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TBT: “Let it Be”, o Último Acorde dos Beatles

Descubra os bastidores tumultuados por trás do icônico álbum de despedida dos Fab Four

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“Let it Be”, o Último Acorde dos Beatles.Divulgação

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Se você é fã dos Beatles, sabe que sempre surge um grande debate sobre qual pode ser considerado o último álbum deles. E a verdade é que não há uma resposta única para essa pergunta. Por quê? Porque seria necessário definir o significado de "último álbum dos Beatles" ou até a "última gravação dos Beatles".

A resposta para ambas as variações poderia ser delineada por uma lista, incluindo canções como "Polytheme Pam/ She Came In Through The Bathroom Window", "Because", "The End", "I Me Mine" e "The Long And Winding Road", entre os álbuns “Abbey Road” e “Let It Be”. Cada uma dessas obras pode ser razoavelmente considerada a última, dependendo da definição de "última": quando os quatro membros tocaram juntos? Quando os overdubs (sobreposições) foram incluídos? Data de lançamento?

Quando olhamos em perspectivas cronológicas, “Abbey Road” foi a última gravação, enquanto “Let It Be” marcou o último lançamento. Assim, a despedida da melhor banda de todos os tempos se deu com "Her Majesty" ou "Get Back"? Apesar de parecer um debate enigmático, é indiscutivelmente relevante. Neste TBT, exploraremos “Let It Be”.

Beatles no estúdio.Divulgação
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Os Beatles, insatisfeitos com os rumos após a morte de Brian Epstein, enfrentaram desgaste emocional devido aos negócios, abalando a amizade do grupo. O projeto "Get Back" emergiu como a última tentativa de reunir a banda em meio a um clima desordenado, onde cada membro vivia intensamente momentos particulares de sua história, e a banda tornou-se mais uma obrigação do que uma paixão.

Capa "Please Please Me".Divulgação
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Capa "Get Back".Divulgação
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Foi nesse clima totalmente desordenado que a visão inicial de Paul McCartney surgiu. "Get Back" era um retorno às origens, tocando rock and roll puro, sem overdubs ou efeitos de estúdio, similar aos primeiros anos. O projeto, inicialmente planejado como um documentário sobre a criação de um álbum, se transformou na captura da separação da maior banda do mundo.

Apesar do sucesso do “White Album” em 1968, as gravações dos Beatles foram se tornando muito tumultuadas. O ambiente descontraído nos estúdios já não existia mais. O grupo, cada vez mais distante e desmotivado, relutava em retornar às sessões de gravação. Ou melhor, praticamente nenhum deles! Exceto por McCartney, que persistia em manter a coesão e a produção, assumindo o papel de "chato" e "mandão", apelidos atribuídos por John Lennon.

A ausência de Brian Epstein deixou um vácuo, e a banda necessitava de alguém para liderar após sua morte.Visando reunir o grupo, McCartney propôs um projeto de "volta às origens", cujo repertório buscava resgatar a vitalidade sonora do passado.

As sessões iniciaram em janeiro de 1969, nos Twickenham Film Studios, documentadas por uma equipe de filmagem. A falta de entusiasmo de John, a insatisfação de George Harrison com o distanciamento e o ego de Lennon e McCartney, e o desânimo de Ringo Starr perante a tensão contribuíram para um ambiente frio que agravou a desunião.

As sessões em Twickenham foram breves devido à atmosfera desfavorável, e as discussões tornaram-se frequentes, amplificadas pela presença constante de Yoko ao lado de John. Um episódio marcante ocorreu durante as gravações de "Two of Us", quando Paul tentou corrigir algo que, segundo ele, parecia não estar em sintonia, gerando descontentamento em George, que, ofendido, declarou: "Eu não me importo... Tocarei o que você quiser... Ou não tocarei, se você preferir. O que lhe agradar, eu farei!". George saiu momentaneamente do grupo, mas retornou para concluir o projeto.

Diante das tensões, as sessões foram transferidas para os estúdios da Apple, onde George Harrison trouxe Billy Preston para melhorar o clima, assim como fez com Eric Clapton no álbum anterior. Durante essas sessões, McCartney estava particularmente empenhado em definir um local para um show surpresa apresentando as novas canções. Surgiu a ideia, de maneira informal, de realizar o show no telhado da Apple. Em 30 de janeiro de 1969, a banda surpreendeu ao tocar o novo repertório no topo do prédio, interrompido pela polícia devido ao barulho excessivo.

Uma sessão de fotos recriando a capa do primeiro álbum, "Please Please Me", foi realizada na mesma sacada, agora com os Beatles mais velhos. No entanto, devido à má qualidade das gravações, o projeto foi abandonado, e a banda só se reuniu novamente para as sessões de "Abbey Road". A foto da sacada, concebida para a capa do álbum de "volta às origens", foi posteriormente utilizada em uma coletânea lançada anos mais tarde, abrangendo os sucessos entre 1967 e 1970.

Em janeiro de 1970, Paul, Ringo e George decidiram retomar o projeto. Concluíram algumas gravações, adicionaram overdubs, mas o material existente limitava as possibilidades. George Martin recusou envolver-se, magoado com as críticas de John Lennon ao seu trabalho anterior. Foi nesse momento que John chamou Phil Spector para intervir, na esperança de que o produtor pudesse realizar um milagre com as malogradas fitas de gravação.

O resultado desse esforço foi o álbum "Let it Be", lançado em 1970, que combinava partes das sessões de 1969 com novas gravações de 1970, incluindo trechos de conversas e canções não finalizadas. O grande segredo por trás da nova mixagem, que possibilitou o lançamento do disco, foi a aplicação da "parede de som," que eficazmente encobria as imperfeições das gravações originais.

John Lennon, desinteressado, não participou ativamente do projeto em 1970, indicando sua crescente distância em relação aos Beatles. Durante as sessões de "I Me Mine," de férias, recusou-se a interromper sua viagem para participar de uma gravação de George, sinalizando que a separação da banda já estava em curso.

Paul McCartney, ao receber o disco em casa pelo correio, detestou o resultado final, especialmente pela inclusão de um arranjo de cordas não aprovado em sua canção favorita, "The Long and Winding Road". Contudo, dadas as circunstâncias, pouco podia ser feito. A falta de envolvimento de Lennon e as discordâncias resultaram em um lançamento que pegou McCartney de surpresa.

Apesar das controvérsias, "Let it Be" apresenta momentos destacados e canções que perdurarão, transcendentalmente ignorando o triste desfecho da maior banda do mundo. A capa do álbum exibe fotos individuais dos Beatles, evidenciando a relutância até mesmo para uma última sessão de fotos conjunta.

O álbum conquistou o topo das paradas em junho, permanecendo por 3 semanas, e recebeu o Oscar de melhor trilha sonora original. Algumas canções das sessões "Get Back / Let it Be" foram lançadas como singles entre 1969 e 1970, enquanto outras surgiram posteriormente nas carreiras individuais dos membros e algumas permaneceram inéditas, circulando entre colecionadores como bootlegs.

A opinião entre os fãs diverge sobre "Let it Be." Alguns concordam com McCartney, considerando as alterações significativas prejudiciais à essência das músicas, enquanto outros valorizam os esforços de Phil Spector para resgatar as gravações, apesar do excesso de efeitos e overdubs. Anos após o lançamento, John elogiou o trabalho de Spector em uma entrevista, reconhecendo a dificuldade do produtor em transformar gravações desfavoráveis: "Demos a ele a pior quantidade de gravações ruins e ele foi capaz de fazer algo bom daquilo."

Uma semana após o lançamento de "Let it Be," Paul McCartney iniciou sua carreira solo com o álbum "McCartney," anunciando oficialmente o fim dos Beatles. A separação, embora esperada, foi difícil para os fãs aceitarem, especialmente considerando os desentendimentos e rancores entre quatro amigos que inicialmente sonhavam em conquistar o mundo, disseminando mensagens de amor. "Let it Be," apesar de suas falhas, representa o último gesto de afeto dos Beatles para com os fãs, merecendo a gratidão eterna. O disco nos presenteou pela última vez com algumas das mais belas canções, destinadas a serem lembradas por muitas gerações.

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