Biden pede unidade e alerta sobre ameaça da China em discurso no Congresso
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Por Trevor Hunnicutt e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um novo plano de 1,8 trilhão de dólares durante discurso ao Congresso do país na noite de quarta-feira, pedindo aos parlamentares republicanos que trabalhem com ele em questões controversas para fazer frente à competição imposta pela China.
Ao defender a visão de mais governo financiado pelos mais ricos, o presidente democrata fez um apelo aos republicanos que até agora se opuseram a ajudá-lo a aprovar uma série de leis que vão de impostos a reforma policial e de controle de armas e imigração.
Os republicanos permaneceram sentados em silêncio na maior parte do discurso, enquanto os democratas aplaudiam ao passo que Biden falava.
Biden, que assumiu em janeiro, também fez uma defesa apaixonada da taxação de empresas e de norte-americanos ricos para ajudar a financiar seu programa de 1,8 trilhão de dólares chamado 'Plano da Família Americana'.
'É hora da América corporativa e o 1% mais ricos dos americanos pagarem sua parcela justa --simplesmente pagar sua parcela justa', disse Biden.
Ele discursou na Câmara dos Deputados dos EUA em um evento reduzido por causa da pandemia de Covid-19, retirando sua máscara para falar para um grupo de cerca de 200 parlamentares democratas e republicanos, outras autoridades e convidados.
Biden está tentando se equilibrar entre os republicanos que se opõem a mais gastos governamentais e ao aumento de impostos necessário para financiá-los e os democratas progressistas que querem que ele pressione por planos mais agressivos.
Ele disse que está disposto a trabalhar com parlamentares dos dois partidos para chegar a um acordo, e deve se encontrar com parlamentares democratas e republicanos na Casa Branca em 12 de maio para tentar encontrar um meio-termo.
Não está nada claro se Biden realmente é capaz de arregimentar republicanos em meio a tamanha polarização partidária no Congresso e maiorias tão apertadas dos democratas.
Durante a campanha presidencial de 2020, ele prometeu trabalhar com os opositores, mas seu maior feito legislativo, um pacote de estímulo pandêmico de 1,9 trilhão de dólares, foi aprovado sem nenhum voto republicano.
Congressistas republicanos já almejam avanços nas eleições parlamentares de meio de mandato de 2022, e estão alinhando um partido dividido na oposição a Biden. Muitos questionam se é sábio endossar políticas de gastos que são mais agressivas do que a maioria dos aliados ou rivais do presidente esperavam.
A Casa Branca espera que ao menos alguns republicanos se curvem à vontade popular --pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos apoia um investimento maior em escolas, educação e infraestrutura, além da maior taxação dos ricos.
A reação republicana inicial ao discurso foi de ceticismo e algum desdém.
'Esta coisa toda poderia ter sido por email', disse o deputado Kevin McCarthy, o republicano mais graduado da Câmara, em um tuíte.
A ala democrata de esquerda, por sua vez, queria mais. O deputado Jamaal Bowman, um democrata progressista, disse que as propostas de Biden são importantes, 'mas não vão tão longe quanto realmente precisaríamos para resolver a crise de empregos, clima e saúde'.
Falando menos de quatro meses depois de manifestantes leais ao então presidente Donald Trump invadirem o Capitólio dos EUA na tentativa de reverter os resultados eleitorais, Biden disse que o país 'está avançando novamente'.
'Contemplamos o abismo da insurreição e da autocracia, da pandemia e do sofrimento, e 'nós, o povo', não vacilamos', disse. 'No momento exato em que nossos adversários estavam certos de que nos dividiríamos e fracassaríamos, nós ficamos juntos – unidos.'
Biden argumentou que suas propostas para as famílias e a infraestrutura, que juntas totalizam cerca de 4 trilhões de dólares, representam um investimento único em uma geração que será vital para o futuro dos EUA.
'Esta noite, venho para falar sobre crise --e sobre oportunidade. Sobre reconstruir nossa nação --e revitalizar nossa democracia. E conquistar o futuro para a América', disse.
Os republicanos dizem que a maior parte dos gastos visa satisfazer a base progressista de Biden e que seus planos equivalem ao socialismo.
(Por Nandita Bose, Jarrett Renshaw, Trevor Hunnicutt, Susan Cornwell e Jeff Mason; reportagem adicional de Patricia Zengerle, Doina Chiacu e Makini Brice)
Escrito por Reuters
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