Chefe do FMI apoia postura do Fed e vê riscos em esperar muito tempo para cortar juros
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Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta quinta-feira prever que o Federal Reserve começará a reduzir a taxa de juros dos Estados Unidos em 'questão de meses', mas advertiu que há um risco para a economia global de esperar muito tempo para flexibilizar a política monetária.
Georgieva disse a repórteres na sede do FMI acreditar que o banco central dos EUA tomou a decisão correta na quarta-feira ao manter a taxa básica inalterada e continuar cauteloso ao declarar vitória contra a inflação.
'Se você avaliar cuidadosamente a postura do Fed, ela reconhece que o trabalho ainda não está concluído, mas estamos perto do fim', afirmou Georgieva.
Ao mesmo tempo, ela disse que a economia dos EUA estava pronta para um 'pouso suave', com um mercado de trabalho forte, mas 'ainda não terminou', lembrando que 'até o pouso ainda não acabou'.
Ao mesmo tempo, ela disse que há um equilíbrio delicado sobre o momento certo para começar a reduzir os juros, acrescentando que mantê-los mais altos por mais tempo do que o necessário poderia prejudicar o crescimento dos EUA e das economias de mercados emergentes.
Se o Fed esperar muito tempo para reduzir os juros, alguns países de mercados emergentes com custos de empréstimos mais baixos poderão ver suas moedas ficarem sob pressão, exacerbando a inflação, disse Georgieva.
'Portanto, o momento da flexibilização da política monetária dos EUA é, de fato, muito importante -- não muito cedo, mas também não muito tarde', disse ela, acrescentando que não achava que isso aconteceria em 'muitos meses' ou um ano. 'Estamos falando de um cronograma que é uma questão de meses'.
Operadores continuaram a reduzir as apostas de um corte nos juros do Fed em março para 36,5%, ante quase 90% há um mês, enquanto aumentaram a probabilidade de um corte na taxa básica em maio para 93,3%, de acordo com a ferramenta FedWatch do grupo CME.
Escrito por Reuters
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