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Rural Clima reduz estimativas para soja e milho do Brasil por chuvas excessivas

Placeholder - loading - Plantação de soja em São Desidério, na Bahia 21/03/2018 REUTERS/Roberto Samora
Plantação de soja em São Desidério, na Bahia 21/03/2018 REUTERS/Roberto Samora

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - As fortes chuvas que atingem importantes regiões produtoras do Brasil terão impacto negativo na produção de soja do país, estimada agora em cerca de 131 milhões de toneladas, com 'viés de baixa', disse o agrometeorologista da Rural Clima Marco Antonio dos Santos, nesta sexta-feira.

'Essa produção poderá cair caso as chuvas continuem a ocorrer, como está sendo previsto, e os produtores não consigam ir a campo e retirar essa soja, que já está apodrecendo', disse Santos.

A empresa de consultoria meteorológica trabalhava anteriormente com uma safra de 134 milhões de toneladas para o maior produtor e exportador mundial.

Santos disse que perdas estão ocorrendo tanto pelas chuvas em Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão, 'quanto pelo menor peso dos grãos por conta desse tempo mais fechado que ocorreu desde o inicio de fevereiro, atrapalhando o enchimento de grãos'.

O especialista disse que a safra ainda foi afetada por alguns veranicos (períodos de estiagem) entre os meses de dezembro e janeiro.

A avaliação da Rural Clima vai na direção contrária de algumas consultorias, que elevaram suas estimativas recentemente.

Uma pesquisa publicada pela Reuters em 24 de fevereiro apontou uma safra de 132,89 milhões de toneladas, superando o recorde anterior de 124,84 milhões de toneladas em 2019/20, estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

MENOS MILHO

Santos disse ainda que havia uma previsão de segunda safra de milho em 83 milhões de toneladas para 2021.

'No entanto, com o atraso no plantio, plantio sendo realizado com altíssima umidade e, portanto, uma das piores plantabilidades dos últimos anos, não vejo mais a possibilidade de que essa produção venha ocorrer', afirmou.

Agora ele estima a segunda safra em cerca de 78 milhões de toneladas, 'visto que também há um viés de baixa, já que vai depender muito do andamento do plantio ao longo desses próximos dias'.

O plantio de milho segunda safra está atrasado seguindo uma colheita mais lenta de soja.

O especialista disse também que a produção vai depender muito das chuvas nos próximos meses, à medida que a safra avançará para um período tradicionalmente mais seco, devido ao atraso no plantio.

O milho segunda safra representa a maior parte da produção brasileira, estimada em pesquisa da Reuters, publicada em 23 de fevereiro, em recorde de 108,2 milhões de toneladas.

Escrito por Reuters

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