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Trimestre forte impulsiona projeções para o PIB no ano, mas expectativa é de arrefecimento com atenção a fiscal

Placeholder - loading - Sorocaba, SP, Brasil 18/09/2013.  REUTERS/Paulo Whitaker
Sorocaba, SP, Brasil 18/09/2013. REUTERS/Paulo Whitaker

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - O desempenho mais forte do que o esperado da economia brasileira no segundo trimestre impõe viés de alta às projeções sobre o crescimento neste ano, mas não evita a perspectiva de arrefecimento no segundo semestre, com atenção para a cena fiscal no início de 2024.

A expansão de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e junho superou em muito a expectativa de analistas em pesquisa da Reuters de crescimento de 0,3%, e levou economistas a sinalizarem elevação de suas projeções para o ano, com algumas casas já revisando o número para perto de 3%.

No entanto, um arrefecimento no terceiro e quarto trimestres são dados como certos, e esse patamar visto no início do ano não deve se manter.

O primeiro ponto que justifica essa expectativa é a política monetária ainda restritiva, com os juros elevados e aperto do crédito. O Banco Central já iniciou um ciclo de corte da Selic, levando-a a 13,25%, mas, como o impacto sobre a economia real é defasado, ele só deverá ser sentido no ano que vem.

'A gente tem sim queda na taxa de juros, mas os impactos dessa queda só vamos sentir no final de 2024. Não podemos contar com a política monetária para aquecimento da atividade', afirmou Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, que tem viés de alta para sua estimativa de expansão do PIB de 1,5% este ano.

Um segundo ponto, de acordo com Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, é o enfraquecimento global, com destaque para a China e risco de recessão na Europa, embora a economia dos Estados Unidos venha se mostrando resiliente.

'A história do PIB (do Brasil) neste ano é de duas metades. Primeira metade com PIB muito forte e segunda com desaceleração bem intensa', disse ele, acrescentando que deve revisar sua projeção para o crescimento do PIB em 2023 de 2,5% para perto de 3%.

A cena fiscal fecha esse quadro, porém com um impacto misto, de acordo com especialistas. No curto prazo, a política expansionista é positiva para a atividade, com, por exemplo, medidas de transferência de renda.

Mas o maior ceticismo sobre as contas públicas agora entrou em jogo, com dúvidas sobre os planos do governo de déficit fiscal zero do próximo ano.

O governo enviou o Orçamento de 2024 ao Congresso prevendo um superávit primário de 2,8 bilhões de reais no ano que vem, saldo que conta com receitas de 168,5 bilhões de reais de novas ações arrecadatórias propostas nos últimos meses, incluindo medidas ainda não aprovadas, o que levantou questionamentos de especialistas.

Embora isso não afete diretamente a atividade neste momento, o impacto pode vir via desconfiança, o que, por exemplo, tende a elevar o dólar e portanto a inflação.

'O fiscal é meio dúbio, pode ajudar no curto prazo porque está dando injeção, mas há as incertezas. Se existe esse ceticismo, tem o efeito perverso que é a curva de juros ficar pressionada, ter dúvidas sobre as contas públicas provoca por exemplo dúvida sobre quanto os juros pode cair', explicou o economista-chefe do PicPay Marco Caruso, que já elevou sua estimativa para a expansão do PIB deste ano a 3%, de 1,9%.

Escrito por Reuters

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