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Acordo do Mercosul com Canadá pode sair em 2019, tratado com UE esbarra em desafio político, diz Itamaraty

Acordo do Mercosul com Canadá pode sair em 2019, tratado com UE esbarra em desafio político, diz Itamaraty

Thomson Reuters

13/12/2018

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Atualizada em  13/12/2018

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Mercosul pode fechar já em 2019 acordo de livre comércio com o Canadá, ao passo que um tratado com a União Europeia segue esbarrando em entraves políticos, indicaram autoridades do Itamaraty nesta quinta-feira, ressaltando que há hoje alinhamento dos membros do bloco para maior abertura comercial.

'Existe expectativa que no ano que vem as condições estariam dadas para acordo com Canadá', afirmou o diretor do Departamento de Negociações Comerciais Extrarregionais do Itamaraty, André Odenbreit Carvalho, em entrevista a jornalistas.

Em relação à União Europeia, ele disse que as negociações técnicas são as mais avançadas e estão em boa parte resolvidas, tanto em relação ao texto normativo quanto ao tratamento das concessões associadas a acesso a mercado. Mas sugeriu faltar vontade política por parte dos europeus.

'Não são desafios associados a tempo de negociação e sim de você conseguir um entendimento político que viabilize um equilíbrio satisfatório para as duas partes', disse.

Carvalho defendeu que, do lado do Mercosul, as indicações de compromisso político favorável a uma conclusão rápida das negociações 'sempre foram frequentes e categóricas'.

Os comentários foram feitos um dia depois da chanceler alemã, Angela Merkel, ter dito que o tempo está se esgotando para um acordo comercial entre os blocos, e que o novo governo brasileiro do presidente eleito Jair Bolsonaro tornará o tratado mais difícil de ser alcançado.

Questionada se integrantes da equipe de transição já demonstraram interesse em seguir adiante com as tratativas com a UE, a subsecretária-geral interina da América Latina e do Caribe, embaixadora Eugenia Barthelmess, se limitou a dizer que o atual trabalho é pautado por diretrizes 'que favorecem um novo dinamismo dentro do Mercosul', deixando em aberto o que acontecerá no futuro.

'O novo governo, assumindo, dará as diretrizes correspondentes que as áreas negociadoras do governo brasileiro seguirão naturalmente', disse.

Durante a coletiva, Eugenia defendeu que os países que integram o Mercosul -- Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -- vivem hoje um momento de 'particular afinidade' sobre a percepção de que maior abertura comercial é bem-vinda.

Ela defendeu ainda que o atual modelo do bloco já permite que ele se engaje em esforços nesse sentido. Desde 1995 o Mercosul funciona como união alfandegária apesar de ter sido criado em 1991 como área de livre comércio.

Recentemente, a Fundação Getulio Vargas (FGV) avaliou que o Brasil é limitado pelo formato do Mercosul, que impõe forte rigidez à expansão da rede de parceiros de acordos de livre comércio de seus membros e induz tarifas externas relativamente altas.

Rebatendo esse argumento, o chefe da Divisão de Coordenação Econômica e Assuntos Comerciais do Mercosul, Hélio Silva Filho, afirmou que o bloco espera concluir antes da reunião da cúpula uma revisão parcial de tarifas para setor químico, que depende apenas da concordância do Paraguai. O encontro ocorrerá em Montevidéu, no Uruguai, em 17 e 18 de dezembro.

O acordo na mesa é para que as tarifas de 55 produtos químicos orgânicos e inorgânicos caiam a 2 por cento, ante patamares que vão hoje de 10 a 14 por cento. Em termos de volume no Mercosul, a importação desses produtos correspondem a cerca de 290 milhões de dólares anuais.

'É só um exemplo de que os mecanismos estão disponíveis, não há uma trava burocrática para abrir a economia do Brasil ou do Mercosul como um bloco. O grande fator determinante para que isso ocorra é a disposição política dos governos de fazerem isso', disse Silva Filho.

Thomson Reuters

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