Governo do DF pede ao STF avaliação médica de Bolsonaro para avaliar local de eventual prisão
Governo do DF pede ao STF avaliação médica de Bolsonaro para avaliar local de eventual prisão
Reuters
05/11/2025
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) -O governo do Distrito Federal pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja submetido a uma avaliação médica para saber se há condições de ele eventualmente ficar preso em um estabelecimento prisional de Brasília.
O ofício foi encaminhado pelo secretário de Administração Penitenciária do DF, Wenderson Souza e Teles, ao ministro do STF Alexandre de Moraes e cita a proximidade do julgamento dos recursos do processo em que Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado.
'Solicita-se que o apenado Jair Messias Bolsonaro seja submetido à avaliação médica por equipe especializada, a fim de que seja realizada avaliação de seu quadro clínico e a sua compatibilidade com a assistência médica e nutricional disponibilizados nos estabelecimentos prisionais desta Capital da República', disse o documento visto pela Reuters.
'Salienta-se que é sabido que o réu já fora submetido a cirurgias na região abdominal, conforme amplamente noticiado em fontes abertas', ressaltou, acrescentando que a solicitação é oportuna para evitar o deslocamento de escoltas emergenciais.
A Primeira Turma do Supremo começa na sexta-feira a julgar os embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro que contesta pontos da condenação a 27 anos e 3 meses, em regime inicialmente fechado, que o ex-presidente sofreu em setembro.
A expectativa, segundo fontes do tribunal, é que esses recursos sejam rejeitados e que o processo seja efetivamente concluído, com a perspectiva de Bolsonaro começar a cumprir pena.
Bolsonaro foi considerado culpado pelo Supremo pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Desde o início de agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar após ele ter descumprido medidas cautelares em outro caso, na investigação a que respondia juntamente com o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de interferir no julgamento do STF ao pressionar por ações dos Estados Unidos contra ministros do STF.
O ex-presidente não foi denunciado nesse caso pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas Eduardo Bolsonaro, que segue nos EUA, foi acusado criminalmente pela PGR e o Supremo deverá decidir se torna o filho do ex-presidente réu a partir da sexta-feira da próxima semana, dia 14.
(Edição de Pedro Fonseca)
Reuters

