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May buscará consenso sobre Brexit após vencer voto de confiança

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Por Kylie MacLellan e William James

LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, venceu um voto de confiança no Parlamento do Reino Unido nesta quarta-feira antes de fazer um apelo a parlamentares de todo o espectro político em uma tentativa de quebrar o impasse sobre o acordo de divórcio do Brexit.

Parlamentares votaram por 325 a 306 para afirmarem que tinham confiança no governo de May, somente 24 horas depois de imporem uma derrota esmagadora sobre o acordo do Brexit negociado pela premiê, o que deixou a saída britânica do Reino Unido sob incertezas.

Com o relógio se aproximando do dia 29 de março, data estabelecida em lei para o Brexit, o Reino Unido está agora em sua crise política mais profunda em meio século enquanto o país busca saber como, e se, deixará o projeto europeu ao qual se juntou em 1973.

Após o resultado do voto de confiança ser anunciado atraindo aplausos de parlamentares conservadores, May disse acreditar que o Parlamento tem o dever e a responsabilidade de encontrar uma solução que implemente o Brexit.

Mas com os parlamentares em meio a um impasse sobre como seguir adiante, o Reino Unido pode enfrentar uma saída desordenada e sem acordo da UE, um atraso no Brexit ou até mesmo um outro referendo sobre a presença no bloco. Alguns críticos afirmam que May não estava se afastando do acordo que alienou todos os lados no Parlamento.

'Agora os parlamentares deixaram claro o que não querem, temos de trabalhar juntos de forma construtiva para estabelecer o que o Parlamento quer', disse May em declaração em frente à residência oficial de Downing Street.

'É por isso que estou convidando parlamentares de todos os partidos a se juntarem para encontrar um caminho. Agora é hora de deixar de lado os interesses pessoais.'

Depois de vencer a votação, May se reuniu com vários líderes partidários, mas o principal líder oposicionista, o trabalhista Jeremy Corbyn, se recusou a manter negociações a não ser que um Brexit sem acordo seja descartada.

'Antes que possa haver quaisquer discussões positivas sobre o caminho adiante, o governo tem de remover claramente, e de uma vez por todas, as perspectivas da catástrofe de um Brexit sem acordo com a UE e de todo o caos que resultaria disso', disse Corbyn.

O porta-voz de May disse que ela não descarta uma separação sem acordo, e que o governo tem como política própria ficar fora da união aduaneira da UE. Com isso, os críticos dizem que May busca não se afastar de um acordo reprovado por todos os lados no Parlamento.

Depois que May venceu o voto de confiança, a libra esterlina era vendida próxima a altas recordes ante o euro, com muitos investidores acreditando que o prospecto de uma separação sem acordo diminuiu com a demonstração dada pelo Parlamento.

Algumas companhias alertaram para perdas catastróficas de empregos e caos nos aeroportos se não houver acordo. Nesse caso, o comércio com a UE se enquadraria nas regras básicas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Muitos apontam que isso pode provocar grandes interrupções em linhas de suprimento industrial que dependem da circulação rápida e desimpedida de mercadorias.

Desde que o Reino Unido decidiu, com 52 por cento dos votos a favor e 48 contra, sair da União Europeia, em junho de 2016, a classe política vem debatendo como deixar o projeto europeu arquitetado por França e Alemanha após a devastação da Segunda Guerra Mundial.

“ACABARAM OS JOGOS”

A derrota esmagadora de terça-feira parece ter sido o fim da linha para a estratégia de dois anos forjada por May, de implementar um divórcio amigável, no qual um período de mudança no status quo seria sucedido por um comércio sob regras independentes, mas com laços próximos com a UE, maior mercado comum do mundo.

Os outros membros da UE, que combinados possuem uma economia seis vezes maior que a do Reino Unido, defenderam mais negociações, mas indicaram haver pouca chance de alguma mudança no acordo já negociado por May.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, disse haver pouco tempo para encontrar uma solução, e que “o tempo para ficar com jogos acabou”.

Para a UE, já combalida por crises fiscais e de refugiados, o Brexit é talvez o maior golpe em seus 60 anos de história, embora os demais 27 países-membros tenham demonstrado uma união incomum sobre a questão.

No Reino Unido, aumentaram os apelos de parlamentares pró-UE, tanto do partido da premiê como da oposição, para que seja realizado um novo referendo com a opção de revogar o Brexit. O Partido Trabalhista disse que não descarta qualquer possibilidade, caso não consiga afastar May.

Líderanças do país temem, no entanto, que ao barrar o Brexit possa ser desconsiderada a escolha dos 17,4 milhões de britânicos que votaram a favor da separação.

Escrito por Thomson Reuters

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