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ENTREVISTA-Haddad diz que plano econômico para governo do PT é dele e de Lula

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Quem questiona Fernando Haddad se as ideias econômicas apresentadas a investidores e analistas serão capazes de se manter em um governo do PT, o candidato a vice na chapa presidencial petista diz que o plano é tanto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como dele.

'O plano econômico é um plano econômico que tem a assinatura do Lula. As ideias que eu defendo em encontros são conversadas com Lula, tem aval dele e são ideias que eu acredito', disse o ex-prefeito de São Paulo à Reuters.

'Ele concorda comigo que temos problemas graves tributário, no sistema de crédito, na questão fiscal. E as medidas que estão sendo tomadas hoje para buscar o ajuste não contraproducentes.'

Condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP), Lula deve ter sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa, e Haddad é o plano B do PT para assumir a cabeça de chapa.

Para exemplificar o grau de sintonia entre ele e o ex-presidente --preso em Curitiba há quase cinco meses--, Haddad fez uma revelação na conversa com a Reuters: antes de ser cogitado como vice, foi convidado por Lula para ser seu ministro da Fazenda em um eventual terceiro mandato.

'Não se sabe disso, mas antes de eu ser convidado para ser vice de Lula, eu fui convidado por ele para ser ministro da Fazenda. Isso lá atrás. O convite do Lula veio antes do julgamento no TRF-4', disse, referindo-se ao julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que condenou Lula em segunda instância e levou à sua prisão.

'Não era para eu ser vice. Ele queria Josué Gomes de vice e eu de ministro da Fazenda', contou, referindo-se ao empresário filho do ex-vice-presidente José Alencar. No final, Gomes, hoje no PR, foi convidado a ser vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, mas recusou.

Advogado com mestrado em economia, Haddad foi o principal autor das propostas que constam no programa de governo do PT, ainda que outros economistas ligados ao partido, como Marcio Pochmann e Guilherme Mello, tenham também trabalhado. Nas conversas com representantes do mercado, é o ex-prefeito quem é chamado para apresentar o que seria o governo petista na economia.

'Eu tenho sido o mais transparente possível', garantiu Haddad. 'As pessoas sabem o que eu penso, sobre todas as variáveis macroeconômicas mais importantes e Lula sabe também.'

Haddad, que tem se encontrado com alguma frequência com representantes de investidores --especialmente depois que foi apontado como vice na chapa do ex-presidente-- tem sido questionado sobre como lidaria com seu partido, hoje mais radical do que quando Lula foi presidente, entre 2003 e 2010.

Fonte próxima ao ex-prefeito lembra que, quando ministro da Educação, Haddad não costumava ceder em nada às reclamações e pedidos de seu partido --e nem de nenhum outro. Já como prefeito, aprendeu a negociar melhor, mas nunca em pontos que considerava imprescindíveis.

À Reuters, Haddad admitiu a necessidade de negociar com o Congresso para aprovar reformas que o PT tem em mente, como a tributária e bancária.

'Para aprovar tem que compor com a maioria. Nossa visão é que para sair da crise precisamos tomar medidas urgentes em pelo menos três áreas: fiscal, tributária e de crédito. Isso vai ter que ser negociado', explicou.

Outra questão que surge como dúvida entre investidores é se o Lula de 2018, preso, apoiado em uma militância mais radical, é o mesmo de 2002 que fez uma 'Carta aos Brasileiros' prometendo manter a ortodoxia e o tripé da política econômica do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso.

'O Lula é o mesmo de 2002. Alguns desafios que não tinham se colocado em 2002 existem agora. A questão das reforma tributária e bancária, não se tinha desenvolvido tecnologia adequada para tratar disso. Hoje estamos muito mais seguros', disse. 'O programa de governo foi batido com Lula ponto a ponto. Eu acredito muito no pensamento econômico de Lula.'

Escrito por Thomson Reuters

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