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Venezuelanos disputam lixo com urubus em cidade de Roraima

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Por Anthony Boadle

PACARAIMA, Roraima (Reuters) - Cercados por urubus que aguardam sua vez empoleirados em árvores, imigrantes venezuelanos sobrevivem recolhendo metais, plásticos, papelão e alimentos no aterro sanitário de uma cidade da fronteira do Brasil.

Reféns de um cenário desolador, eles mal conseguem o suficiente para sustentar as famílias e não podem pagar passagens de ônibus para buscar empregos tradicionais em cidades brasileiras mais ao sul.

Eles culpam o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por administrar mal a economia da nação produtora de petróleo e provocar a crise profunda que levou vários milhões de compatriotas a emigrarem por toda a América Latina.

'Fui embora porque estava morrendo de fome. Estamos tentando ir em frente vasculhando este lixo. Todas as noites rezo a Deus para que me tire daqui', disse Rosemary Tovar, mãe de 23 anos de Caracas.

Dezenas de milhares de venezuelanos fugiram do caos político e econômico de seu país através de Pacaraima, a única estrada de acesso ao Brasil, sobrecarregando os serviços sociais e criando tensão em Roraima, Estado na fronteira norte do Brasil.

Os mais de 40 mil venezuelanos aumentaram a população da capital Boa Vista em 11 por cento, disse a prefeita, Tereza Surita (MDB), à Reuters.

O influxo também é uma dor de cabeça para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que até agora vem resistindo à pressão dos Estados Unidos para adotar uma atitude mais dura contra Maduro. Cerca de 3,7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos, a maioria através de sua vizinha Colômbia, de acordo com o Banco Mundial.

Uma dúzia deles se esforça para pegar sacolas de lixo que caem dos caminhões de coleta de Pacaraima duas vezes por dia. Depois eles selecionam entre as pilhas em meio às colunas de fumaça fétida que emanam do aterro fumegante. Às vezes eles saem à caça de noite, usando lanternas.

'Estamos procurando cobre e latas, e quem sabe algo de valor, até comida', disse Astrid Prado, grávida de oito meses. 'Meu objetivo é sair daqui. Ninguém quer passar a vida revirando lixo.'

Charly Sanchez, de 42 anos, chegou ao Brasil um ano atrás e não conseguiu ir a Boa Vista obter um visto de trabalho para poder arrumar um emprego.

'Vivemos disto. Ganhamos o suficiente para comprar arroz, talvez um pouco de salsicha, mas não o suficiente para comprar uma passagem para Boa Vista', disse.

Rosemary criticou Maduro por negar que a Venezuela esteja enfrentando uma crise humanitária.

'Ele está muito errado. Olhe para nós aqui neste lixo. Se Maduro não deixar a Venezuela, nunca mais voltarei para lá.'

(Reportagem adicional de Leonardo Benassatto)

Escrito por Thomson Reuters

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