Chefe de máfia italiana Messina Denaro morre de câncer meses após ser capturado

Por Crispian Balmer

ROMA (Reuters) - O chefe de máfia italiana Matteo Messina Denaro, que foi condenado por vários assassinatos e preso em janeiro após passar 30 anos foragido, morreu de câncer, informaram autoridades nesta segunda-feira.

Messina Denaro, de 61 anos, sofria de câncer de cólon na ocasião de sua prisão. Como sua condição piorou nas últimas semanas, ele foi transferido para um hospital da prisão de segurança máxima no centro da Itália, onde foi inicialmente mantido.

Ele entrou em coma na sexta-feira e não recuperou mais a consciência.

'Não se deve negar orações a ninguém, mas não posso dizer que sinto muito', disse o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini no Instagram.

Messina Denaro foi considerado culpado de vários crimes, inclusive por ajudar a planejar os assassinatos de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, promotores antimáfia, em 1992 - crimes que chocaram a Itália e provocaram uma repressão à máfia siciliana.

Ele também foi considerado responsável pelos atentados a bomba em Roma, Florença e Milão em 1993 que mataram 10 pessoas, além de ter ajudado a organizar o sequestro de Giuseppe Di Matteo, de 12 anos, para dissuadir o pai do menino de testemunhar contra a máfia. O menino ficou nas mãos dos criminosos por dois anos e depois foi assassinado.

Apelidado pela imprensa italiana como 'o último Chefão', Messina Denaro não teria dado nenhuma informação à polícia depois de ter sido pego do lado de fora de uma clínica particular na capital siciliana, Palermo, em 16 de janeiro.

De acordo com registros médicos que vazaram para a mídia italiana, ele foi submetido a cirurgia de câncer de cólon em 2020 e 2022 com um nome falso. Um médico da clínica de Palermo disse ao jornal La Repubblica que a saúde de Messina Denaro havia piorado significativamente nos meses que antecederam sua captura.

Filho de um mafioso, Messina Denaro nasceu na cidade de Castelvetrano, no sudoeste da Sicília, em 1962. Ele seguiu seu pai na máfia e, aos 15 anos, já estava armado. A polícia diz que ele cometeu seu primeiro assassinato aos 18 anos.

Seu corpo deve retornar à Sicília nos próximos dias para um funeral estritamente privado, disse uma autoridade do governo.