Tribunal da Geórgia reconhece ter publicado documento antes de acusação formal contra Trump

WASHINGTON (Reuters) - O tribunal do Condado de Fulton, no Estado norte-americano da Geórgia, reconheceu nesta terça-feira que publicou em seu website um documento sobre a acusação formal oferecida contra o ex-presidente Donald Trump, conforme a Reuters havia publicado na segunda-feira após ver o documento no site público da corte.

Um comunicado da secretaria judicial reconheceu que o sistema estava sendo testado antes de o grande júri votar, no mesmo dia, se indiciaria Trump pelo crime de tentar reverter sua derrota na eleição de 2020. Na segunda, o tribunal tinha dito que um veículo de imprensa havia obtido um documento “fictício”.

Mas o comunicado desta terça-feira reconheceu o erro: “Embora possa ter parecido que algo oficial ocorreu, pelo fato de o documento conter um número de caso e data de registro, ele não continha uma marca de ‘verdadeiro’ ou ‘não’, nem um carimbo oficial em nome do escrevente Alexander, transformando-o assim em um documento não oficial, para testes apenas”.

Em seu comunicado, o tribunal informou que um veículo jornalístico que utilizou a “imprensa do Condado de Fulton” obteve uma súmula na segunda-feira. O documento obtido pela Reuters estava acessível ao público no site que a corte usa para publicizar informações sobre processos.

Um porta-voz da Reuters disse: 'A Reuters acessou um documento no site que o tribunal usa para publicar informações relacionadas aos processos judiciais. O documento tinha um número de processo; disse que o caso estava aberto; referia-se diretamente ao ex-presidente Donald Trump; e citou acusações criminais que pertenciam à investigação do grande júri. Em nenhum momento a Reuters teve acesso a qualquer informação que não estivesse disponível publicamente.'

As 13 acusações criminais que o grande júri ofereceu contra Trump horas mais tarde eram exatamente iguais àquelas listadas no documento postado no site anteriormente e divulgado pela Reuters antes de ser removido.

O grande júri utilizou uma lei criada para combater o crime organizado para acusar o republicano de tentar reverter o resultado da eleição de 2020, quando perdeu para o democrata e atual presidente, Joe Biden. As acusações implicam Trump e outras 18 pessoas.

(Reportagem de Kanishka Singh e Jasper Ward)