Haddad diz que eventual governo terá de ser mais amplo que o PT
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(Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que a situação do país é tão grave que seu governo terá que ser muito mais amplo que o PT e abranger várias forças democráticas do país.
'A situação é tão grave que nós vamos ter que unir as forças democráticas todas em um governo mais amplo que o PT', disse Haddad em entrevista à rádio Capital de São Paulo. 'Nós não temos condição, nesse momento de risco a democracia, de fazer um governo de um partido, temos que fazer um governo o mais amplo possível para conter as forças do atraso.'
O petista acrescentou ainda que está aberto a todas as forças políticas que defendem a democracia e que acredita que todos 'que têm responsabilidade com o país' não querem o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, seu rival no segundo turno, na Presidência da República.
A campanha de Haddad tem tentado atrair apoios para uma frente contra Bolsonaro e, até agora, conseguiu aglutinar apenas o PSOL e o PSB com apoios firmes e o PDT, que declarou um 'apoio crítico' e não tem participado da campanha. Haddad também conseguiu a adesão de um grupo de integrantes do PSDB, da corrente 'Esquerda para Valer', mas até agora não conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em entrevista no final de semana, disse haver uma 'porta' para Haddad.
O petista voltou a fazer críticas duras a Bolsonaro, a quem acusou novamente de fugir de debates, espalhar mentiras e não ter condições de dirigir o país. Haddad chegou a usar uma expressão que atribuiu ao ex-candidato do PDT, Ciro Gomes, para dizer que Bolsonaro não tem condições de ser presidente.
'Não tem condição de um deputado que não fez nada durante três décadas querer assumir a Presidência sem ter administrado um boteco, como disse o Ciro Gomes', disse, Haddad, acrescentando que o discurso de Bolsonaro 'causa vergonha no exterior'.
O petista foi mais uma vez questionado sobre o que a população poderia esperar de diferente de mais um governo petista, e afirmou que existe a necessidade sim de admitir erros, mas não de colocar fora tudo que foi feito de bom.
'Temos que recuperar o projeto que deu certo admitindo e corrigindo o que deu errado', defendeu.
(Por Lisandra Paraguassu, em Brasília)
Escrito por Thomson Reuters
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