EUA alertou Irã sobre 'ameaça terrorista' antes de ataque do Estado Islâmico, diz autoridade
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Por Simon Lewis e Arshad Mohammed
WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos alertou o Irã, de maneira privada, sobre uma 'ameaça terrorista' dentro de suas fronteiras antes do ataque fatal neste mês reivindicado pelo grupo militante Estado Islâmico, disse uma autoridade dos EUA nesta quinta-feira.
Embora a autoridade tenha dito que o alerta sobre o ataque de 3 de janeiro -- dois atentados suicidas na cidade de Kerman, no sudeste, que mataram quase 100 pessoas e feriram dezenas -- é rotineiro, analistas avaliam que ele pode sinalizar um esforço dos EUA para construir uma relação de confiança com o Irã.
Tal esforço teria como pano de fundo investidas de grupos apoiados pelo Irã a interesses ocidentais, incluindo o ataque do Hamas em 7 de outubro que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel, e os ataques com mísseis no sábado contra uma base aérea iraquiana que alojava tropas norte-americanas.
'O governo dos EUA seguiu uma antiga política de 'dever de alertar' que foi implementada por várias administrações de alertar governos contra possíveis ameaças letais. Nós passamos esses avisos em parte porque não queremos ver vidas inocentes perdidas em ataques terroristas', disse a autoridade dos EUA, pedindo anonimato.
O jornal Wall Street Journal foi o primeiro a publicar sobre o aviso nesta quinta-feira.
Jon Alterman, diretor do programa de Oriente Médio do think tank CSIS em Washington, disse que o alerta pode refletir um desejo mais amplo dos EUA de buscar diálogo com o Irã, apesar de ataques recentes de terceiros apoiados pelo Irã contra interesses norte-americanos, israelenses e ocidentais e de avanços do programa nuclear de Teerã.
'É um ramo de oliveira', disse Alterman, acrescentando que o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu o governo acreditando que o diálogo entre Washington e Teerã poderia beneficiar ambos.
(Reportagem de Simon Lewis; Reportagem adicional de Arshad Mohammed, em Saint Paul, Minnesota)
Escrito por Reuters
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