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Israel ordena retirada de moradores no sul de Gaza, elevando temor de que guerra se espalhe

Placeholder - loading - Fumaça após ataque em Gaza  16/11/2023   REUTERS/Alexander Ermochenko
Fumaça após ataque em Gaza 16/11/2023 REUTERS/Alexander Ermochenko

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Por Nidal al-Mughrabi e Emily Rose

GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel ordenou que os civis deixem quatro cidades na parte sul da Faixa de Gaza, nesta quinta-feira, aumentando os temores de que a guerra contra o Hamas possa se espalhar para áreas onde havia dito às pessoas que eram seguras.

No norte do enclave palestino governado pelo Hamas, Israel disse que suas forças ainda estavam presentes no maior hospital de Gaza, o Al Shifa, mas não deu mais detalhes de suas operações desde o dia anterior, quando entraram na instalação, após um cerco de dias.

A Reuters não conseguiu verificar a situação no Shifa na manhã de quinta-feira, pois perdeu o contato com os médicos que estavam lá dentro desde quarta-feira.

Os folhetos lançados durante a noite por aviões avisavam os civis para deixarem as cidades de Bani Shuhaila, Khuzaa, Abassan e Qarara, no extremo leste de Khan Younis, a principal cidade do sul. As cidades, que coletivamente abrigavam mais de 100.000 pessoas em tempos de paz, agora estão abrigando dezenas de milhares de pessoas que fugiram de outras áreas.

'Os atos do grupo terrorista Hamas exigem que as forças de defesa ajam contra eles nas áreas de sua residência', diziam os folhetos. 'Para sua segurança, vocêm precisam sair de seus locais de residência imediatamente e ir para abrigos conhecidos.'

Os moradores disseram que a área foi submetida a um pesado bombardeio durante a noite.

Israel já ordenou a retirada de toda a metade norte de Gaza antes de enviar suas forças terrestres no final de outubro. Longas filas de pessoas com apenas alguns pertences seguiram para o sul todos os dias sob os olhos dos soldados israelenses durante 'pausas táticas' de seis horas para permitir que os residentes saíssem.

As Nações Unidas afirmam que cerca de dois terços dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza ficaram desabrigados, a maioria deles abrigada em cidades do sul, desde que Israel iniciou a retaliação contra o Hamas por um ataque mortal em cidades do sul de Israel.

Os militantes do Hamas romperam a cerca ao redor de Gaza em 7 de outubro em um ataque que, segundo Israel, matou 1.200 pessoas no dia mais letal de sua história. Cerca de 240 reféns foram arrastados para Gaza.

Desde então, Israel tem bombardeado Gaza com ataques aéreos e cortado o fornecimento de alimentos e combustível. As autoridades de saúde de Gaza, consideradas confiáveis pelas Nações Unidas, afirmam que mais de 11.000 pessoas foram confirmadas como mortas, mais de 40% delas crianças, e muitas outras estão presas sob os escombros de casas bombardeadas.

COMUNICAÇÕES CORTADAS

Não foi possível confirmar a situação no segundo dia da operação israelense no hospital Al Shifa, pois as comunicações foram cortadas desde a tarde de quarta-feira.

A situação do hospital atraiu alarme internacional, com centenas de pacientes e milhares de outros civis deslocados retidos lá dentro sem combustível, oxigênio ou suprimentos básicos.

Os médicos disseram que dezenas de pacientes morreram nos últimos dias como resultado do cerco de Israel, incluindo três bebês recém-nascidos em incubadoras que ficaram sem energia.

Um dia depois de entrar no Shifa, Israel ainda não havia apresentado evidências que mostrassem o que alegava ser um vasto quartel-general do Hamas em túneis sob as instalações, o que, segundo o país, justificava tratá-lo como um alvo militar.

Israel divulgou um vídeo em que um soldado percorria o prédio do hospital, mostrando três sacos com armas e coletes à prova de balas que ele disse terem sido encontrados escondidos lá, bem como vários outros rifles em um armário e um laptop.

Kenneth Roth, ex-diretor da Human Rights Watch, que agora trabalha como professor em Princeton, disse na plataforma de mídia social X: 'Israel terá que apresentar muito mais do que um punhado de rifles para justificar o fechamento dos hospitais do norte de Gaza, com seu enorme custo para uma população civil com necessidades médicas urgentes'.

O Hamas disse que o vídeo foi encenado. Outros palestinos disseram que o vídeo não mostrava nada parecido com o vasto complexo subterrâneo de quartéis-generais de militantes que Israel alegou estar dentro da instalação.

Nesta quinta-feira, as atenções se voltaram novamente para os planos futuros de Israel para Gaza, depois que seu presidente, Isaac Herzog, disse ao jornal britânico Financial Times que uma 'força muito resistente' talvez precise permanecer no local em um futuro próximo para evitar que o grupo militante Hamas ressurja após a guerra.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou na quarta-feira que ocupar Gaza seria 'um grande erro' para Israel.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi em Gaza e Emily Rose em Jerusalém)

Escrito por Reuters

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