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Apesar de dúvidas de Biden, agências humanitárias consideram confiável número de vítimas em Gaza

Placeholder - loading - Ataque aéreo israelense em Khan Younis, sul de Gaza  27/10/2023    REUTERS/Mohammed Salem
Ataque aéreo israelense em Khan Younis, sul de Gaza 27/10/2023 REUTERS/Mohammed Salem

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Por Gabrielle Tétrault-Farber

GENEBRA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, colocou em dúvida os números de vítimas fornecidos pelas autoridades palestinas em Gaza, mas agências humanitárias internacionais os consideram amplamente precisos e historicamente confiáveis.

Embora não haja contestação de que os ataques israelenses em Gaza tenham matado muitas pessoas desde que o Hamas invadiu o sul de Israel em 7 de outubro, Biden disse na quarta-feira que não tinha 'confiança no número que os palestinos estão usando', sem dizer o motivo.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, respondeu divulgando um documento de 212 páginas contendo os nomes e números de identidade de cerca de 7.000 palestinos que, segundo a pasta, foram mortos nos bombardeios israelenses ao enclave.

Grupos internacionais, até mesmo alguns que operam em Gaza, e a mídia global, incluindo a Reuters, não têm condições de verificar os números, mas repórteres viram um grande número de corpos.

A ONU e outras agências internacionais afirmam que pode haver pequenas discrepâncias entre os números finais de vítimas e os informados pelo Ministério da Saúde de Gaza logo após os ataques, mas que confiam neles de modo geral.

'Continuamos a incluir seus dados em nossos relatórios e eles têm fontes claras', disse o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) em um comunicado à Reuters.

'É quase impossível, no momento, fornecer qualquer verificação da ONU em uma base diária.'

O Dr. Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde, com sede em Genebra, disse na semana passada que os números divulgados por ambos os lados 'podem não ser perfeitamente precisos minuto a minuto, mas refletem de forma ampla o nível de mortes e ferimentos em ambos os lados do conflito'.

A Human Rights Watch, com sede em Nova York, também afirma que os números de vítimas têm sido geralmente confiáveis e que não encontrou grandes discrepâncias em sua verificação de ataques anteriores em Gaza.

'Vale a pena observar que os números que estão sendo divulgados desde 7 de outubro são geralmente consistentes ou estão dentro da lógica da escala de mortes que se esperaria, dada a intensidade do bombardeio em uma área tão densamente povoada', disse Omar Shakir, diretor de Israel e Palestina da Human Rights Watch.

'Esses números estão de acordo com o que se poderia esperar, dado o que estamos vendo em campo por meio de testemunhos, imagens de satélite e outros', afirmou ele à Reuters.

NÚMEROS AMPLAMENTE ALINHADOS

Ressaltando as dificuldades em calcular o número de mortos, uma autoridade da Organização Mundial da Saúde disse nesta sexta-feira que a agência havia recebido estimativas de que cerca de 1.000 corpos não identificados ainda estavam enterrados sob os escombros em Gaza e ainda não estavam incluídos no número de mortos. A autoridade não especificou a fonte.

Embora o Hamas controle Gaza e exerça um controle rígido sobre as informações que saem do enclave, a responsabilidade formal pelo Ministério da Saúde ainda é da Autoridade Palestina (AP) na Cisjordânia.

A AP é dominada pelo Fatah, o principal rival palestino do Hamas, e é responsável pelo pagamento de salários e pelo fornecimento de equipamentos aos hospitais de Gaza.

O ministério informa o total de vítimas com base nos números que recebe de hospitais, ambulâncias e serviços de emergência, em coordenação com o Crescente Vermelho, afirmou um porta-voz em Ramallah.

Ele disse que as vítimas são inicialmente identificadas por idade, sexo e tipo de lesão, e as identidades completas são confirmadas posteriormente. Os números são inicialmente informados em Gaza e atualizados em Ramallah após serem verificados, mas as discrepâncias são geralmente mínimas, disse ele.

Israel não tem fornecido sua própria estimativa do número de mortos.

Não houve nenhuma grande mudança na forma como as autoridades palestinas informam as vítimas desde o último grande conflito entre Israel e o Hamas em 2014, quando os números fornecidos por várias entidades não eram muito diferentes.

PREOCUPAÇÃO ISRAELENSE

Israel tem atacado Gaza desde os ataques transfronteiriços em que, segundo o país, 1.400 pessoas foram mortas pelo Hamas no sul de Israel. Biden, que estava falando em uma coletiva de imprensa, não explicou na quarta-feira por que não tinha confiança nos números de vítimas fornecidos pelos palestinos.

Um porta-voz militar israelense disse esta semana que o Ministério da Saúde de Gaza 'aumenta continuamente o número de vítimas civis' e 'já foi pego mentindo no passado'.

Ele citou a forma como o ministério lidou com um ataque ao Hospital Al-Ahli al-Arabi, em Gaza, em 17 de outubro, que cada lado culpou o outro, dizendo que o ministério inicialmente relatou 500 mortos, mas depois revisou o número para 471. Em uma entrevista coletiva separada, outro porta-voz não forneceu nenhuma estimativa de vítimas quando perguntado pelos repórteres sobre o que Israel avaliava como sendo o total geral.

Um relatório da inteligência dos EUA, visto pela Reuters, estimou que o número de mortos no ataque ao hospital estava 'provavelmente na extremidade inferior do espectro de 100 a 300'. Uma autoridade israelense disse que o número de mortos parece ser de 'várias dezenas'.

Autoridades palestinas disseram que calcular o número de mortos no ataque foi difícil porque algumas vítimas foram desmembradas, o que significa que havia muitas partes de corpo a serem identificadas.

(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber em Genebra, James Mackenzie em Jerusalém, Edmund Blair em Beirute e nas redações de Gaza, Ramallah e Washington)

Escrito por Reuters

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