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Aquecimento global, desmatamento e incêndios podem acelerar o fim da Amazônia, diz estudo

Placeholder - loading - Vista aérea do Rio Tumbira, afetado pela seca do Rio Negro, Amazonas, Brasil 07/10/2023 REUTERS/Bruno Kelly
Vista aérea do Rio Tumbira, afetado pela seca do Rio Negro, Amazonas, Brasil 07/10/2023 REUTERS/Bruno Kelly

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Por Oliver Griffin

BOGOTÁ (Reuters) - A seca e o calor, potencializados pelas mudanças climáticas e outros fatores, podem causar o colapso do sistema de florestas tropicais da Amazônia na América do Sul, disseram cientistas nesta quarta-feira em um estudo, concluindo que quase metade delas podem chegar a um ponto crítico até 2050.

'A região está cada vez mais exposta a um estresse sem precedentes de temperaturas mais quentes, secas extremas, desmatamento e incêndios, mesmo em áreas centrais e remotas do sistema', escreveram os pesquisadores no estudo publicado na revista Nature.

Os pesquisadores estimaram que entre 10% e 47% da atual cobertura florestal da Amazônia enfrentará esses fatores de estresse até 2050.

'Uma vez que passarmos desse ponto crítico, talvez não haja mais nada que possamos fazer', disse o ecologista Bernardo Flores, da Universidade de Santa Catarina, principal autor do estudo.

'A floresta morrerá sozinha.'

É hora, acrescentou Flores, de declarar 'alerta vermelho' para a Amazônia, maior floresta tropical do mundo.

Com o aumento das temperaturas prejudicando a umidade da região, a floresta está progressivamente transformando-se em uma savana ou em outras formas de ecossistemas degradados mais suscetíveis a incêndios, segundo especialistas. Essa savanização marca uma grande mudança para a Amazônia, onde a maioria dos incêndios é provocada por agricultores ou fazendeiros na intenção de 'limpar' a terra. À medida que a terra seca, mais incêndios podem eclodir.

Para o estudo, os pesquisadores observaram áreas florestais e consideraram fatores climáticos e humanos, incluindo temperaturas e precipitações passadas e suas projeções para o futuro, tendências de construção de estradas na floresta e o status de gestão das terras, como, por exemplo, se uma floresta é parte de uma reserva ou mantida por grupos indígenas.

O estudo marcou a mais recente tentativa de avaliar se -- e quando -- o ecossistema da floresta tropical pode mudar, com o potencial de se tornar um evento catastrófico devido à importância da Amazônia na absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono, responsáveis pelo aquecimento do clima da atmosfera.

A ministra do Meio-Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse no ano passado que a salvação da Amazônia exige um esforço global, na escala do Plano Marshall, no período pós-Segunda Guerra Mundial.

A nova pesquisa mostra 'o quão próxima a Floresta Amazônica está do ponto crítico', disse o cientista climático Carlos Nobre, da Universidade de São Paulo, que não fez parte do estudo.

O desmatamento aumenta esse risco, com menos árvores gerando a umidade que se transforma em chuvas e alimenta a floresta.

Cerca de 18% da Floresta Amazônica já foi destruída, segundo Nobre. Se esse número chegar a algo em torno de 20%, 25%, afirmou Nobre, toda a floresta pode virar uma savana.

(Reportagem de Oliver Griffin)

Escrito por Reuters

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