Argentina anuncia medidas para conter inflação e reativar consumo em meio à crise
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Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira uma série de medidas com o objetivo de conter a inflação galopante e reativar o consumo no país, em meio a uma crise que compromete seriamente as probabilidades de reeleição do presidente Mauricio Macri.
O anúncio foi feito um dia depois de dados mostrarem que a inflação foi de 4,7 por cento apenas em março, acumulando 54,7 por cento nos últimos 12 meses, o que vem afetando a atividade econômica do país e aumentou a pobreza.
'As medidas principais que estamos lançando são fruto de um acordo com empresas líderes para manter por ao menos seis meses os preços de 60 produtos essenciais e o não aumento de tarifas de serviços públicos para este ano', informou o governo em comunicado.
Após a divulgação da alta inflação de março, o banco central argentino anunciou na terça-feira um maior aperto na política monetária para ajudar a conter os preços no varejo.
A Argentina sofre com inflação alta há décadas, mas a depreciação do peso, a moeda local, em 2018 alimentou os ajustes de preços --incluindo tarifas de serviços públicos que são reguladas pelo governo--, que ainda permanecem.
Em meio à crise cambial do ano passado, Macri buscou ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual acertou uma linha de crédito de 56 bilhões de dólares. Vários candidatos da oposição à Presidência já disseram que vão rever o acordo se eleitos.
O peso argentino avançava nesta quarta-feira, após as medidas anunciadas pelo banco central argentino, o que dava alívio ao governo. No entanto, o mercado de ações e os títulos caíam, e o risco país subia.
Até meses atrás, analistas davam como certa a reeleição de Macri nas eleições de outubro, mas sua imagem sofreu um colapso nas pesquisas, que agora são lideradas pela ex-presidente de centro-esquerda Cristina Fernández de Kirchner.
'Nós vamos vencer essa batalha', disse Macri nesta quarta-feira em vídeo no qual ele é mostrado conversando com um casal de cidadãos comuns na sala de sua casa, transmitido pelo governo.
(Reportagem adicional de Walter Bianchi e Jorge Otaola)
Escrito por Thomson Reuters
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