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Estoque de crédito no Brasil avança 2,9% em março puxado por apetite de empresas

Placeholder - loading - Prédio do banco central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Prédio do banco central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O estoque total de crédito no Brasil subiu 2,9% em março sobre fevereiro, a 3,587 trilhões de reais, puxado pelo apetite das empresas num mês marcado pelos primeiros impactos do isolamento social adotado para refrear a pandemia do coronavírus.

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira, o saldo de financiamentos no país passou com isso a 48,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 47,7% no mês anterior.

Entre as pessoas jurídicas, o aumento do crédito foi de 6,4% em março sobre fevereiro, enquanto entre as pessoas físicas o aumento foi de apenas 0,3%.

Olhando apenas o crédito com recursos livres, em que as taxas são livremente pactuadas entre bancos e tomadores, houve crescimento de 9,9% para empresas e de 0,1% para pessoas físicas.

Isso ocorreu a despeito dos relatos de empresas, em especial das de menor porte, da dificuldade de acesso a crédito e encarecimento de linhas em meio à cautela dos bancos por causa do quadro de incertezas trazido pelo surto de Covid-19.

Em coletiva virtual de imprensa, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que os dados divulgados nesta terça-feira abarcam apenas as operações efetivamente realizadas. Por isso, não é possível saber se houve uma demanda maior no período, com pedidos de empréstimos sendo negados pelas instituições financeiras.

Pelas estatísticas, tampouco é possível precisar se os financiamentos fechados pelos bancos foram os requisitados pelas grandes empresas, já que não há esse detalhamento na nota de crédito do BC, completou ele.

Por outro lado, Rocha chamou atenção para a alta na concessão de crédito em modalidades ligadas a aumento do fluxo de caixa devido à necessidade das empresas de ter mais recursos para superar períodos difíceis à frente, num reflexo da crise.

No capital de giro para prazo inferior a 365 dias, por exemplo, as concessões subiram 148,9% em março sobre fevereiro.

O mês também foi marcado pelo crescimento das concessões a empresas em modalidades de crédito ligadas ao comércio exterior, como adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC) e financiamentos a exportações, que subiram 297,8% e 265,9%, respectivamente.

Nesse caso, Rocha ponderou que, com o dólar subindo 15,6% em março sobre fevereiro, a mesma quantidade de dólares que os exportadores tinham passou a servir de garantia para operação de crédito em valor maior.

'Isso estimula os exportadores a, no caso do ACC, fechar os contratos de câmbio e aqui (financiamento a exportações) a fazerem as operações de crédito', afirmou.

Com a valorização do dólar frente ao real no mês, subiram também as concessões às empresas que são impactadas pela variação cambial, com destaque para os repasses externos, com alta de 17,1% no período, destacou o BC.

No primeiro trimestre, a alta geral do crédito no país foi de 3,1% e, em 12 meses, de 9,6%.

Para este ano, o BC previu no fim de março um crescimento do crédito no país de 4,8%, sobre cálculo de 8,1% feito em dezembro, tendo como pano de fundo um PIB estável este ano. Mas o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já admitiu que a atividade econômica deve sofrer uma contração em 2020 em decorrência da crise com o Covid-19.

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios caíram a 33,2% em março, contra 34,1% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres.

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, foi de 27,5 pontos no mesmo período, queda de 1,4 ponto sobre fevereiro.

Por sua vez, a inadimplência em recursos livres ficou estável em 3,8%.

PROVISÕES EM LIGEIRA QUEDA

Apesar do acirramento das preocupações com o impacto do coronavírus na economia, os bancos diminuíram na margem seu nível de provisões em março em relação a fevereiro.

Entre as instituições públicas, o percentual de provisões caiu 0,1 ponto percentual, a 5,6%. Entre as privadas nacionais e estrangeiras, o recuo foi de 0,2 ponto, a 7,9% e 4,7%, respectivamente.

Questionado se isso não denotava que os bancos ainda não tinham sido afetados pela crise, Rocha avaliou que os números não apontam nada que seja 'significativo economicamente'.

'O crescimento da carteira (dos bancos) deve ter sido, pela magnitude que a gente viu, mais acelerado que a necessidade de provisões que ele gerou', opinou ele, acrescentando que algumas linhas que tiveram um boom de concessões em março, como ACC e financiamento a exportações, possuem garantia boa e, por isso, tendem a demandar menor nível de provisão.

Escrito por Reuters

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