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Bolsonaro sabe o que fazer sobre embaixada, diz diplomata israelense no Brasil

Bolsonaro sabe o que fazer sobre embaixada, diz diplomata israelense no Brasil

Thomson Reuters

15/03/2019

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BRASÍLIA (Reuters) - O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, afirmou nesta sexta-feira que eventual decisão sobre transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém diz respeito à soberania do Brasil.

O comentário de Shelley foi feito ao ser questionado se há expectativa de um anúncio nesse sentido durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Israel no fim do mês.

Bolsonaro chegou a prometer, durante a campanha eleitoral e depois de eleito, a transferência da embaixada, medida defendida pela bancada evangélica, uma das primeiras a declarar apoio ao então candidato. O compromisso, no entanto, se choca com interesses comerciais com países árabes e entrou em banho maria, ou, como disse o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, ficou “um pouco para as calendas”.

“Não tenho ideia sobre isso, essas coisas são da soberania do governo. O presidente é um grande líder, ele sabe o que ele precisa fazer. Vamos esperar”, disse o embaixador israelense no Brasil, após audiência com Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

Segundo o embaixador, a viagem, que ocorrerá entre os dias 31 de março e 3 de abril, não irá configurar “um ato”, e se concentrará na pauta econômica, e na melhora das relações exteriores, além do intercâmbio nas áreas de defesa, segurança pública e ciência e tecnologia.

Já no dia 31 Bolsonaro deve participar de um jantar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e depois deve ter, segundo o embaixador, dois dias de agenda cheia.

A viagem do presidente é cercada de expectativa. Netanyahu, que concorre nas eleições gerais do país, tem interesse no anúncio de mais uma mudança de embaixada --Estados Unidos e Guatemala anunciaram a transferência.

Dentro do governo brasileiro, no entanto, há posições divergentes. Defendida pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e pelos filhos de Bolsonaro, a medida é vista com reservas pelos militares e pela equipe econômica, que teme o impacto sobre as exportações brasileiras para os países árabes, grandes importadores de carne de aves do Brasil.

Na bancada evangélica, no entanto, cresce o descontentamento em torno do tema. Soma-se ao clima de ansiedade, segundo uma fonte, a expectativa que o presidente convidasse alguns de seus integrantes para a viagem a Israel, terra sagrada para o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

O convite, no entanto, ainda não foi feito, situação que aumenta o desconforto entre os integrantes da bancada, em meio a demais queixas de aliados do governo que reclamam por prestígio.

O embaixador de Israel disse desconhecer se Bolsonaro tem a intenção de convidar parlamentares da bancada para sua comitiva.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Thomson Reuters

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