Caixa vê recuperação da economia, mas manterá provisões no 4º tri, diz presidente
Publicada em
Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal [CEF.UL] está vendo uma recuperação em V da economia, mas como precaução vai manter no quarto trimestre as provisões feitas anteriormente, afirmou nesta quarta-feira o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães.
O executivo afirmou por videoconferência, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre mais cedo, que o banco provisionou 1 bilhão de reais em crédito no terceiro trimestre e mais 300 milhões de reais relativos à negociação coletiva com funcionários.
'No quarto trimestre, não vemos nenhuma necessidade, mas não reverteremos nenhuma provisão já feita', afirmou Guimarães.
A Caixa teve lucro ajustado de 2,6 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 1,7% em relação aos três meses imediatamente anteriores, em resultado apoiado por operações de crédito habitacional. A inadimplência acima de 90 dias do período foi de 1,87%, queda de 0,61 ponto.
'Estamos vendo uma recuperação em 'V' desde junho. Temos tido nos produtos que focamos resultados recordes', disse o presidente da Caixa. 'A renegociação foi muito melhor que o esperado. Tínhamos ao redor de 3 milhões de contratos pausados. E não esperávamos uma volta tão forte quanto a que aconteceu', afirmou Guimarães.
O executivo afirmou que a Caixa espera para os próximos seis meses aprovação do Banco Central para o lançamento de seu banco digital. Ele explicou que o empreendimento será separado da Caixa, mas 100% controlado pelo banco estatal. É por meio dele que a instituição quer acelerar a concessão de crédito habitacional, que tem passado por forte crescimento diante dos juros do país na mínima recorde.
O crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu 13,86 bilhões de reais em outubro, um salto de 84% ante mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados na terça-feira pela da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Questionado sobre a expectativa para o crédito imobiliário em 2021, Guimarães afirmou que 'não tem receio' e que o banco pretende crescer 'pelo menos 10% na originação'.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO