Hong Kong ordena inquérito conduzido por juiz sobre incêndio que matou 156 pessoas

Por Donny Kwok e Clare Jim e Jessie Pang

HONG KONG, 2 Dez (Reuters) - O líder de Hong Kong disse na terça-feira que um comitê liderado por um juiz investigará a causa do incêndio mais mortal da cidade em décadas e analisará a supervisão das reformas de prédios que foram responsabilizadas por provocar um incêndio que matou pelo menos 156 pessoas.

A polícia prendeu 15 pessoas por suspeita de homicídio culposo em um inquérito criminal sobre a tragédia da semana passada no complexo Wang Fuk Court, e 12 também foram presas em uma investigação de corrupção. Não está claro se alguma dessas pessoas foi presa por ambas as acusações.

Autoridades apontaram que a malha plástica e a espuma de isolamento abaixo do padrão usadas durante as obras de reforma do complexo de edifícios altos foram responsáveis por alimentar um incêndio que rapidamente se espalhou por sete de suas oito torres, onde vivem mais de 4.000 pessoas.

'A fim de evitar tragédias semelhantes novamente, criarei um comitê independente liderado por um juiz para examinar a causa e a rápida propagação (do incêndio) e questões relacionadas', disse John Lee, chefe-executivo de Hong Kong, em uma coletiva de imprensa.

Os investigadores concluíram as varreduras em todas as torres queimadas, com exceção de duas, encontrando corpos de moradores nas escadarias e nos telhados, presos enquanto tentavam fugir da fumaça e das chamas. Cerca de 30 pessoas ainda estão desaparecidas.

Alguns grupos da cidade governada pela China pediram mais transparência e responsabilidade, em meio a avisos das autoridades de que qualquer tentativa de politizar o desastre seria severamente punida.