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Custo médio das emissões do Tesouro sobe em outubro ao maior valor desde início do governo

Placeholder - loading - Notas de 200 reais 02/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Notas de 200 reais 02/09/2020 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O custo médio das emissões do Tesouro subiu em outubro ao maior valor desde o início do governo, num reflexo da alta da Selic para combater à inflação e do movimento da curva de juros, que tem reagido às incertezas fiscais e à mudança no teto de gastos inserida na PEC dos Precatórios.

Conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional, o custo médio das emissões de dívida interna no acumulado em 12 meses chegou a 7,48% ao ano, sobre 6,91% ao ano em setembro.

Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, este é o maior patamar desde janeiro de 2019 (7,49%), quando começou o mandato do presidente Jair Bolsonaro.

À época, a Selic estava em 6,5% ao ano, ante nível atual de 7,75%, sendo que a perspectiva para os juros básicos é de novo ajuste para cima na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em dezembro.

'Quando a gente olha nos diferentes tipos de títulos, a gente vê que todos eles tiveram uma alta no custo de emissão. Basicamente isso é respondido por movimento de juros que a gente já tem visto, não só a taxa Selic como também o movimento de toda a curva de juros', afirmou.

O custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses foi na mesma direção, passando a 8% em outubro sobre 7,8% no mês anterior.

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 10,46% em outubro, sobre 10,05% no mês anterior, com acréscimo de 12,5 bilhões de reais.

Segundo Vital, do Tesouro, o aumento observado em outubro é considerado 'bastante modesto' e ainda não atesta um movimento de retorno contundente dos estrangeiros como o que já foi visto no passado.

No ano, o estoque em posse de não residentes subiu 93,3 bilhões de reais, mas Vital ressaltou que um fluxo maior ainda vai depender de avanços na agenda de reformas e no processo de consolidação fiscal.

'Em momentos onde a gente tem taxa de juros mais alta associada ao nível de câmbio mais atrativo a gente vê entradas pontuais de investidores que têm comportamento mais ágil nos mercados', disse.

ESTOQUE

A dívida pública federal do Brasil caiu 1,29% em outubro sobre setembro, a 5,373 trilhões de reais, em mês marcado pelo volume expressivo de resgates.

A dois meses do fim do ano, o estoque ainda não bateu no limite inferior da banda estabelecida para 2021 no Plano Anual de Financiamento, de 5,5 trilhões a 5,8 trilhões de reais.

Segundo dados informados pelo Tesouro Nacional, as emissões de dívida mobiliária interna no mês foram as maiores desde maio, alcançando 146,4 bilhões de reais.

Mas os 271,4 bilhões de reais em resgates --segundo maior valor da série histórica-- fizeram a dívida interna fechar o mês com resgate líquido de 125 bilhões de reais. Já a apropriação positiva de juros foi de 45,14 bilhões de reais no mês.

Em nota sobre o resultado, o Tesouro chamou a atenção para a volta da emissão de títulos prefixados em volumes maiores: 45,4 bilhões de reais, frente a 17,9 bilhões de reais em setembro e apenas 7,8 bilhões de reais em agosto.

Contudo, como houve vencimento de 267,71 bilhões em LTNs, os prefixados terminaram o mês com resgate líquido. Eles passaram a responder por 29,04% da dívida total, abaixo dos 32,58% de setembro e do intervalo de 31% a 35% estabelecido para o ano, conforme Plano Anual de Financiamento.

Os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, aumentaram seu peso na dívida pública federal, a 36,15% do total, ante 33,95% em setembro. No PAF, a meta para o ano é de 33% a 37%.

Já os papéis indexados à inflação elevaram a fatia sobre a dívida para 29,57% da dívida total, ante 28,48% em setembro, sendo que a referência para este ano é de 26% a 30%.

Olhando para novembro, o Tesouro destacou que ao longo do mês, a maior estabilidade nos mercados permitiu que iniciasse a retomada gradual das emissões, 'voltando a ofertar prefixados e índice de preços em quantidades mais próximas da normalidade'.

Escrito por Reuters

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