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Ciro dá largada à campanha ao Planalto e defende que 'Brasil precisa virar o jogo'

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Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Com forte discurso de resgate da autoestima do brasileiro, o ex-ministro Ciro Gomes foi aclamado candidato a presidente da República em convenção do PDT, nesta sexta-feira, e defendeu que o Brasil precisa 'virar o jogo' e que, caso eleito, terá como primeira missão gerar empregos.

'Não estamos aqui para abrir feridas ou dissecar dados. Estamos aqui para convocar a nossa militância para o grande embate que vai fazer o Brasil virar esse jogo', disse Ciro na convenção do PDT. 'Não estou dizendo que é fácil, é simples, não me entendam mal. Estou dizendo que é possível.'

Ao destacar que é preciso um projeto 'nacional desenvolvimentista', Ciro afirmou que a 'primeira e mais urgente' tarefa no país é 'gerar empregos, muitos milhares, milhões'.

Em seu discurso de cerca de meia hora, Ciro não fez qualquer menção a alianças políticas que pretende ter na campanha. Na véspera, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, conseguiu fechar uma importante aliança com os partidos do chamado blocão --formado por PP, DEM, PR, PRB e SD--, após esse grupo de partidos quase terem fechado acordo com o pedetista.

Ciro deixou o encontro após o pronunciamento na convenção sem falar com a imprensa.

NOVO PROJETO

Ao repetir no discurso várias vezes que o 'Brasil precisa mudar', Ciro fez seu diagnóstico da crise por que passa o país.

Para ele, o Brasil precisa de um novo projeto de desenvolvimento para que possa voltar a crescer e se reindustrializar. Defendeu também a afirmação da identidade brasileira como cultura e, ainda, investir em 'nossa ciência e tecnologia'.

'Tudo isso é possível, o Brasil é um país grande e tem recursos suficientes para voltar a trazer a alegria ao povo brasileiro', disse, ao defender um 'debate franco' das questões brasileiras.

O candidato destacou que não é possível que as coisas fiquem do jeito que está, com o país tendo uma das maiores desigualdades do mundo. 'No momento de nos reunimos nessa linda convenção, 13,2 milhões de brasileiros estão desempregados', destacou.

Para o pedetista, há um colapso na economia brasileira que atinge 'de forma mais grave' aqueles que estão na ponta, a indústria e o comércio.

SITUAÇÃO FISCAL

Ciro criticou a corrupção que assola o país, chamando-a de um câncer que rouba a crença do povo na democracia e na política.

O candidato afirmou também que o país enfrenta uma 'situação fiscal absolutamente deplorável'. [nL1N1UG130]

'Essa gente quebrou o Brasil a pretexto da austeridade', acusou.

Mencionando um rombo de 150 bilhões de reais neste ano nas contas públicas --a meta oficial do déficit primário para o governo central é 159 bilhões de reais--, Ciro reclamou do grande volume de dinheiro usado para pagar os juros da dívida pública.

'Somente com juros para a agiotagem oficialmente protegida pelo governo... se gastaram, nos últimos 12 meses, 380 bilhões de reais, 380 bilhões de reais entregues a meia dúzia de plutocratas do baronato financeiro', disse.

Ciro criticou ainda a alta dívida do setor público, que chega, segundo último dado disponível, a 77 por cento do Produto Interno Bruto. Mas garantiu que a solução para o alto endividamento público não virá por meio de 'aventura' ou 'desrespeito aos contratos'.

De forma enfática, o candidato disse que vai combater privilégios no país. 'Comigo privilégio vai ser perseguido, seja de quem for, poderosos que se acham, trazidos à denúncia pública e à eliminação', disse, em um dos muitos momentos que foi aplaudido.

LULA

Novamente, o pedetista teceu críticas ao que considera disputa entre Poderes. Na véspera, ele já tinha feito críticas ao Poder Judiciário.

'Cada poder no país faz o que quer, chutando a lei, chutando a Constituição, invadindo a competência de uns e outros', criticou.

Como na véspera, Ciro --que ainda busca atrair o PT para uma aliança presidencial-- fez um aceno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril cumprindo pena após condenação na operação Lava Jato.

'Depois de tudo o que houve com o presidente Lula, a responsabilidade aumentou', disse o candidato, sobre o atual líder nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto. Ciro oscila entre 4 e 8 por cento de intenções de voto na pesquisa CNI/Ibope divulgada mês passado.

Numa cutucada indireta no pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, o pedetista afirmou: 'Não se restaura a paz pública e a cidadania com a cultura de ódio e mais violência', disse ele. Bolsonaro tem defendido afrouxar as atuais regras e aumentar a possibilidade de as pessoas terem armas de fogo.

EDUCAÇÃO

Ciro defendeu a qualificação do sistema de segurança pública, a fim de devolver a paz às pessoas, uma atuação maior da Polícia Federal no combate a crimes violentos e uma maior presença nas fronteiras.

Disse que vai instituir um sistema nacional de inteligência para 'mapear a cabeça do crime organizado para cortar uma vez, duas vezes, três vezes, até não mais existir'.

O candidato disse que vai trabalhar por uma educação de qualidade, com investimento maciço a fim de tornar o Brasil um país justo e igualitário. Destacou que essa área será a mais importante prioridade de seu governo.

'A educação de qualidade é a única saída para uma nação se emancipar', disse, ao citar ações que seriam de sucesso no Ceará, Estado que já foi governado por ele, seu irmão Cid e segue com aliados. 'Será a mais importante das minhas prioridades', reforçou.

O pedetista também afirmou que vai trabalhar para reduzir o tempo do atendimento nos hospitais públicos.

No discurso, não falou sobre propostas para a reforma da Previdência, mas o programa preliminar de governo '12 Passos para Mudar o Brasil', levanta a necessidade de uma reforma da Previdência 'que não afete direitos adquiridos'.

O texto menciona a criação de um fundo previdenciário para onde iria a contribuição do trabalhador e financiasse a aposentadoria, mas apenas para quem ainda não está no sistema, e a equiparação dos sistemas público e privado. [nL1N1UG14O]

(Edição de Alexandre Caverni)

Escrito por Thomson Reuters

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