BCE vai manter postura do G7 em relação ao câmbio, diz Cipollone sobre chance de intervenção no Japão

TÓQUIO, 4 Dez (Reuters) - O Banco Central Europeu vai manter a linguagem do comunicado do G7 sobre as taxas de câmbio, disse Piero Cipollone, membro da diretoria executiva do banco, ao jornal Nikkei quando questionado se aceitaria qualquer decisão do Japão de realizar intervenção cambial.

'O comunicado do G7 sobre taxas de câmbio usa uma linguagem muito clara. Ele diz, entre outras coisas, que estamos comprometidos com as 'taxas de câmbio determinadas pelo mercado', com 'consultas em relação a ações nos mercados de câmbio' e que 'não visaremos taxas de câmbio para fins competitivos'. Vamos nos ater a isso', disse Cipollone na entrevista publicada nesta quinta-feira.

Ele fez a observação quando questionado se o BCE aceitaria a intervenção de Tóquio no mercado de câmbio para sustentar o iene.

Questionado sobre a economia da zona do euro, Cipollone disse que ela tem sido resiliente e que o 'cenário central' do BCE para a inflação, segundo o qual ela cairá em 2026 e voltará à sua meta de 2% até o final de 2027, parece 'cada vez mais confiável'.

Ainda assim, ele advertiu que o BCE ainda pode precisar cortar as taxas de juros se suas expectativas de um impulso dos gastos fiscais da Alemanha e de um maior consumo por parte das famílias não se concretizarem.

'Estamos supondo que a taxa de poupança diminuirá, mas essa suposição ainda precisa ser testada', disse Cipollone. 'Se ela não se concretizar, precisaremos agir.'

(Reportagem de Leika Kihara e Francesco Canepa)