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Caminhões de ajuda precisam dobrar para atender às necessidades básicas de Gaza, diz Programa Mundial de Alimentos

Placeholder - loading - Menino palestino é alimentado com mamadeira no hospital Abu Yousef al-Najjar, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os moradores de Gaza enfrentam níveis críticos de fome e desnutrição crescente
Menino palestino é alimentado com mamadeira no hospital Abu Yousef al-Najjar, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os moradores de Gaza enfrentam níveis críticos de fome e desnutrição crescente

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GENEBRA (Reuters) - O número de comboios de ajuda humanitária que entra em Gaza diariamente precisa no mínimo dobrar para atender a algumas das necessidades mais básicas da população, disse o Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta quarta-feira.

A ONU alertou que a fome generalizada na Faixa de Gaza é 'quase inevitável' se algo não for feito. Organizações de auxílio humanitário afirmam que a escassez de alimentos no enclave, devastado por uma ofensiva israelense contra o Hamas, ocorre por conta das operações militares, da falta de segurança e de extensivas restrições à entrega de suprimentos essenciais.

A guerra de cinco meses já matou mais de 30.000 pessoas na Faixa, segundo autoridades sanitárias em Gaza.

'Eu diria que precisamos dobrar o patamar que temos agora. Estamos agora em cerca de 150 caminhões. Precisamos no mínimo de 300 caminhões entrando por dia', disse o vice-diretor-executivo e diretor de operações do Programa Mundial de Alimentos, Carl Skau, à Reuters.

'Mas, claro, no longo prazo, isso também precisa ser complementado com (suprimentos) comerciais.'

Antes do início do conflito, em outubro, Gaza dependia de 500 caminhões por dia. Neste momento, o auxílio pode chegar ao sul de Gaza pela passagem de Rafah, do Egito, e por Kerem Shalom, na fronteira com Israel.

O colapso da lei e da ordem em Gaza tem sido um grande obstáculo à distribuição da ajuda, uma vez que cinco meses de guerra destruíram muitas das instituições que sustentavam a ordem social no enclave palestino.

'O colapso da ordem civil é um desafio cada vez maior para nós', disse Skau. 'Há bandos armados que andam à solta, preenchendo o vácuo de segurança.'

Alguns comboios foram apreendidos por pessoas em busca de alimentos e todos os comboios que se deslocam para o norte de Gaza precisam de coordenação israelense para passarem em segurança pelos postos de controle e pelas zonas de conflito.

Na terça-feira, a primeira missão do PAM no norte de Gaza desde 20 de fevereiro -- um comboio de 14 caminhões de alimentos -- teve de dar meia-volta por ordem das Forças de Defesa Israelitas (IDF, em inglês) após três horas de espera no posto de controle de Wadi Gaza, disse a organização.

Segundo Skau, as autoridades de Israel não forneceram qualquer justificativa para o comboio ter precisado retornar.

O PAM disse que após os caminhões serem impedidos, foram reencaminhados e mais tarde parados por uma grande multidão de pessoas desesperadas que saquearam os alimentos, levando cerca de 200 toneladas.

Skau afirma que não tem como prever quando o PAM poderá fazer uma nova tentativa de entrega de mantimentos no norte de Gaza, mas disse que a organização está 'determinada a chegar lá o mais rápido possível'.

'Juntamos os produtos para podermos servir toda a população durante três meses, e isso pode aumentar amanhã, se a situação o permitir', explicou Skau.

'Iremos assim que sentirmos que as condições são aceitáveis.'

(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber)

Escrito por Reuters

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