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Guaidó convoca levante na Venezuela, mas militares permanecem leais a Maduro por ora

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Por Vivian Sequera e Angus Berwick

CARACAS (Reuters) - O líder da oposição na Venezuela Juan Guaidó fez seu apelo mais contundente até agora para que os militares o ajudem a derrubar o presidente Nicolás Maduro, mas não houve sinais concretos de que as lideranças nas Forças Armadas tenham mudado de lado.

No início desta terça-feira, dezenas de soldados armados acompanhando Guaidó se confrontaram com soldados que apoiavam Maduro em um comício em Caracas, e grandes protestos contra o governo nas ruas se tornaram violentos. Mas até a tarde de terça-feira, uma paz instável retornou e não havia indícios de que a oposição planejavam tomar o poder através de força militar.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse à CNN que 'no nosso entendimento', Maduro chegou a estar pronto para embarcar em um voo para Cuba, país que é um aliado socialista, mas foi persuadido a permanecer pela Rússia, país que é um forte aliado do atual líder venezuelano.

Maduro não fez um discurso formal na terça-feira, mas disse pelo Twitter: 'Nervos de aço! Eu peço uma mobilização popular máxima para assegurar a vitória da paz. Venceremos!'.

Ele disse ter falado com a liderança militar e que eles haviam mostrado a ele 'sua total lealdade'.

Outros oficiais norte-americanos disseram que três dos principais apoiadores de Maduro --o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o presidente da Suprema Corte, Maikel Moreno, e o comandante da guarda presidencial, Ivan Rafael Hernandez Dala-- estavam em negociação com a oposição e estariam prontos para apoiar uma transição pacífica de poder.

'Eles negociaram por um bom tempo sobre os meios para restaurar a democracia, mas parece que hoje não avançaremos mais', disse o enviado dos Estados Unidos para a Venezuela Elliott Abrams. O assessor de Segurança dos Estados Unidos John Bolton disse: 'Todos concordaram que Maduro tem que sair'. Eles não apresentaram evidências desses comentários.

O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, rejeitou os comentários de Bolton como 'propaganda'.

Cercado de homens uniformizados, Padrino disse em uma transmissão que as Forças Armadas continuariam a defender a Constituição e 'as autoridades legítimas', e disse que as bases militares estavam operando normalmente. Moreno fez um pedido por calma no Twitter.

Guaidó disse em tuítes que iniciou a 'fase final' de sua campanha para derrubar Maduro, conclamando os venezuelanos e as Forças Armadas a apoiá-lo antes dos protestos planejados para o 1º de Maio.

'O momento é agora!', escreveu. 'O futuro é nosso: o povo e as Forças Armadas unidas para pôr um fim' ao tempo de Maduro no governo.

Guaidó, líder da Assembleia Nacional, invocou a Constituição para assumir a Presidência de maneira interina em janeiro, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima. Mas Maduro se manteve no poder apesar do caos econômico e do apoio da maioria dos países ocidentais a Guaidó, além de novas sanções dos Estados Unidos e de gigantescos protestos.

MOVIMENTO AUDACIOSO, PORÉM ARRISCADO

O ato de terça-feira foi o mais ousado de Guaidó até agora para persuadir os militares a se levantarem contra Maduro. Caso fracasse, isso pode ser visto como uma evidência de que não possui apoio suficiente, além de ainda encorajar as autoridades, que já retiraram sua imunidade parlamentar e iniciaram múltiplas investigações contra ele, a prendê-lo.

Dezenas de milhares de pessoas que faziam uma passeata em Caracas para apoiar Guaidó nesta terça-feira entraram em confronto com a tropa de choque na avenida Francisco Fajardo. Um veículo blindado da Guarda Nacional avançou sobre manifestantes que atiravam pedras e o atingiam.

Setenta e oito pessoas ficaram feridas nos incidentes, a maioria delas atingidas por estilhaços ou balas de borracha, disse o dr. Maggi Santi, do centro de saúde Salud Chacao em Caracas. Nenhum dos ferimentos foi grave, acrescentou.

A Venezuela está imersa em uma profunda crise econômica apesar de suas vastas reservas de petróleo. A escassez de alimentos e medicamentos levou mais de 3 milhões de venezuelanos a emigrarem nos últimos anos.

Em um vídeo em sua conta no Twitter, Guaidó estava acompanhado de homens em uniformes militares e do político Leopoldo López, uma aparição pública surpresa de um homem que tem estado em prisão domiciliar desde 2017.

O ministro das Relações Exteriores do Chile disse mais tarde nesta terça-feira que López e sua família estavam na residência diplomática chilena. Mais tarde, o chanceler chileno, Roberto Ampuero, informou que o político venezuelano havia ido para a embaixada da Espanha em Caracas.

QUEM APOIA QUEM?

A crise tem colocado os aliados de Guaidó, incluindo os Estados Unidos, Brasil, a União Europeia, e a maioria dos países latino-americanos, contra os aliados de Maduro, que incluem a Rússia, Cuba e a China.

A Casa Branca se recusou a comentar se o governo dos EUA sabia com antecedência sobre os planos de Guaidó.

Carlos Vecchio, o enviado de Guaidó aos Estados Unidos, disse a jornalistas em Washington que o governo Trump não ajudou a coordenar os eventos de terça-feira. 'Esse é um movimento liderado pelos venezuelanos', disse.

Mas o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que os eventos haviam sido 'diretamente planejados' por Washington, sem apresentar evidências concretas.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia acusou a oposição venezuelana de recorrer à violência no que chamou de uma tentativa descarada de promover confrontos entre as Forças Armadas do país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e outros países exigem diálogo e uma solução pacífica para a situação venezuelana.

(Reportagem de Angus Berwick, Vivian Sequera, Corina Pons, Mayela Armas, Deisy Buitrago, e Luc Cohen em Caracas; reportagem adicional de Matt Spetalnick, Patricia Zengerle, Lesley Wroughton e Roberta Rampton em Washington; Madeline Chambers em Berlim; e Michelle Nichols nas Nações Unidas)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC

Escrito por Thomson Reuters

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