Votação na UE sobre restrição a 'produtos químicos eternos' não ocorrerá antes de 2025, diz autoridade
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Por Riham Alkousaa
BERLIM (Reuters) - A União Europeia não votará sobre a eliminação gradual dos chamados 'produtos químicos eternos' antes de 2025, disse uma autoridade do bloco nesta sexta-feira, enquanto os países se movem para regular o uso de tais produtos, que são essenciais para a indústria, mas geram impactos ambientais perigosos de longo prazo.
Os PFAS, sigla em inglês para substâncias de perfluoroalquil e polifluoroalquil, são produtos químicos usados desde cosméticos a móveis e têm sido associados a doenças, incluindo câncer e danos ao fígado.
A Agência Europeia de Produtos Químicos abriu uma consulta sobre a restrição de PFAS em março, depois que Dinamarca, Holanda, Noruega, Suécia e Alemanha apresentaram uma proposta para reduzir as emissões das substâncias no meio ambiente e tornar os produtos e processos mais seguros para as pessoas.
'Todos os Estados-membros concordam com a necessidade de eliminar gradualmente o uso de PFAS em muitas aplicações', disse uma autoridade da UE em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira.
Acredita-se que cerca de 17 mil locais estejam contaminados com PFAS na Europa, disse outra autoridade do bloco.
'Falamos de locais onde as crianças brincam e onde a água está contaminada... onde as pessoas não podem beber água da torneira por causa da contaminação', afirmou.
A consulta com cientistas, representantes da indústria e outras partes interessadas ocorrerá neste e no próximo ano para analisar quais substâncias podem ser proibidas e as implicações socioeconômicas disso, disse o funcionário.
'Fala-se de milhares de substâncias... e por ser algo tão importante, levará tempo para analisar isso em detalhes', acrescentou.
Alguns PFAS são essenciais para várias indústrias de transição energética, como eletrolisadores e semicondutores, e a Comissão levará isso em consideração durante a consulta, disse a autoridade.
'Espero... que todos os Estados-membros também concordem que precisaremos conceder derrogações para aplicações específicas, desde que possam ser adequadamente controladas e não haja alternativas', acrescentou.
Escrito por Reuters
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