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Vaticano reforça procedimentos sobre supostos 'eventos sobrenaturais'

Placeholder - loading - Estátua da Virgem Maria em Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina 24/12/2014  REUTERS/Dado Ruvic
Estátua da Virgem Maria em Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina 24/12/2014 REUTERS/Dado Ruvic

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Por Alvise Armellini

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano tornou nesta sexta-feira mais rigorosos os procedimentos para avaliar supostos eventos sobrenaturais relatados, como a Virgem Maria chorando e crucifixos pingando sangue, que durante séculos têm agitado os fiéis católicos.

Em um documento que substitui regras elaboradas em 1978, o escritório doutrinário do Vaticano determinou que os bispos não podem mais agir de forma independente quando confrontados com relatos de tais fenômenos, e terão que consultá-lo antes de investigar.

Também retirou dos bispos o poder de reconhecer a natureza 'sobrenatural' das aparições e de outros eventos supostamente divinos, deixando apenas para o papa e os escritórios centrais do Vaticano tomar a decisão.

O papa Francisco já pareceu cético em relação a esses eventos, dizendo à TV italiana RAI no ano passado que as aparições da Virgem Maria 'nem sempre são reais' e que ele gosta de vê-la 'apontando para Jesus' em vez de chamar a atenção para si mesma.

Os incidentes relatados pelos fiéis, incluindo o aparecimento de 'estigmas', ou as feridas da crucificação de Jesus, nas mãos e nos pés de pessoas, frequentemente se tornaram a base de santuários e peregrinações.

O chefe do escritório doutrinário do Vaticano, cardeal Víctor Manuel Fernández, disse a repórteres que esses tipos de eventos devem ser avaliados com muita cautela, pois podem ser fraudulentos e explorados para 'lucro, poder, fama, reconhecimento social ou outros interesses pessoais'.

O novo documento do Vaticano diz que, como regra, os bispos devem normalmente emitir um 'nihil obstat' -- essencialmente uma autorização para a adoração que deixa em aberto a questão de se o fenômeno pode ser formalmente reconhecido pelo Vaticano como 'sobrenatural'.

Esse reconhecimento é, no entanto, 'muito excepcional', disse Fernández.

Os bispos podem chegar a cinco outras conclusões sobre supostos eventos sobrenaturais, diz o documento, incluindo sua rejeição formal, ou medidas para proibir ou limitar a adoração de fenômenos controversos ou manifestamente falsos.

O documento de sexta-feira mencionou, como exemplo de confusão passada, supostas aparições sobrenaturais da Virgem Maria em Amsterdã nas décadas de 1940 e 1950, que acabaram sendo consideradas inválidas em 2020, após vários veredictos conflitantes.

'Foram necessários cerca de 70 anos excruciantes para concluir toda a questão', disse o Vaticano.

A proliferação de supostos fenômenos religiosos, alguns obviamente falsos, foi um dos fatores por trás de uma divisão no cristianismo e do surgimento do protestantismo na Europa no século 16.

Escrito por Reuters

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