperando em Portugal, após a eleição geral em março, vencida por uma margem pequena pela Aliança Democrática (AD), de direita. A AD está governando sem uma maioria e precisa de apoio do partido de extrema-direita Chega ou dos Socialistas, de centro-esquerda, para aprovar legislações.

O populista e anti-imigração Chega é o terceiro maior partido político de Portugal e quadruplicou sua representação parlamentar, com 50 assentos.

Partidos de extrema-direita e conservadores devem ganhar força nas eleições do Parlamento Europeu nesta semana, possivelmente inclinando as políticas da UE a uma abordagem mais dura em relação à lei, à ordem e à segurança da fronteira.

Aproximadamente 800 mil imigrantes vivem em Portugal, quase o dobro de uma década atrás. Cerca de 14% dos pagadores de impostos são imigrantes, contribuindo com mais de 1,6 bilhão de euros à economia em 2022 e recebendo cerca de 257 milhões de euros em benefícios sociais.

Embora os imigrantes façam contribuições significativas, é mais provável que tenham trabalhos precários e salários menores, segundo o Observatório da Imigração. Em um relatório em 2023, o observatório disse que alguns setores entrariam em colapso sem trabalhadores estrangeiros.

Durante o governo anterior de oito anos dos Socialistas, Portugal teve um dos regimes mais abertos a imigrantes da Europa, embora eles há muito tempo reclamem de graves atrasos para obter residência e outros documentos.

Os atrasos deixaram muitos sofrendo para acessar moradias e empregos.

Escrito por Reuters

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