Polícia de SP prende ao menos 500 detentos que fugiram antes de isolamento por coronavírus
Polícia de SP prende ao menos 500 detentos que fugiram antes de isolamento por coronavírus
Reuters
17/03/2020
Atualizada em 17/03/2020
(Reuters) - A Polícia Militar de São Paulo recapturou até a manhã desta terça-feira 517 detentos que fugiram de quatro presídios do Estado antes da suspensão de suas saídas temporárias do regime semiaberto devido ao surto do novo coronavírus, informaram autoridades penitenciárias.
A Secretaria da Administração Penitenciária de SP (SAP-SP)alegou que a situação já está controlada, embora ainda realize um contagem para determinar o 'número exato de fugitivos'. De acordo com a mídia, cerca de 1 mil presos escaparam das penitenciárias de Mongaguá, Tremembé, Porto Feliz e Mirandópolis na segunda-feira, um dia antes do início do isolamento.
As unidades abrigam apenas presos em regime semiaberto, no qual os presos têm a possibilidade de sair para trabalhar ou estudar durante o dia e retornar, e ainda têm direito a cinco saídas temporárias por ano, segundo a secretaria.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou um grande fluxo de prisioneiros fugindo de uma prisão. A Reuters não conseguiu verificar a veracidade ou a localização do vídeo.
Em nota, a SAP-SP informou que 'atos de insubordinação' ocorreram nas penitenciárias antes da suspensão da saída temporária, prevista para esta terça-feira.
A instituição acrescentou que a suspensão era necessária, já que 'contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados'.
O Estado de SP é casa do Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção criminosa do país, que está se expandindo rapidamente pelo Brasil e para países vizinhos. O PCC trafica armas e drogas.
As penitenciárias superlotadas do país frequentemente são palco de rebeliões entre facções rivais.
(Por Gabriel Stargardter e Débora Moreira, no Rio de Janeiro)
Reuters

