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Governo busca saída honrosa para Pazuello e posse de novo ministro fica para próxima semana

Placeholder - loading - 16/12/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
16/12/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

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Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Três dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que Eduardo Pazuello não seria mais ministro da Saúde, o governo ainda tenta encontrar uma saída honrosa e um cargo para o general, e marcou apenas para a próxima semana a posse do novo ministro, Marcelo Queiroga.

De acordo com fontes com conhecimento do assunto ouvidas pela Reuters, há uma preocupação no Palácio do Planalto de dar a Pazuello um cargo que tenha foro privilegiado. O receio vem do inquérito criminal que tramita no Supremo Tribunal Federal e apura as responsabilidades do até agora ministro no colapso da saúde em Manaus causada pela Covid-19.

Pazuello é investigado criminalmente desde janeiro pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, por suposta omissão no enfrentamento da pandemia na capital amazonense, entre outros fatos. Ele até já depôs na investigação sigilosa. Se deixar o cargo de ministro, perderia o foro privilegiado e passaria a ser investigado por procuradores de primeira instância que, ao menos durante a pandemia, têm tido uma atuação mais incisiva em relação a autoridades federais.

O ainda ministro também é alvo de outras investigações na esfera cível na primeira instância e de questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), além de correr o risco de ser um dos alvos preferenciais de uma CPI da Covid se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), autorizar a abertura da comissão parlamentar.

Até o momento, apesar dos esforços, Bolsonaro não encontrou um lugar para encaixar o fiel general, que na Saúde cumpriu à risca as determinações presidenciais. Entre as alternativas analisadas, segundo as fontes, nenhuma ganhou espaço.

Chegou-se a falar de Pazuello assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência no lugar do Almirante Flávio Rocha, que hoje ocupa este cargo e também chefia a Secretaria de Comunicação da Presidência. Mas a negociação não foi adiante.

De acordo com uma das fontes, o presidente analisou também a possibilidade de criar um ministério ou uma secretaria especial para a Amazônia Legal e entregá-la a Pazuello, que é da região e teria interesse em entrar para a política em uma candidatura no Amazonas. A ideia também não ganhou força.

O próprio Pazuello disse a interlocutores esta semana, no Rio de Janeiro, que o governo procurava para ele 'um cargo de ministro'.

General da ativa, se não encontrar um novo emprego na administração federal Pazuello volta automaticamente ao Exército. Os generais, no entanto, preferem ver o colega ir diretamente para a reserva, apesar de Pazuello ainda ter pelo menos dois anos de serviço ativo.

O alto escalão do Exército cobrava há bastante tempo uma decisão de Pazuello, que estava afastado em missão. Apesar da quantidade de militares no governo Bolsonaro, há um incômodo com membros da ativa em posições de destaque na administração. Foi o caso, por exemplo, de Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, que foi pressionado a ir para a reserva.

Pazuello nunca quis tomar a mesma posição. Agora, no entanto, o ministro pode ter que fazê-lo. 'O Exército não quer que ele volte, quer que vá para a reserva direto', contou uma fonte próxima ao ministro.

Por enquanto, Pazuello continua atuando junto com Queiroga no ministério, que ainda não foi nomeado mas tem trabalhado em uma transição. A posse deve ser na próxima terça-feira.

O futuro ministro, que tem vários contratos na iniciativa privada, também precisa se desligar oficialmente das atividades anteriores para assumir o cargo.

Escrito por Reuters

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