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Um dia após vendaval, SP tem 1,5 mi sem energia e abastecimento de água afetado

Um dia após vendaval, SP tem 1,5 mi sem energia e abastecimento de água afetado

Reuters

11/12/2025

Placeholder - loading - Vendaval derrubou árvore em São Paulo 10/12/2025 REUTERS/Leticia Fucuchima
Vendaval derrubou árvore em São Paulo 10/12/2025 REUTERS/Leticia Fucuchima

Atualizada em  11/12/2025

SÃO PAULO, 11 Dez (Reuters) - Mais de 1,5 milhão de unidades consumidoras ainda estão sem energia elétrica na região metropolitana de São Paulo nesta quinta-feira, um dia após o início da passagem de um ciclone extratropical que danificou pontos da rede elétrica local, levou ao cancelamento de voos e prejudicou o abastecimento de água.

Segundo dados disponibilizados pela distribuidora local da Enel, às 10h55 desta quinta-feira o fornecimento de energia está interrompido para 1,53 milhão de clientes na região metropolitana de São Paulo, ou 17,92% da base total.

A capital paulista é a principal impactada, com pouco mais de 1 milhão de consumidores sem luz (18,24%), mas outros municípios da região também foram bastante afetados, como Cotia, com 53,8 mil clientes (38%) e Santo André, com 69,5 mil (19,3%).

Segundo a Enel São Paulo, sua área de concessão foi atingida na véspera por um 'vendaval histórico, segundo o Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas', com rajadas de até 98km/h.

Na tarde de quarta-feira, mais de 2 milhões de consumidores chegaram a ficar sem luz devido ao vendaval, que veio após fortes chuvas no início da semana e provocou danos à rede elétrica, com queda de objetos, galhos e árvores inteiras.

A Enel afirmou em nota que mobilizou antecipadamente mais de 1.500 equipes para atuar no restabelecimento dos clientes afetados e que, até as 5h desta quinta-feira, mais de 500 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado.

Na véspera, a agência reguladora Aneel solicitou esclarecimentos da concessionária sobre a preparação da empresa para responder ao evento climático extremo, que já estava previsto para ocorrer, além de comprovação de adequação da estrutura operacional.

ÁGUA E AEROPORTOS

O problema impactou também as operações da Sabesp, que informou nesta quinta-feira que o abastecimento de água em parte da capital e em algumas cidades da região metropolitana segue 'muito afetado', já que a falta de eletricidade impede o bombeamento de água para as residências.

Segundo a concessionária de água e esgoto, na cidade de São Paulo, seguem afetadas as regiões de Americanópolis, Cangaíba, Parelheiros, Parque do Carmo, Parque Savoy, Sacomã, Vila Clara, Vila Formosa e Vila Romana. Os bairros próximos a essas regiões também foram prejudicados, pois os reservatórios instalados nesses locais atendem a áreas vizinhas.

Já em outros municípios e bairros da capital paulista, embora a energia já tenha sido restabelecida, a recuperação do abastecimento de água está ocorrendo de forma gradual.

O vendaval de quarta-feira também afetou a chegada e partida de voos na região. No aeroporto de Congonhas, 31 chegadas e 15 partidas foram canceladas na manhã desta quinta-feira, enquanto na véspera foram 88 chegadas e 93 partidas canceladas, disse a concessionária Aena. Já em Guarulhos, a ventania levou ao cancelamento de 61 chegadas e 56 partidas.

EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS

O período chuvoso, que se inicia entre outubro e novembro no Brasil, costuma trazer desafios à operação das distribuidoras de energia, sendo comum que ocorram danos à rede elétrica devido à queda de árvores e outros objetos.

Nos últimos anos, vendavais cada vez mais intensos agravaram os desafios das concessionárias e levaram a uma pressão crescente por redes mais resilientes a eventos climáticos extremos.

A Enel São Paulo tem estado sob escrutínio público desde novembro de 2023, quando um evento climático extremo, com ventos de mais de 100 km/h, atingiu sua área de concessão e deixou milhões de consumidores sem energia por vários dias.

A resposta da Enel no atendimento aos consumidores nessa e em outras ocasiões subsequentes, considerada aquém do desejado, gerou críticas de consumidores e autoridades, com ameaças do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que a distribuidora poderia não ter sua concessão renovada.

As críticas do governo federal, porém, foram amenizadas após a empresa se comprometer com a contratação de mais equipes e com um aumento do plano de investimentos para a região.

(Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier)

Reuters

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