Alimentação pode afetar a saúde mental, apontam pesquisas

Não é novidade que os modelos alimentares refletem na saúde física, agora, segundo estudiosos e matéria publicada pela rede BBC, as dietas podem impactar na parte psicológica. Por exemplo, especialista aponta que uma alimentação pobre pode expandir o risco de ter depressão.

Um estudo de 2015 publicado na renomada revista The Lancet sugeriu que a nutrição é tão relevante para a saúde mental, como é para a parte de cardiologia, endocrinologia e gastrologia.

Agora, uma revisão de mais de 40 estudos publicados durante os últimos oito anos afirma que certos tipos de alimentação aparentam ter efeito positivo para o estado de ânimo. Já alguns hábitos alimentares ruins, possivelmente, aumentam o risco de depressão. O material foi publicado na revista Molecular Psychiatry.

Para a doutora Camille Lasalle, líder da análise da pesquisa da University College London, uma dieta pró-inflamatória pode induzir a inflamação sistémica e isso pode fazer com que o risco de depressão cresça de um modo expressivo. "A inflação crônica pode repercutir na saúde mental ao transportar moléculas pró-inflamatórias ao cérebro. Também, pode impactar nas moléculas neurotransmissoras, responsáveis pela regulação do estado de ânimo", completa.

Enquanto, de acordo com os pesquisadores, quem consome uma dieta mediterrânea- composta por muitos vegetais, legumes, cerais, azeite de oliva, peixes- por exemplo, tem menos probabilidade de desenvolver depressão.

Mais estudos

Porém, ainda são necessárias mais pesquisas mais rigorosas e específicas, como um ensaio aleatório controlado em pessoas com risco de depressão. Para Naveed Sattar, um professor de medicina metabólica da Universidade de Glasgow, que não esteve envolvido em nenhum dos trabalhos citados, é claro que uma dieta saudável é excelente por inúmeras razões, no entanto, é preciso mais evidências para comprovar tal vínculo.