Vale negocia formação de joint venture de cobre com Glencore no Canadá
Vale negocia formação de joint venture de cobre com Glencore no Canadá
Reuters
02/12/2025
Atualizada em 02/12/2025
Por Leticia Fucuchima e Clara Denina
SÃO PAULO/LONDRES, 2 Dez (Reuters) - A mineradora Vale afirmou nesta terça-feira que sua unidade de metais básicos está em negociações com a Glencore para formar uma joint venture de cobre no Canadá, que poderia produzir cerca de 880 mil toneladas do metal de transição energética ao longo de 21 anos.
Ambas empresas teriam participações iguais no projeto, segundo a Vale, com expectativas de 'sinergias significativas'. Os trabalhos detalhados de engenharia, licenciamento e consulta ocorrerão em 2026, enquanto a decisão final de investimento é esperada para o primeiro semestre de 2027.
O projeto entre a Vale Base Metals, subsidiária de cobre e níquel da Vale, e a Glencore visa avaliar conjuntamente um potencial projeto de desenvolvimento de cobre em uma área já explorada, em suas propriedades adjacentes na Bacia de Sudbury.
O acordo estabelece uma estrutura para explorar as sinergias da mineração dos depósitos subterrâneos de ambas empresas, utilizando o 'shaft' e a infraestrutura existentes na Mina Nickel Rim South da Glencore.
O projeto propõe o aprofundamento do poço de mina existente da Glencore e o desenvolvimento de novas galerias para acessar os depósitos de cobre próximos, com custo de capital de US$1,6 bilhão a US$2 bilhões.
A Vale observou que, considerando a geologia polimetálica da Bacia de Sudbury, as empresas também produzirão, além do cobre, níquel, cobalto, ouro, metais do grupo da platina (PGMs) e outros minerais críticos.
O anúncio ocorreu pouco antes do encontro anual da mineradora brasileira com investidores em Londres, nesta terça-feira. No evento, a empresa informou que prevê uma produção de cobre de 350 mil a 380 mil toneladas em 2026 e uma produção de níquel de 175 mil a 200 mil toneladas.
Também afirmou que espera que sua produção de minério de ferro aumente em até 3% em 2026 e confirmou que cumprirá o limite superior de sua meta de produção para 2025 em minério de ferro, cobre e níquel.
PLANOS FUTUROS
Em 2023, a VBM vendeu uma participação de 10% da empresa para o veículo de investimento em mineração saudita Manara, e depois disse que poderia considerar uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) dentro de três a quatro anos.
Embora a empresa ainda veja a listagem como uma opção, ela não descarta outras perspectivas de longo prazo, incluindo outra venda minoritária ou transação de fusão e aquisição, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, a repórteres nesta terça-feira.
'O objetivo no final é criar valor para nossos acionistas, aumentar a base de ativos, particularmente em cobre, e avaliaremos o mercado dependendo da situação no momento', disse Pimenta.
'A primeira transação que fizemos foi um acordo privado com a Manara; poderíamos fazer outra. Poderíamos fazer um IPO. Poderíamos nos financiar... mas esse é um problema que teremos de resolver mais tarde', acrescentou.
A Vale vem considerando a ideia de um IPO para seus ativos de metais básicos desde 2014.
(Por Letícia Fucuchima em São Paulo e Clara Denina em Londres)
Reuters

