UE estuda adiamento do Brexit; Reino Unido diz que acordo de Johnson é definitivo
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Por Guy Faulconbridge e Michel Rose
LONDRES/PARIS (Reuters) - O Reino Unido acabará saindo da União Europeia nos termos do acordo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse uma fonte do alto escalão de Downing Street nesta quinta-feira, enquanto líderes da UE cogitam conceder a Londres um adiamento flexível de três meses para o Brexit.
Mais de três anos depois de 52% de sua população transformar o Reino Unido no primeiro país soberano a abandonar o projeto europeu, os britânicos estão esperando o bloco decidir quanto deve durar o adiamento mais recente do Brexit.
'Isto termina conosco saindo com o acordo do primeiro-ministro', disse a fonte de Downing Street, que pediu anonimato. 'Partiremos com um acordo, com o acordo do primeiro-ministro'.
Quando indagada quando a separação ocorrerá, dado que o prazo atual de 31 de outubro está a somente uma semana de distância, a fonte respondeu: 'O Parlamento retomou o controle'.
Johnson conquistou o cargo político mais alto da nação apostando sua carreira na realização do Brexit até o dia 31 de outubro, mas é quase certo que fracassará, já que na terça-feira o Parlamento rejeitou o cronograma da agenda legislativa que ele propôs.
Então vai haver uma eleição antes do Natal? 'Talvez', disse a fonte de Downing Street. 'Veremos'.
Enquanto os políticos britânicos debatem os prós e contras de uma eleição natalina, a responsabilidade pelo cronograma do Brexit passou para as capitais europeias: Berlim apoia uma prorrogação de três meses, e Paris defende uma mais curta.
O cronograma é crucial no dilema do Brexit. Embora tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, quanto o presidente francês, Emmanuel Macron, pareçam exaustos do tema, temem uma saída sem acordo que quase certamente prejudicaria o crescimento global, abalaria os mercados financeiros e provocaria uma crise potencialmente mais profunda na UE.
Oferecer um adiamento longo ao Reino Unido eliminaria a pressão para que os parlamentares britânicos aprovem o pacto de Johnson e criaria possibilidades, como um referendo a seu respeito. Uma prorrogação curta poderia concentrar as atenções no Parlamento britânico.
No sábado, o Legislativo forçou Johnson a enviar uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pedindo um adiamento até 31 de janeiro – o que ele fez com relutância, enviando uma fotocópia de uma nota sem assinatura, mas a correspondência foi aceita.
(Reportagem adicional de Marcin Goclowski e Gabriela Baczynska em Helsinque, John Chalmers em Bruxelas, Crispin Balmer em Roma, Padraic Halpin em Dublin e Andreas Rinke em Berlim)
Escrito por Reuters
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