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VÍDEO: Jamie Cullum lança álbum natalino e revela desejo de voltar ao Brasil

Cantor multi-instrumentista britânico fala à Antena 1 sobre primeiro projeto temático de sua carreira e experiência de gravar nos estúdios de Abbey Road; VEJA VÍDEO

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Dos filmes às músicas, passando por trajes e comidas típicas, os rituais de Natal parecem não fugir de uma palavra: tradição. Se os ouvidos, por exemplo, já estão habituados a escutar as mesmas canções natalinas há décadas, como fazer com que as pessoas se interessem por faixas originais do gênero? Perto de lançar seu primeiro álbum temático, “The Pianoman at Christmas”, o britânico Jamie Cullum ensaia uma resposta: “Minha ideia é que, num primeiro momento, você ouça as músicas desse álbum e se recorde de canções clássicas. Mas, depois de ouvir com mais atenção, talvez perceba que elas são inéditas”.

Veja também: Jamie Cullum: Antena 1 assiste pré-estreia do primeiro álbum natalino do cantor

Na tentativa de mesclar a tradição ao contemporâneo, o cantor e multi-instrumentista tido como uma das principais vozes do jazz-pop moderno produziu para o novo disco faixas como “The Jolly Fat Man”, inspirada pelo clássico “Santa Claus Is Comin’ to Town” (George Hall Orchestra, 1934). A música tenta refletir questões trazidas pela pandemia de Covid-19, apresentando os percalços de um papai noel que não lê jornais nem participa de debates, mas que, após um “ano longo e solitário”, chega com “um saco cheio de alegria” para distribuir ao mundo.

“Acho que ninguém sabe muito bem o que esse Natal vai trazer, talvez nossas mesas terão mais computadores e Ipads esse ano. É difícil saber, então teremos que ver, mas será um Natal agridoce”, diz.

À Antena 1, ele explica que começou a rascunhar ideias para o projeto natalino em meados de dezembro de 2019, mas que o lockdown no Reino Unido, sua terra-natal, acelerou o processo de criação. Confinado e de chinelos, após as manhãs de homeschooling ao lado de sua esposa (Sophie Dahl) e duas filhas (Margot Cullum, 7 anos; e Lyra Cullum, 9 anos), foi a primeira vez em vinte anos que o cantor se viu tão próximo de um diário e sua família na produção de um disco.

“Minha esposa é uma grande força criativa em minha vida, mas particularmente neste álbum ela estava por perto quando a coisa toda estava sendo montada em casa”, recorda, em entrevista à rádio por videoconferência (assista no topo da página).

“Ela passava por trás do piano todos os dias e fazia comentários”, relembra.

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Foi também ela, ex-modelo e escritora inglesa que aparece ao lado de Cullum na capa do novo disco, que deu o “empurrão” necessário para que o músico não desistisse da ideia de fazer um álbum natalino original.

“Eu pensei que talvez devesse fazer um disco de covers, porque todo mundo sempre canta os clássicos do Natal. Caso contrário, achava que as pessoas não iriam escutar minhas canções. Ela realmente me encorajou a mantê-lo original, porque nós dois concordamos que era a coisa mais corajosa de se fazer”, diz.

Abbey Road

Com lançamento previsto para o dia 20 de novembro, o álbum de dez faixas traz referências de clássicos como “The Spirit of Christmas”, de Ray Charles – disco natalício favorito de Cullum –, que inspirou a música “Hang Your Lights”; e “Have Yourself a Merry Little Christmas” (Nat King Cole), principal influência de “Beautiful Altogether”. Na canção “Turn on the Lights”, o disco também traz à memória os sons do trompete de “Penny Lane” e “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, dos Beatles.

“Além de precisar ser corajoso para escrever todas as faixas sozinho, quis fazer com que o disco soasse elegante e atemporal, mas com um toque de modernidade ao mesmo tempo”, conta o britânico.

As referências musicais do álbum também “saíram” do papel e visitaram a realidade: respeitando as orientações de distanciamento social, ele levou seu amigo e colaborador de longa data Tom Waits (responsável pelos arranjos da obra) e Greg Wells (mesmo produtor de “The Pursuit”, de 2009) para gravar o álbum nos estúdios londrinos de Abbey Road, famosos por terem recebido os Beatles na década de 1960. Uma orquestra instrumental também participou da gravação de algumas faixas, como em ‘Hang Your Lights’.

“Fiquei bem emocionado quando isso estava acontecendo, fez meu coração disparar e eu me senti tão sortudo por gravar nesse grande estúdio do mundo com todos esses músicos incríveis tocando as canções que escrevi. De repente, pareceu como se finalmente houvesse uma razão para ter ficado em lockdown, me senti realmente orgulhoso”, relembra.

Música brasileira

Famoso por suas releituras inovadoras de canções do Great American Songbook (lista que engloba as composições mais famosas da cultura popular dos EUA no século XX), Cullum não limita seu gosto musical ao hemisfério norte. “Música brasileira desempenha um grande papel no que eu escuto”, diz.

“No meu programa de rádio [“The Jazz Show with Jamie Cullum”, da BBC], inclusive, tive a oportunidade recente de entrevistar Marcos Valle e é esse tipo de música que quero que minhas filhas ouçam para que elas conheçam a música brasileira”, relembra.

Quando pisou pela primeira vez no Brasil, em 2006, o inglês chegou a subir ao palco para cantar com Maria Rita, no Rio de Janeiro. Ele fez uma turnê pelo país em 2011. Cinco anos mais tarde, voltou para uma apresentação única em solo paulista.

“Eu realmente quero voltar para aí. O principal problema é que é difícil para mim viajar longas distâncias por conta das crianças, realmente não gosto de ficar longe deles por muito tempo, mas agora é mais fácil para eles viajarem comigo, então na próxima vez que eu for para o Brasil, vou levar toda minha família junto. Esse é o plano”, garante.

Leia abaixo a entrevista na íntegra com Jamie Cullum:

Antena 1: Olá, Jamie! Como você está?

Jamie Cullum: Eu estou bem e você?

Antena 1: Estou bem. Obrigada por falar conosco!

Jamie Cullum: É um prazer para mim.

Antena 1: Jamie, você está prestes a lançar o nono álbum solo, “The Pianoman at Christmas”, mas é o seu primeiro álbum natalino, certo? No seu showcase, você disse que, na verdade, começou a rascunhar ideias para esse álbum em dezembro de 2019. Pode compartilhar conosco como foi o processo de criação desse álbum, de criação da identidade dele?

Jamie Cullum: Bem, eu acho que no último Natal eu decidi que tentaria fazer [o álbum] nos próximos dois anos, o álbum inteiro. E a forma que eu pensei em dar uma identidade à ele foi meio que fazer um álbum só com [músicas] originais. Acho que muitas vezes os álbuns de Natal são feitos com músicas clássicas, aquelas que todos nós conhecemos muito bem, que escutamos todo Natal. Eu pensei até mesmo em fazer 2 ou 3 clássicas com uma original...deixar a ênfase nas músicas novas. Então pensei ‘tenho que ser corajoso, tenho que escrever todas elas sozinho, e tenho que fazer soar elegante, intemporal e clássico, com um toque de modernidade ao mesmo tempo’. Acho que o que eu tentei fazer foi apenas sentar no piano e [crof?] essas canções de um jeito...com um verdadeiro sentido da arquitetura de compor músicas. Eu realmente tentei compô-lo de um jeito muito tradicional e meio que ‘à prova de balas’.

Eu ainda me imagino sendo tropeçado (??) por outro alguém! No começo, eu nem pensei na ideia de que as músicas fossem minhas, eu só queria compô-las e fazer soá-las como as que vocês já escutaram antes, mas em um jeito realmente bonito.

Antena 1: E as músicas desse álbum foram inspiradas por alguns artistas do Great American Songbook, como Ray Charles, Nat King Cole, mas tem tantas músicas clássicas de Natal, né? Foi difícil escolher aquelas que iriam influenciar seu álbum? Ou você estava na mesma situação do personagem de ‘The Pianoman At Christmas’, com ‘três mil canções sobre Papai Noel debaixo dos dedos’?

Jamie Cullum: É interessante, porque eu determinei a linha sozinho (??), não foi? Porque há provavelmente menos de cem músicas de Natal realmente conhecidas e acho que é assim porque, quando se trata do Natal, nós amamos a familiaridade do ritual, os mesmos sentimentos, as mesmas músicas, os mesmos filmes, a mesma comida, as mesmas tradições. Então, acho que tentar adicionar coisas à essas tradições é um trabalho bem difícil, porque de certa maneira estamos meio fechados, nós sabemos o que queremos para o Natal, então por que tentar mudar isso? Mas esse foi o desafio que eu realmente gostei de ter...Foi isso que me deixou empolgado em estar envolvido em um álbum natalino, é tentar adicionar algo às tradições. Acho que minha ideia foi que você ouvisse as músicas e você não pensasse imediatamente que é uma canção nova, você poderia pensar que é uma canção tradicional que você já escutou antes, mas, na verdade, depois de ouvir de novo, talvez você percebesse que é uma que eu mesmo escrevi.

Antena 1: Sim! E tem uma canção desse álbum chamada ‘Joly The Fatman’, que foi inspirada pelo clássico ‘Santa Claus Is Comin To Town’, e fala sobre um Papai Noel que não lê jornais, nem participa de debates mas que, após um longo e solitário ano, chega com uma bolsa de felicidade para compartilhar com as pessoas...E tenho quase certeza que no showcase do seu álbum você disse que essa música imediatamente se tornou a favorita da suas filhas, né?

Jamie Cullum: Sim, exatamente! Você está certa! Acho que a maioria das crianças gostam de músicas sobre o Papai Noel, um alguém que chega e dá presentes, mas acho que elas também gostaram the thickness (?) do título. Elas se sentiram livres para usar as palavras dele que você não deveria usar em qualquer outro momento, essa é definitivamente a favorita delas.

Antena 1: Você também tem uma música favorita nesse álbum? Se sim, por quê?

Jamie Cullum: É um registro bastante enxuto, só tem dez músicas. Eu provavelmente escrevi quinze para o álbum, mas eu queria causar um clima de ‘só o essencial’. Então, nesse sentido, não há favoritas óbvias, mas eu diria que a música ‘Hang Your Lights’, que foi bastante especial, porque todos os músicos se juntaram para gravá-la para este álbum. Foi muito catártico todo mundo se juntando porque todos passamos pelo lockdown aqui e essa foi a primeira vez que esses músicos se juntaram desde um bom tempo, todos nós estávamos só em casa, então foi a primeira vez que tocamos juntos em muitos meses. Em ‘Hang Your Lights’ você pode ouvir todos esses músicos juntos pela primeira vez depois de um bom tempo, tendo um momento realmente divertido tocando música juntos pela primeira vez em tanto tempo.

Antena 1: Foi difícil criar esse álbum durante a quarentena?

Jamie Cullum: Sabe, de uma forma engraçada, foi menos difícil, porque eu escrevi durante as tardes. Eu fazia homeschooling para minhas crianças pela manhã com minha esposa, então tínhamos o almoço e à tarde eu escrevia essas canções e minha família estava ao redor enquanto eu escrevia. Minhas filhas estavam brincando em algum lugar, minha esposa estava em algum canto escrevendo um livro. Na verdade, foi um tempo muito romântico de diversas maneiras. Eu aprendi como criar em um espaço livre, acho que é a primeira vez em vinte anos que eu não me vejo indo e voltando para tocar rapidamente e tendo muitas coisas em meu diário, eu tive um espaço bem livre, então uma vez que o estresse do lockdown e da pandemia foram...sempre foi estressante, mas eu acho que quando essa fase inicial do estresse se acalmou um pouco, eu tive muito espaço para escrever e realmente pensar em música. De certa forma, eu percebo que esse álbum não teria sido feito da mesma forma em nenhum outro momento.

Antena 1: E você acha que pegou algo da sua esposa ou de suas filhas e colocou isso no álbum? Eu sei que, claro, a capa [do álbum] tem sua esposa...

Jamie Cullum: Sim...Minha esposa é uma grande força criativa em minha vida de qualquer jeito, mas particularmente neste álbum ela estava por perto quando a coisa toda estava sendo montada em casa e ela estava passando atrás do piano todo dia e fazendo alguns comentários, contribuições e me encorajando. Ela realmente me encorajou a fazer um álbum original, porque eu pensei que talvez devesse fazer um álbum de covers, porque todo mundo sempre canta os clássicos do Natal, talvez eu devesse fazer isso, caso contrário as pessoas não iriam escutar minhas canções. Ela realmente me encorajou a mantê-lo original, porque nós dois concordamos que era uma coisa mais corajosa de se fazer.

Antena 1: E você também teve a oportunidade de gravar no lendário estúdio Abbey Road. Claro que foi uma experiência legendária, posso imaginar...Mas você poderia compartilhar conosco ‘pequenos momentos’ que você viveu durante esses dias de gravação? Como que ‘pequenos pedaços’ dessa grande experiência?

Jamie Cullum: Tem muitos, muitos momentos sobre isso. A orquestra tocando pela primeira vez enquanto eu estava tocando piano na faixa-título ‘The Pianoman at Christmas’, tem um efeito sonoro bem grande. É delicado, mas tem um grande som. Eu me senti bem emocional quando isso estava acontecendo e, mais uma vez, a canção ‘Hang Your Lights’, tem uma grande banda de orquestra. Foi tão divertido ouvir em Abbey Road todos esses (?), trompetes e saxofones tocando ao mesmo tempo e a música indo até lá fora nas ruas, na sala, no estúdio e ouvir esse lindo som. Fez meu coração disparar e eu me senti tão sortudo, porque foi nesse grande estúdio do mundo com todos esses músicos incríveis tocando em lockdown as músicas que escrevi. Eu senti como...Eu fiz...De repente. pareceu como se finalmente houvesse uma razão para estar em lockdown. Pelo menos, eu fiz isso durante o lockdown. Eu me senti realmente orgulhoso por isso.

Antena 1: Sim! E, coincidência ou não, Jamie, ‘The Pianoman At Christmas’ é o seu nono álbum e faz nove anos desde a sua última turnê no Brasil. Você fez uma apresentação única em 2016, em São Paulo...Mas, sim, já faz 9 anos...

Jamie Cullum: Sim, eu sei... Eu realmente quero voltar! O principal problema é que é difícil para mim viajar longas distâncias por conta das crianças, eu realmente não gosto de ficar longe deles por muito tempo, mas agora é mais fácil para eles viajarem comigo, então da próxima vez que eu for para o Brasil, vou levar toda minha família junto. Esse é o plano.

Antena 1: Sim! E os seus fãs brasileiros querem saber se você ainda ouve música brasileira? Na sua primeira vez aqui, em 2006, você até cantou em um show com a Maria Rita...

Jamie Cullum: Sim! Música brasileira ainda desempenha um grande papel no que eu escuto, aqui no estúdio, no meu programa de rádio eu tive a oportunidade recente de entrevistar Marcos Savalle e esse tipo de música eu quero que minhas filhas conheçam para que elas conheçam a música brasileira, eu contei para elas sobre as praias lindas, pessoas e a comida do Brasil. Então quando elas vierem visitar vai ser bem legal (falou muito rápido esse final, não entendi??).

Antena 1: Sim, legal!

Antena 1: Tem alguma tradição especial que você começou quando era criança no Natal e que ainda faz nos dias atuais? Ou tem alguma tradição especial na sua família?

Jamie Cullum: Sim, minha tradição é que eu gosto de ler histórias de fantasma. Eu gosto de ler histórias de fantasma no Natal, é uma das minhas coisas favoritas. Eu gosto de assistir bons filmes de Natal, eu mostrei para as minhas filhas (?) e ‘Home Alone’ pela primeira vez e elas amaram esses dois filmes. Eu tenho esse ritual de ler histórias de fantasmas em frente à lareira. Esse é meu ritual de Natal, com certeza.

Antena 1: Você acha que você e sua família vão adicionar uma tradição diferente nesse ano atípico?

Jamie Cullum: Acho que ninguém sabe muito bem o que esse Natal vai trazer, talvez nossas mesas terão mais computadores e Ipads perto das pessoas esse ano. É difícil saber, então teremos que ver. É...Acho que será um Natal agridoce.

Antena 1: Sim, com certeza...Jamie, muito obrigada por falar conosco!

Jamie Cullum: Camila, muito obrigado!

Antena 1: Estamos esperando ansiosamente te ver aqui no Brasil de novo

Jamie Cullum: Obrigado!

Antena 1: Legal, essa foi boa!

Jamie Cullum: Muito obrigado! Te vejo em breve!

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